Estávamos em 1968. Luís Cília, o grande divulgador da poesia portuguesa, mostrava-nos em disco (“La poesie portugaise de nos jours et de toujours – 1, de 1967)” e aqui, num programa da TV francesa, este “Contracanto”, escrito por um autor pouco conhecido.
Contracanto
Aqui longe do sol que mais farei
Senão cantar o bafo que me aquece?
Como um prazer cansado que adormece
Ou preso conformado com a lei
Mas neste débil canto há outra voz
Que tenta libertar-se da surdina
Como rosa-cristal em funda mina
Ou promessa de pão que vem das mós
Outro sol mais aberto me dará
Aos acentos do canto outra harmonia
E na sombra direi que se anuncia
A toalha de luz por onde vá.
(José Saramago)
“Contracanto” – Luís Cília
(José Saramago / Luís Cília)
12 comentários:
Nem sei há quantos anos não ouvia esta cantiga...
Abreijos.
Muito bonito, não conhecia.
A belíssima Voz de Cília.
Bs,
GR
Samuel obrigado por evocar a dupla Saramago Cília...no youtube poderá encontrar tb "não me peçam razões" e "Dia não"... uma destas versões foi gravada na escola de Colos.. onde tb um dia você cantou... um abraço
leonardo
Que lindo!!!!!
Mas o "autor pouco conhecido" já era SARAMAGO.
Um beijo.
Inesquecíveis ...
Um documento notável, um dos discos clandestinos da minha juventude, que oiço frequentemente.
Bonito. Grande escolha para este dia.
E trinta anos depois era Prémio Nobel da Literatura...
Um abraço.
Samuel,
Toca agradecer-te.
Até sempre
Olá.
Queria deixar 1 abraço e gostaria de deixar o link do meu novo Blog
http://espirra-verdades.blogspot.com/
A minha 1ª mensagem,é acerca da Dinastia Rothchild e da sua influência na manipulação dos mercados finaceiros,compra de governos e fomentação de guerras desde o Séc 18.
Se puder,gostaria de receber a sua apreciação e ler o seu comentario.
Obrigado
Nuno Guerreiro
Belíssima bi-evocação!
Só posso mostrar-me grato!
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