segunda-feira, 4 de março de 2013

Um passo de cada vez...


Ainda sobre a manifestação, entre as dezenas e dezenas de posições que se tomaram e tomarão sobre a manifestação e, sobretudo, sobre a repetida pergunta sobre “o que muda com ela”, ou, no limite,“para que serve”... continua ser importante dizer, repetir, repetir sempre, que o que muda – ou deve mudar! - é a atitude de passividade de milhões de cidadãos, logo, serve exactamente para isso. Para o abrir de portas, para o encontro de vontades, para a mobilização do esforço, para a multiplicação das forças.
Entre as dezenas de posições, como dizia, destaco duas, quase nos extremos.
Uma, já verdadeiramente clássica, é a posição dos “entusiasmados de um dia” que, no dia seguinte e perante a constatação de que o governo afinal não caiu... caem eles na mais acabrunhada melancolia, repetindo como um mantra, “isto não serve para nada, isto não adianta...”
A outra, que apanhei numa troca de comentários no Facebook, representa uma certa corja de “apoiantes” do governo. Dizia, mais palavra menos palavra: “Os organizadores da manifestação têm que se compenetrar de que o país tem dez milhões de habitantes. Ora, mesmo que consigam juntar 500.000 manifestantes, isso representa 5% dos portugueses... o que quer dizer que há 95% de portugueses que apoiam as medidas do governo e sabem que elas são necessárias.”
Sobre os primeiros... desejo apenas que a experiência, que mais conversas com amigos e amigas mais experientes e, sobretudo, organizados e mais informados politicamente, os ajudem a descobrir que as coisas verdadeiramente decisivas para a construção da malha da mudança, são aquelas pequenas coisas que vamos tecendo pouco a pouco, todos os dias do ano.
Quanto ao segundo caso, dando de barato o grande falhanço quanto às previsões de manifestantes, o argumento é apenas repelente, tal a desonestidade delirante da “lógica” em que se baseia, nem merecendo, por isso, uma resposta ou comentário.
É por isso mesmo que considero de leitura mais do que aconselhada, este texto do Miguel Tiago, publicado na quinta-feira passada no blog “Kontra Korrente”.

9 comentários:

trepadeira disse...

A luta não é,nunca foi,uma só acção,ou uma só batalha,é um caminho que temos de percorrer,mesmo depois da vitória.

Um abraço,
mário

O Puma disse...

Parece-me que neta fese

a coisa tem de dar mais passos

Maria disse...

Bem encaminhado, sim senhor!
Beijo.

Graciete Rietsch disse...

Gostei muito do texto do Manuel Tiago que, para mim, é uma excelente análise da manifestação.

Um abraço.

Avó Nini disse...

NÓS PORTUGUESES TEMOS PROVÉRBIOS ADAPTADOS A TODAS AS OCASIÕES. NESTE CASO A ESTES SAUDOSISTAS DOS TEMPOS ANTERIORES AO GLORIOSO 25 DE ABRIL DIGO APENAS :« OS CÃES LADRAM MAS A CARAVANA PASSA»

Antuã disse...


O que é preciso é caminharmos.

samuel disse...

Olá Graciete...

A "confusão" com o nome do escritor Manuel Tiago é frequente e o nosso jovem geólogo, poeta e blogger que, presentemente, "está em deputado", já deve estar habituado... mas na verdade ele chama-se Miguel. :-) :-) :-)

Abreijo.

Olinda disse...

Quantas pessoas ,que se manifestaram pela primeira vez,sentiram que estavam certas,estando ali ,e nao,em casa?Quantas pessoas ,em casa,que pensaram,-para a prôxima ,tambêm vou? Maioritâriamente o povo repudia estas polîticas fascistas.Foi mais um abanao ,na estrutura.

Um abraco

Anónimo disse...

Um grande momento fazem-se de outros mais pequenos! Não foi assim até se chegar ao 25 de Abril o dia da Liberdade? Esperar que os do (des)governo nos oiçam?! Eles não querem mas "água mole em pedra dura tanto dá até que fura"!
Vicky