Hoje, a pilha de lugares comuns, frases piedosas e boas intenções que normalmente se produzem nestes “dias mundiais”, crescerá a olhos vistos.
Falar-se-á das crianças “desfavorecidas”, poupando aqueles que as desfavorecem. Falar-se-á da ignomínia do trabalho infantil, poupando aqueles que enriquecem à custa dele. Falar-se-á das crianças vítimas nas guerras, poupando os poderes económicos e políticos a quem as guerras convêm. Falar-se-á da violência sobre as crianças, sobretudo a de cariz sexual, poupando os abusadores (dependendo do seu status social) e os encobridores dos abusadores. Falar-se-á do drama humanitário das crianças palestinianas, poupando o Estado assassino de Israel e o seu omnipotente "padrinho" americano. Falar-se-á na fome de tantos milhões... poupando a ostentação e a fartura obscena de alguns.
Prefiro, então, não engrossar o coro... e fico-me, mesmo correndo o risco de não ser exacto na citação, pela transcrição (de memória) de uma das fantásticas definições que algumas dessas crianças por vezes “inventam”, como esta:
- O que são as crianças?
«As crianças são pessoas pequeninas que servem para fazer os adultos... mas o que é pena é que às vezes eles ficam muito mal feitos!»
5 comentários:
Por todas essas razões eu hoje 'passo por cima' deste dia.
Mas a frase que escolheste, 'inventada' por uma criança para se definir (e às outras) é simplesmente deliciosa...
Abreijo.
Óptimo "post". Pobres crianças que são tão mal preparadas para serem adultos responsáveis e construtores de um futuro digno deles, dos seus filhos e dos filhos dos seus filhos....
Um grande abraço.
Para dizer as verdades não há como as crianças...
Um abraço.
Há um homem de qum me lembro a propósito de algumas coisas que disse (e fez!). É do Amílcar Cabral, e uma das frases que disse foi sobre as crianças... a razão de ser da nossa luta!
Um abraço
Belo texto como sempree... Samuel... A luva está na medida...
:))
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