Ontem à noite, atravessando o parque da cidade, fiquei com a convicção de ter visto, pousado entre uns arbustos, um anjo a chorar. Quando pressentiu a minha presença desapareceu num restolhar de penas...
Chorava. Chorava muito! Seria uma crise nervosa provocada pela exaustão de assistir à histeria com que Fátima Campos Ferreira cobre o Papa (no sentido jornalístico, bem entendido!)? Seria simplesmente de vergonha, pelo espectáculo de puro excesso e embriaguez mediática que estão a dar os "representantes" do seu deus?
Nunca saberei!
12 comentários:
Que belo texto. Belo, adequado, sem palavras a mais. E verdadeiro. É tudo isto é o que faz com que o tempo não enrugue a poesia.
Já agora, se te sobrarem uns segundos dá um olhar ao meu blogue que mal começa a gatinhar. Chama-se "Torre dos Soluços", é um pouco este país com ameias lá no altro e gemidos silenciosos por dentro. Sou um cepo nestas coisas, mas penso que não podemos desperdiçar vozes.
Abraço
Luis Nogueira
Parece que não estou só... e cansada!
E não acredito em anjos.
Abreijos
e enqunto dura a bebedeira generalizada, somos papados pelo bloco central...
É de enjoar toda a cobertura mediática. Tem razões para chorar o anjo, mesmo que seja de pedra.
O Papo-de-Anjo é um doce típico português, assim como a maioria dos doces a base de ovos, especificamente da gema. Entre os séculos 18 e 19, Portugal era o principal produtor de ovos da Europa. A clara era usada como purificador na fabricação de vinho branco e, principalmente, para engomar os ternos dos chiques e elegantes do mundo ocidental.
E com tanta clara sendo exportada, o que Portugal fazia com a gema, que excedia todos os anos, às toneladas aliado à fartura do açúcar que vinha das colónias portuguesas – foi a inspiração inicial para o surgimento de experimentos doceiros à base da gema de ovos, realizados pelas cozinheiras dos conventos. Não por acaso, muitos nomes de doces portugueses são inspirados na fé católica, como a barriga de freira, o toucinho do céu, o papo-de-anjo, a fatia-de-bispo e o pão-de-ló, que homenageia Ló, sobrinho de Abraão, salvo por anjos de Gomorra, às vésperas da destruição da cidade pela ira de Deus.
INGREDIENTES
* 22 unidades de gemas
* 2 unidades de ovos inteiros
* 4 xícaras de açúcar para a calda
* 3 xícaras de água para a calda
* 2 colheres de chá de essência de baunilha (calda)
PASSO A PASSO
1. Aqueça o forno em temperatura média ,bata as gemas e os ovos na batedeira por 20 minutos até dobrar de volume e ficar uma mistura fofa.
2. Coloque nas forminhas ,untadas com manteiga ,e asse por 30 minutos ou até começar a dourar a superfície.
3. CALDA:
Numa panela coloque o açúcar ,a água e leve ao fogo até engrossar um pouco ,acrescente a baunilha e deixe amornar.
4. Depois de assado coloque um pouco de calda na forma do papo-de-anjo e leve para gelar.Desenforme e molhe com a calda restante, sirva gelado.
Se não gostar pode provar o papo de gosta ou pode alcançar!
Só a Fátima e Deus é qu sabem .
pronto mais um mistério.
Abraço
Porque será que as TV's nos bombardeiam incessantemente com a visita do Papa? Parece que não estamos em crise, que não foram aprovados aumentos de impostos, e que está tudo interessado nesta visita.
Enfim, depois do futebol e antes do fado da desgraçadinha...
Cumps
Chorava de desgosto. O anjo sabia, enquanto os cidadãos estão anestesiados a ver Fátima (terrinha) ou a dizer mal dela, Sócrates de mãos dadas com o seu ex-companheiro de partido, negociavam fórmulas de fome, de desemprego de grande instabilidade para os trabalhadores e para o país.
Só o anjo sabe o futuro negro que nos espera e chora, porque vê a alegria no rosto dos governantes e chefes da igreja de Fátima.
Bjs,
GR
É tempo de chorar,sim, mas também de lutar. Nós não somos anjos mas seres humanos espezinhados. Vamos à luta no dia a dia mas não esquecendo o dia 29 de Maio.
Apelo em especial à juventude que está perdendo o seu futuro.
Um grande abraço.
Hoje a tarde foi dedicada aos abutres da CNIS gulosos dos restos do Serviço Nacional de Saúde,Educação e Segurança Social...o padre Linio Maia até se babava...
Abraço
Razões, muitas!, têm tido os anjos, nos últimos dias, para pousar nos arbustos e chorar, chorar, chorar...
Um abraço.
Excelente texto. Fátima, como facto sociológico que foi - e é - nasce do aproveitamento, por outros lugares tentado, de uma histeria colectiva. Não nos podemos espantar que histeria (e colectiva, com diversificadas manifestações continue. As circunstâncias, ou seja, as condições objectiva, históricas, concorrem para vivermos um momento em tudo se faça para que Fátima seja um (dos) anestésicos, um dos preservativos da TOMADA DE CONSCIÊNCIA.
Não diga mais... aqui.
Grande abraço
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