quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Zeca (José Afonso/2 Ago.1929-23 Fev.1987) – Vá... chama-me agora miúdo!...



Tenho o privilégio de não precisar de andar por aí a agitar, freneticamente, bandeiras com o nome do Zeca nas datas assinaláveis, como a de hoje, ou quando aparecem os microfones e as câmaras de televisão. As minhas bandeiras com o Zeca bordado em memórias tão simples quanto bonitas, trago-as dentro e agito-as sempre que quero... ou quase sempre que canto.

Na verdade, contam-se por muito poucos os cantos livres, ou recitais, ou pequenos e médios concertos, ou grandes comícios, em que as canções do Zeca não me “aconteçam”, com a naturalidade de quem canta o que é seu.
Um dia destes hei-de pôr pés ao caminho, para ir “cravar” aos legítimos proprietários desta fotografia, uma cópia menos “ensaropilhada” do que esta... que mesmo assim, pela raridade (eu nunca guardei imagens, recortes e esse tipo de memorabília), me deu uma grande alegria quando pousou aqui em casa, oferecida por uma amiga.
Lá está o Zeca, fazendo uma das coisas que me ensinou - não saber as letras de cor - e eu, com vinte anitos ainda abismados pela fantástica oportunidade de lhe segurar as letras, depois de momentos antes ter praticado “O cantigueiro”, que gravaria pouco tempo depois, ainda em 1972.
Zeca, a quantidade de letras tuas que transporto no meu dossiê de cantigas é tal... que quando nos encontrarmos de novo, poderemos fazer um recital de horas... e voltarás a poder cantar aquelas que... tu sabes.
Mas não é pra já, companheiro... ainda não é pra já!


"Tinha uma sala mal iluminada" - José Afonso
(José Afonso)




5 comentários:

trepadeira disse...

Que honra segurar tal testemunho e que bem entregue ficou.

Um abraço,
mário

Maria disse...

Comoveste-me... ou sou eu que estou piegas...

Abreijos.

Anónimo disse...

Nunca vi o Zeca pois quando ele se retirou foi quando eu nasci, mas espero ter a felicidade de ver o camarada Samuel. E parabéns por homenagear sempre o Grande Zeca Afonso e por continuar a ter uma grande admiração por ele, e por continuar fiel aos seus ideais e continuar a lutar, a protestar, a promover a escrita, a canção, a música e a música tradicional. Um abraço de Leiria.

Pedro Marques

Graciete Rietsch disse...

A fotografia é de raro valor, apesar de um pouco desfocada.
O texto é lindíssimo.

Um beijo.

Manuel Norberto Baptista Forte disse...

Um valioso testemunho, que está bem entregue...