Confesso que ia dar a este texto o título de “Mário Soares, Fernando Nobre & Cia”, o que seria uma grande injustiça para com Soares, já que ele é o único dos dois a poder ostentar a “CIA” no cartão de visita pessoal.
Vem isto a propósito de um texto do “Cravo de Abril” onde, mais uma vez, se faz um certeiro retrato de algumas das características particulares de Soares, às quais, em condições normais, se poderia até chamar "carácter"... digamos assim. Ali se vê o manobrador profissional a “não indicar” o seu candidato presidencial, ao mesmo tempo que tece elogios, porventura merecidos, a Fernando Nobre que, pateticamente, continua a parecer acreditar que o manobrismo de Soares não tem nada que ver com o aparecimento da sua candidatura e, portanto, a não se aperceber de que não passa de um joguete de uma vingança pessoal de Soares sobre Alegre... o que me lava à passada noite de 23 deste mês de Junho, noite de festas populares em Almada.
Estava eu, acompanhado de todos os restantes elementos que compõem o júri das Marchas Populares de Almada e mais alguns amigos, preparado para começar a jantar, quando reparei que um conjunto de mesas dentro do restaurante estava ocupado por um grupo de apoiantes de Fernando Nobre. Com uma grande bandeira portuguesa agrafada à parede e por detrás de si, lá estava o candidato à presidência da República.
Compreendo que não pudessem reservar uma sala de um bom restaurante para o evento. Sendo assim, o candidato teve que confiar na solidariedade e boas maneiras dos vários cidadãos que, para além de nós, ali jantavam e que poderiam muito bem não estar na disposição de ter um comício integrado no jantar. De facto, durante a apresentação feita por uma apoiante e o alongado e muito pobre discurso do Dr. Fernando Nobre, a coisa esteve por pouco, mais do que uma vez...
A minha forma de mostrar alguma solidariedade humana, fazendo figas para que ninguém se lembrasse de começar a cantar o “parabéns a você”, ou a fazer brindes ruidosamente em alguma mesa, foi “separar-me” dos meus convivas, virar-me para trás, na direcção da mesa “presidencial”... e escutar o seu discurso, em silêncio, até ao fim.
Acabei com o pior dos sentimentos que se podem ter para com um candidato a Presidente da República de Portugal: tive pena do homem!
8 comentários:
Tudo "amizades", camarada.
Até onde nos levarão elas?
Um beijo.
Esse pessoal nunca mais te leva a jantar a sítios decentes...
Conheço um restaurante em Montemor onde só vai gente decente, sabias?
:)))
Abreijos.
Olha que lindos que eles são! Tiveste o mérito de arranjar umas fotos, que até apetece dizer: Que lindo
par de jarras!
Que grande paciência a tua! Ouvir, até ao fim, "um pobre homem". Mas isto de Presidência da República é para pobres de espírito? Até que já temos disso dose suficiente. Ele ia lá fazendo a sua tarefa de humanidade pelo Mundo, que até nos ia conquistando simpatia e pronto. Mas não. Veio lá o outro espertalhão, enxertado em corno de cabra, como sempre, e lá o desencaminhou! Que nome lhes daremos?
Bom trabalho!
Quem pagou o seu jantar, a Camara de Almada , isto é os contribuintes....
É que se foi esse o caso, os seus argumentos para criticar o Fernando Nobre caem por terra....
E sinceramente é de si que tenho pena....
Anónimo (13:30):
Portanto, segundo o seu peculiar raciocínio, chamemos-lhe assim... os elementos do júri das marchas e outros profissionais, seriam contratados pela autarquia para fazer esse trabalho... mas teriam que pagar para isso!
Confesso que os únicos "anónimos" por quem tenho alguma admiração, são os da "Associação dos Alccólicos Anónimos". Os patetas, francamente... não! :-)))
ser anónimo/anónimo, já é... sei lá!... triste!... ser anónimo/anónimo/mentecapto/... (como o das 13:30h) é tristíssimo!
vovómaria
De cada vez que Nobre fala, surpreendo-me pela negativa. É em parte natural, não o conhecia "politicamente" falando, mas enerva-me um pouco quando se põe com a teoria de "esquerda" = "direita", o que interessa é ter-se bom coração e coisa e tal, ou então de uma vez que o ouvi dizer que Alegre tinha responsabilidades no país porque estava na AR há mais de 30 anos. Ou seja, era o tempo que Alegre estava que interessava, e não as opções políticas que nela, e fora dela, tomou. Como se fosse o tempo de mandato e não as opções políticas que ditassem a apreciação desse mandato. O que nos leva, uma vez mais, à teoria "os políticos são todos iguais quando estão lá no poleiro". Não gosto.
Mas não há nada como ouvi-lo para se perceber.
O dr.Soares é insuperável em matéria de utilização fraudulenta de pessoas - e é também insuperável em muitas outras matérias semelhantes...
Um abraço.
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