domingo, 24 de março de 2013

Bach – O homem que sonhou um bandoneon


No dia em que estou a “pagar” a intensidade (saborosa intensidade!) da tarde de ontem, na Aula Magna, apetece-me a calma suave da beleza desta ária de Bach. Se existem bálsamos sonoros, esta ária tem que estar na lista.
Esta versão é tocada pelo, normalmente, vertiginoso acordeonista de jazz, o francês Richard Galliano, interpretada num bandoneon, instrumento ligado ao imaginários dos amantes do tango argentino e uruguaio.
Johann Sebastian Bach, como grande visionário, sabia que cerca de cem anos após a sua morte viria a existir um seu compatriota, Heinrich Band, que nos escassos quarenta anos que teve de vida, haveria de criar o “bandoneon”. Bach sabia que, independentemente das tórridas coreografias dançadas ao som dos tangos produzidos pelas palhetas deste bandoneon depois de ter sido levado para a Argentina e Uruguai por emigrantes alemães, este era o instrumento com a sonoridade, a suavidade e a respiração perfeitas para protagonizar esta sua fantástica ária.
Como “extra” partilho ainda uma interpretação de “Minuete e Badinerie”, desta vez, tocado numa “accordina”, um instrumento criado muito mais recentemente... e com a ajuda dos excelentes músicos de uma das diferentes formações que, dependendo do género musical, acompanham Galliano.
Bom domingo!
“Aria na corda de Sol” - Richard Galliano
(Johann Sebastian Bach)



“Minuete & Badinerie” - Richard Galliano
(Johann Sebastian Bach)



8 comentários:

José Luís Moreira dos Santos disse...

Samuel,
Para mim, e há questões sobre as quais quase sempre por mim falo, aquilo a que chamamos Mundo significa exatamente isto: o sentido da descoberta. E por descoberta, tudo o que ao Homem respeita. E o que ao Homem respeita é tudo o que o faz ser Homem. Embora conheça o bandoneon de outras formas de expressão musical, nunca o imaginei com tais potencialidades. É assim o Mundo.
É assim o Homem, quando orientado por e para uma Vontade de Homem.
Obrigado,
José Luís Moreira dos Santos

Paula Barros disse...

Uma colega, Maria Morgado, colocou o link no facebook, e estou aqui, a ouvir a música, encantada com a melodia, e com a sua forma de escrever.
Excelente domingo!

samuel disse...

Paula Barros:

Bem vinda! :-)

Justine disse...

Pura beleza!
Obrigada:))e bom descanso!

Lídia Borges disse...


Um "bálsamo sonoro", sem mais!

Obrigada!

Lídia

augusta disse...

Mesmo só agora chegando, sempre a tempo de com esta música me encantar

Obrigada, Cantigueiro.
Um bom restinho de domingo e uma semana a condizer.

Boa noite :)

Anónimo disse...

Mas que belo!
Vicky

Jorge Castro (OrCa) disse...

Aqui chegado pela mão, sempre prazenteira, do Manel Freire, por cá me deixo enlevado com a partilha.

Ah, se houvesse artes de nos «globalizarmos» em todas as áreas assim como a Música tem artes de se globalizar, outro galo cantaria... Aliás, estou em crer que toda a capoeira cantaria!

Abraço.