Orçamento de Estado, pivot da SIC, duas Cristinas... e "cultura pop"

Incapaz de ultrapassar o profundo asco provocado pelas notícias chamadas “da actualidade” e o verdadeiro massacre perpetrado pelos meios de comunicação sobre os cidadãos com esta verdadeira avalanche de “opiniões” que já dura “desde tempos imemoriais”, vindas de (quase) todos os economistas, analistas, comentadores, banqueiros, ex presidentes, ex ministros, ex primeiros-ministros, figuras da União Europeia, “funcionários” do FMI... «velhas doidas e turistas, benefícios e cronistas, aldrabões, marialvas e coristas, galifões de crista, cavaleiros à garupa do seu heroísmo, empresários moralistas, muito dólar, muita gente que dá lucro aos milhões... e claro, sempre o eterno “inteligente” que nos ameaça de que acabaram as canções»... (agora ia-me perdendo!) que nos dizem todos, todos sem excepção, não haver alternativa a este Orçamento de Estado e à sua aprovação... incapaz de ultrapassar tudo isto, como ia dizendo, decido, em legítima defesa e à semelhança do que já fiz noutras ocasiões... falar de outra coisa.

Há dias, um pivot da SIC - cujo nome não retive - enquanto lia a notícia que dava conta da mensagem de felicitações aos resgatados mineiros chilenos, enviada pela Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, mesmo tendo escarrapachado à frente dos olhos o texto em que estava escrito o nome dela, Cristina Kirchner, texto que todos os telespectadores podiam ler e que ele seguia com o ladino “rato” do computador... mesmo assim, disse Cristina Aguilera, o nome de uma jovem e extensamente loura cantora norte americana.

Sou até capaz de achar que não se trata de ignorância. Olhando bem para as duas Cristinas, sou até capaz de achar que, dependendo do gosto, é uma escolha compreensivelmente renhida. O que não posso deixar de admirar é o extraordinário poder da chamada “cultura pop”.