Domingo de Páscoa... nem por isso deixa de ser domingo de música. Porque não tentar fazer uma ponte musical entre crentes e não crentes?
O maestro e excelente compositor argentino Ariel Ramirez já aqui foi lembrado com aquela que é, seguramente, a sua mais bela canção, “Alfonsina Y el mar”. Em 1964 o maestro resolveu, com a ajuda das palavras de Alejandro Mayol e Jesús Gabriel Segade, compor também uma missa a que chamou “Missa Crioula”. É uma espécie de joia, uma fiada de pérolas, cada uma com seu tema. Cada uma um momento diferente da missa. Dedicaram esta obra a duas religiosas alemãs, inspirados pelo seu trabalho solidário junto de vítimas do nazi-fascismo num campo de concentração.
Neste dia vai aqui muito bem o “Kyrie”, cantado por um coro perfeito e solado pela impressionante Mercedes Sosa. Para os cristãos, será uma forma muito bela de soltar o seu canto e fazer uma ponte com todos os outros, crentes de outras religiões, agnósticos ou ateus. Para uns e outros, serão alguns minutos de uma beleza arrepiante, do primeiro ao último segundo.
Bom domingo!
“Missa Crioula – Kyrie” – Mercedes Sosa
(Ariel Ramirez/A. Mayol e J.G. Segade)
13 comentários:
Muito bem.
Uma escolha certa!
Um abraço
Que maravilha!!!
Obrigada, Cantigueiro.
Abreijos.
Sublime!!!
vovómaria
Bem haja por este impressionante momento pacificador.Kinkas
Impressionante,como sempre,a voz de Mercedes.
Apropriado,sobretudo para aqueles que têm tendência a só se ouvirem a si próprios.
Um abraço,
mário
Mais uma vez o teu inteligente sentido de oportunidade foi certeiro. Fizeste bem lembrar a solidariedade que deve existir entre religiosos de diferentes credos e não crentes. Também a história da Missa Crioula, além do que referiste é exemplar por nos relembrar ainda hoje que os muitos povos que constituem o povo alemão foram os primeiros a sofrer o horror do nazismo. Hoje temos tendência a esquecer que mataram o que hoje se chamariam democratas cristãos, sociais-democratas, socialistas, comunistas, doentes e enfermos de todo o tipo. Mataram também nómadas entre os quais os vulgarmente designados por ciganos; estes ciganos queiramos ou não, são europeus há muitas gerações e são cristãos. Também mataram judeus que antes de serem judeus eram alemães.
Ariel Ramirez durante o período em que trabalhava na composição da obra procedeu a recolha de música tradicional argentina com o intuito da procura da identidade do seu povo. Não deixa de ser curioso que quem financiou as suas deslocações e estadia para esta obra religiosa foi Atahualpa Yupanqui que se não era ateu pelo menos era niilista.
Maravilhoso, Samuel!!!!!
Não te importas que eu compartilhe este video com uma amiga que, nestes dias, tem colocado no seu blog excecionais trechos de música sacra?
É uma homenagem à Mercedes Sosa mas também corresponde ao meu apreço pelos teus conecimentos de música e pela tua música.
Um beijo.
Graciete Rietsch:
Força, amiga! :-) :-)
Estas coisas são mesmo para "compartir"... como se diz lá para as bandas do continente da Mercedes Sosa.
Abreijo.
A esta missa não me canso eu de asistir:-)))E então com esta voz...
Obrigada pela ideia, com um sorriso e um abraço
Mercedes é excepcional como sempre.
A música talvez seja a única linguagem universal.
O meu reconhecido abraço.
Ainda: há diversas espécies de crentes...
Ai, que dó de mim, que meu pc está sem som. Mas separei, anotei para quem sabe em breve, desfrutar de novo dessa maravilha.
Lindo! Muito obrigada!
Comovente!
Sou fã de Mercedes Sosa e não conhecia esta magnífica obra.
Obrigado Camarada.
Jorge
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