quarta-feira, 30 de junho de 2010

Passos Coelho – Ideias velhas



Nenhuma loja de fatos usados desdenharia ter este manequim na montra. Estou mesmo a ver: de uma lado da montra, este... em promoção; do outro lado, Cavaco, em campanha... de saldos. Não podendo ser, é bem provável que tenhamos que suportar esta figura de plástico como primeiro ministro, substituindo o actual “modelito”, já completamente roto e preso por arames.

Passos Coelho insiste nos seus profundos conceitos políticos, dignos das melhores barbearias de bairro... ou táxis em hora de ponta. «Encolher o Estado e liberalizar a economia», planeia ele.

O resultado da sucessiva e ruinosa alienação, por parte do Estado, de ferramentas fundamentais para garantir a sua dignidade, independência e influência na saúde económica e financeira do país, acompanhado da tal “liberalização”, um triste eufemismo para selvajaria capitalista sem controlo, está aí à vista de (quase) toda agente. Passos Coelho quer ainda mais! Compreende-se... se virmos o aumento das grandes fortunas dos seus donos, aos quais, por enquanto, é o Partido “Socialista” que se encarrega de fazer os favores. Acresce ainda o asco de vermos que estes “génios” económicos, sempre exigindo menos Estado e mais liberalização, são os mesmo que andam a saltitar pelos conselhos de administração de tudo o que é empresa pública, intercalando, para disfarçar, com alguma actividade no sector privado, sempre embolsando milhões, acumulando benesses e privilégios, roubando descaradamente.

Sobre esta novela das SCUT, vi um pouco da conferência de imprensa do “pobre” Jorge Lacão, desolado e algo agoniado, pareceu-me, por estar a ter que mastigar e engolir algum do seu próprio veneno: o oportunismo, o manobrismo, a deslealdade, a demagogia barata, a má fé nas negociações, o combinar uma coisa aqui e ir imediatamente dizer o contrário ali. Como bem se vê são coisas que Jorge Lacão e o seu Governo bem conhecem e convictamente praticam... só que, segundo ele, agora cometidas pela cúpula do PPD-PSD, com quem estão a tentar negociar a trapalhada do pagamento das portagens. São farinha do mesmo saco!

Arriscamo-nos, portanto e a fazer fá nas sondagens, a ver um Governo PS de incompetentes e aldrabões, ser substituído por outro Governo, PSD, de aldrabões igualmente incompetentes, como o resultado miserável da sua “intermitência” ao leme dos destinos do país durante as últimas décadas deixa bem claro.

Mas nada é de admirar, vindo de uma estirpe de políticos, gestores e “economistas” que, desprezando os tremendos problemas que provocam e ignorando a miséria que infligem a milhões de trabalhadores, por todo o mundo, dizem descarada e impunemente que «as crises são uma grande oportunidade de negócio».

6 comentários:

Manuel Norberto Baptista Forte disse...

O actual líder do P. S. D., e o programa do mesmo Partido comprovadamente não acrescentam, são quanto a mim mais uma menos valia na sociedade Portuguesa: Presunçoso ele; sem conteúdo social o programa.
Assim sendo, só lhe dará atenção quem eventualmente afine pelo mesmo tom de política, ou quem mesmo muito distraído de tudo de menos bom que se passa diáriamente ao nosso redor; mais, não conheço de matriz social - democrata nenhum programa que promova a igualdade melhorias sociais na estrutura de uma sociedade. Já de (verdadeira) matriz Socialista, e devidamente aplicado conheço alguns Países que assim, as suas camadas sociais estão menos desiguais.

maia disse...

Quando entrei para a escola, em 1944, tinha na frente um quadro preto e, de cada lado do quadro, as figuras do Carmona e do Salazar. Não vale a pena dizer que figuras eram estas criaturas (será que eram criaturas?). Mas por que raio me lembrei desta gente? Foi a fotografia, adapada á época, claro, desta criatura (será?), Pedro Passos Coelho, de seu nome, que vejo no teu blogue. E tantos anos volvidos, eu tenho que levar, como primeiro ministro do meu país, uma ressurreição daquela gentalha? É demais!
Menos Estado, mais iniciativa privada, diz esta gentalha. O asco que causa tudo isto! Até porque, depois, quando as coisas correm mal, (veja-se o BPP) venha, então, o Estado pagar os prejuízos. Tão fácil gerir e governar! Trabalhadores? Têm só que trabalhar e pronto. Até quando? Até quando eles (trabalhadores) quiserem. O Mundo é do TRABALHO e não destes fantoches. Tenho ainda esperança que o TRABALHO diga não e tire estes figurões dos quadros ou dos posters e os remeta para o lugar onde devem estar.
Continua a tua denúncia.

Graciete Rietsch disse...

Pois é mesmo assim. Esses que andam para aí a exigir menos Estado fartaram-se se andar de empresa públicaa em empresa pública fazendo tudo para as desacreditar.
Precisamos mesmo de outro 25 de Abril, mas um bocadinho mais duro.

UM beijo.

Elísio Alfredo disse...

Sabes qual é o problema, Samuel, são Nados-mortos. Não o sabem, mas já nasceram assim. O que me dói, é que quando vou à loja onde me abasteço e digo, as pessoas olham-me com olhares de zombi... Será que percebem, pergunto? Acham que sim, que é o socialismo. Mas por que carga de água estes estafermos se hão-de designar socialistas? É uma confusão difícil de desfazer... Mas não tarda nada encontramos o nosso caminho, para bem de todos. E deles não sobrará nada, só a memória, para nos irmos lembrando do quão nefastos foram e são...

Fernando Samuel disse...

PS - PSD: um D a mais, um D a menos, para o caso tanto faz...

Um abraço.

Antuã disse...

Com passos de Coelho ou com passos de Sócrates o país caminha para a agonia.