segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Senhora de Fátima – Apenas de passagem...




Os cristãos (e provavelmente os fiéis de outras religiões) têm o hábito compreensível de agradecer ao seu Deus a alimentação que têm na mesa. Algo como «Senhor, agradecemos-te (ou “agradecemos-vos”, conforme o grau de intimidade) esta refeição que vamos tomar...», isto com imensas variantes possíveis, dependendo da inspiração do comensal encarregado da oração.

Ontem, por volta do meio-dia, enquanto percorria de carro todo o perímetro de um dos lados do enorme Santuário de Fátima, dei por mim a pensar «Senhora, peço imensa desculpa por esta refeição que vou tomar daqui a pouco...» e dei por mim a rir sozinho até chegar ao Zambujal (Ourém), onde ia participar num almoço com Jerónimo de Sousa.

Depois de um almoço tão simples quanto agradável, Jerónimo de Sousa partilhou com os presentes algumas das suas ideias sobre a urgência de pôr Portugal a produzir, a urgência de correr com os lacaios nacionais dos grandes figurões internacionais da finança e da especulação, a urgência de lutar por direitos e melhores condições de vida, em vez de ficar de braços cruzados enquanto eles nos são roubados e por aí adiante... já sabem... as "manias" do costume do Jerónimo e dos seus camaradas.

Depois cantei umas canções que me pareceram apropriadas para partilhar com as quase duzentas pessoas que tiveram que se repartir por mais do que uma sala do restaurante, pessoas unidas, salvo duas ou três destacadas excepções, por uma característica comum... roubando dois versos a uma belíssima canção da chilena Violeta Parra: «Y todos son comunistas, con el favor de mi Dios, si!»

Posso até estar a ser injusto com esta piada de pedir desculpa à Senhora de Fátima por ir almoçar com tantos comunistas juntos... mas a verdade é que estou convencido de que desde 1917 até hoje ela não perdeu nenhuma da profunda aversão que tem por nós,  aversão que a “convenceu”, aliás,  a fazer as suas famosas “aparições” exactamente naquele ano...

17 comentários:

Maria disse...

... podias ao menos dizwer o que foi o repasto e já agora o que cantaste. Assim fazia de conta que tinha lá estado :))))

Abreijos.

Graciete Rietsch disse...

Não perdeu não e os seus fiéis também não.

Um beijo.

Zambujal disse...

Coincidências que o materialismo histórico ajuda a perceber...
E por esse convívio profano - mas não profanador - , iconoclasta - mas de bezerros de ouro e templos bancários -, um abraço grato deste Zambujal ali tão perto.

Anónimo disse...

As cantorias serviram para pagar o almoço, ou pagou-o do seu bolso....

samuel disse...

Anónimo (10:43):

Não, anónimo!
As "cantorias" foram a parte de animação musical... e servem, como desde há muitos anos, apenas para "animar" as pessoas a carregarem a cruz de, entre outras coisas ainda piores, terem que aturar diariamente imbecis como Vossa Excelência Anónima.

Passar bem!

João de Sousa Teixeira disse...

Cantaste pro nobis, não foi? Ainda bem, que muito precisamos. Valha-nos Nª. Srª. da Agrela...

Abraço
João

Maria disse...

Fogo... e debaixo de fogo, logo de manhã...
Bolas!!!

Outro abreijo.

maia disse...

Gostava que os anónimos do meu País se esforçassem por saber, investigar, ir até ao fundo, para ser claro o que paga e a quem paga o grande cofre de dinheiro e jóias, que o povo sofrido ( e timorato) ali deixa, naquele altar. Porque os comunistas são incómodos (sempre a levantarem problemas), veio a "Senhora", lá do céu, pedir pela conversão da Rússia. Afinal, também, na ânsia de converter os comunistas, tiraram "poder" à "Senhora". Acreditar-se-ia que a "Senhora" converteria quem quisesse. Ai, senhores anónimos.
Bom trabalho, porque as caravanas passam...

Fernando Samuel disse...

Apareceu, desapareceu... e nunca mais voltou a aparecer - o que quer dizer que tudo o que tinha a fazer, fê-lo naquele ano de 1917...

Um abraço.

Anónimo disse...

Sempre ouvi dizer que a ignorância é atrevida e que os extremos se tocam. Parece ser verdade.
Há muito de comum entre os comentários de alguns dos "anónimos" e os vossos no que concerne ao tema Religião!
Ambos opinam acerca do que não conhecem ou sabem pouco e, nestas condições, o erro é frequente.
O amor/ódio é recíproco. Assim, nem uns nem outros chegarão muito longe.

Luís Neves disse...

200 pessoas, das quais não me destaco por excepção mas por ser mais um, gente com a Senhora, mais brilhante que o Sol! E canções com a voz do Cantigueiro pelo meio! E o desejo de um dia destes se cantar sem "aparelhages" - como se diz por aqui!
Hoje nem me apetece assinar como monarca mas o abraço é o mesmo de sempre, ou um pouco mais, por ontem.

samuel disse...

Anónimo (20:48):

A ser assim, por mim está muito bem!
Há muito que sabia não ir nem "muito longe", nem a parte alguma, com a religião.
De qualquer maneira, admiro a coragem que teve de reunir para vir aqui defender o seu ponto de vista religioso... anonimamente. :-)))

samuel disse...

Luis Neves (Alteza):

E sem "aparelhages" há-de ser, um destes dias...

Abraço.

manuelbota disse...

Boa noite...Talvez seja um pouco novo para falar de política e religião...mas sinceramente, não gosto nem de uma nem de outra...A politica é o que todos sabem hoje em dia...esquerda, direita, centro, baixo, cima, lado, vai dar tudo ao mesmo...e Fátima e os seus "segredos", nem sei que adjectivos hei-de usar...li à meses uma frase e concordo totalmente: "Fátima, a maior mentira portuguesa do século XX..."
Que me desculpem os que gostam de política e os Religiosos, mas estamos num pais livre onde "ainda" é possível opinar...

samuel disse...

Manuelbota:

Exactamente!
Estamos num país livre onde é possível opinar... porque houve políticos que deram muito da sua força e do seu tempo (alguns, a vida) para conquistar essa liberdade.
Ou, para usar a sua frase exacta "estamos num país livre onde AINDA é possível opinar"... porque alguns portugueses continuam a defender esse e outros direitos conquistados.
Não entenda este "discurso" como paternalismo ou tentativa de "lição"; antes um modesto contributo para poder começar a reparar que os políticos e a política "não é tudo a mesma coisa", como nos querem convencer exactamente aqueles a quem essa "ideia" dá imenso lucro.

Saludos.

Anónimo disse...

“A coragem que teve de reunir para vir aqui defender o seu ponto de vista religioso… anonimamente.” ERRO SEU!
1)É necessário reunir coragem para expressar opiniões? Pensei que ainda não tivéssemos regressado a esse estádio.
2)Um nome faz a diferença? Anónimo será muito diferente de um “blogger Zé do telhado”, ou outro qualquer, de perfil não disponível?
3)Religião e Política sempre mantiveram uma relação afectiva demasiado conflituosa para o meu gosto.
4)Defendo, sim, os DIREITOS UNIVERSAIS DO HOMEM.

Finalmente peço desculpa pelo incómodo causado mas não me tinha apercebido que os comentários eram apenas destinados aos que dizem “amém” a tudo quanto escreve.(Descanse que não repetirei o erro)
Mesmo assim, um abraço fraternal.
Anónimo (20:48)

samuel disse...

Anónimo (23:09):

Vossa Senhora! Quanta susceptibilidade!

1. Na verdade, depois de ler a maioria dos comentários de certos anónimos, não tenho o menor interesse em lhe saber o nome. Não foi o seu caso...

2. Ainda bem que defende os direitos humanos...

3. É repetindo os erros que se acaba por finalmente acertar... :-)))

De qualquer maneira não lhe fazia mal ter pelo menos uma vaga ideia sobre aquilo de que fala, antes de dizer que só publico comentários que dizem "amém".
Volte sempre! São por vezes aqueles que, de uma forma leal, não estão de acordo, que dão um diferente e muitas vezes útil tempero a estas coisas da blogoesfera.

Saludos.