Da figura daquele senhor que aparecia na televisão, a toda a hora, dando conselhos e pregando ralhetes aos portugueses, dando lições de moral a toda a gente e mostrando o seu génio de “empresário culto e com coração” a meio mundo... daquele de que já muitos diziam: Ora ali está o melhor exemplo do “capitalismo ético” do senhor Tozé Seguro!... dessa figura, como dizia, praticamente só restam sombras.
Mesmo para os mais crédulos, desde a estória da fuga de impostos para um paraíso fiscal, na Holanda, que começou a ver-se, por detrás do brilho da banha da cobra, a corriqueira imagem de um oportunista e aproveitador, um aldrabão como qualquer um dos outros.
Desde esta nojeira que foi a provocação ao 1º de maio e aos trabalhadores, provocação conseguida à custa das dificuldades de muitos e da velha índole açambarcadora e rasca de outros, da compra de “colaboradores” para trabalhar nesse dia, pagos (provavelmente em moedas de prata) com 500% de aumento, os “castigos” aos que não foram trabalhar, etc., etc.... resta, como bem lhe chama o Sérgio Ribeiro, o “senhor SS”.
Eu sei que o “SS” é de Soares dos Santos... mas o trocadilho, ainda que apenas insinuado, fica-lhe a matar! O grande traste, em vez de reconhecer a enormidade da provocação acanalhada que levou a cabo, insiste em defender-se contra-atacando.
É vê-lo a vomitar por aí que o 1º de Maio foi uma escolha irrelevante, que os sindicalistas têm é inveja de não terem juntado tanta gente nas “demonstrações” da CGTP como ele teve à bofetada e aos encontrões nas suas mercearias (demonstrações?! Onde é que o traste terá aprendido a falar?), e que não haverá mais “promoções” destas, no 1º de Maio, ou seja quando for... apenas porque «são muito caras».
Sei que o calhordas espera que sejamos tão patetas que acreditemos que está a falar de dinheiro quando diz que esta campanha lhe ficou cara. Porém, como o grande merceeiro pode ser um canalha, mas estúpido não é, sabe muito bem que todo este escândalo lhe custou e custará bem caro... mas em aspectos que vão muito para lá do dinheiro.
Demorará anos (se alguma vez o conseguir) a reconstruir a imagem com que andou, durante tanto tempo, a ludibriar milhões... e que agora estilhaçou.
8 comentários:
Essa coisa destila ódio
O homem tem que sofrer consequências. Por mim sei o que vou continuar a NÃO fazer...
Abreijos.
Tenho ouvido tantos e tão diferentes comentários que agora estou confuso.
Penso que ele SS pode fazer aquilo que entender com os seus produtos.
Pode até oferece-los como prémios a quem quiser.
Contesto apenas que o tenha feito no primeiro de Maio.
Pareceu-me que quis provar que os trabalhadores não lhe interessam e que os pode trocar ou substituir quando e onde quiser.
Nenhuma firma conseguirá sobreviver sem bons trabalhadores que formem boas equipas de trabalho e de respeito pelos patrões, pelos colegas e pelos consumidores finais
Lembra-me sempre um daqueles comerciantes tem-tudo,fuinhas,agiota,malvado,a que chamavam o misérias,tinha,diziam,muito dinheiro,roubado no peso da farinha e da restante mercearia,mas era mesmo um miserável.
Um abraço,
mário
Tão bem aplicada a alcunha SS que o camarada Sérgio Ribeiro utilizou!!!!!
Um beijo.
A besta é mesmo nazi.
Mas afinal estavam à espera de quê, vindo de um representante de um dos maiores grupos de venda alimentar, e que mais explora e humilha os seus... "colaboradores"?.
Pois bem, ele pelo menos não disfarça as antipatias com as camadas média e baixa da população.
Sem apelar a nada, mas... até quando nos vergaremos ?.
Mais uma vez, vem-me à memória o soneto de Ary dos Santos:
O BURGUÊS
A gravata de fibra como corda
amarrada à camisa mal suada
um estômago senil que só engorda
arrotando riqueza acumulada.
Uma espécie de polvo com açorda
de comida cem vezes mastigada
de cadeira de braços baixa e gorda
de cómoda com perna torneada.
Um baú de tolice. Uma chatice
com sorriso passado a purpurina
e olhos de pargo olhando de revés.
Para dizer quem é basta o que disse
é uma besta humana que rumina
é um filho da puta é um burguês.
Enviar um comentário