Quando em Outubro de 2009 aqui belisquei ligeiramente a Dr.ª Isabel Alçada, na sua chegada ao Ministério da Educação do Regime de José Sócrates, por ter declarado o seu total apoio à política educativa da sua antecessora, Maria de Lurdes Rodrigues, acrescido pelo pormenor (bastante irrelevante, neste Governo) de ter mentido descaradamente sobre o convite para o lugar de Ministra... disse que lhe dava o benefício da dúvida. Devo confessar, porém, que não augurava nada de muito bom.
O que não esperava era que fosse preciso tão pouco tempo para a senhora se revelar bastante pior do que as expectativas pessimistas. Há tempos, quando fui cantar a uma escola perto de Lisboa, alguns professores definiram-na de uma forma certeira: é bastante pior do que a Lurdes Rodrigues, pois continuou a política anterior, já tomou algumas medidas ainda piores... com a agravante de (cinicamente) fazer tudo com um sorriso agrafado na cara.
De facto, contra ventos, marés, professores (e tribunais) a trapalhada com as avaliações, continua. Se o Parlamento toma uma posição maioritária contra uma sua medida... a dona Isabel Alçada “desvaloriza”... e vai por aí fora, num desfile de poucos conhecimentos, deficiente preparação, arrogância disfarçada de dialogo, posições e medidas inaceitáveis.
- Senhora Ministra, o que deve fazer-se aos alunos que não consigam passar do 8º ano e comecem a ameaçar seriamente as vossas tão estimadas estatísticas do “sucesso” escolar?
- Dá-se-lhes o 10º ano em formato “simplex” e o país fica instantaneamente mais “qualificado”.
- Senhora ministra, o que acha que se deve fazer para melhorar o serviço que a escola presta às pequenas comunidades, onde a influência da escola, a presença do professor ou professora e a fixação das crianças e dos seus pais tem uma importância que vai muito para além do próprio ensino?
- Se não tiverem 20 alunos, fecham-se!
- E como é que as crianças vão deslocar-se tantos quilómetros, todos os dias, perdendo várias horas da sua vida de estudo e brincadeira... sacrificadas em horas de sono perdidas, viagens intermináveis...
- Metem-se em carrinhas!
- Senhora Ministra, e se tiverem fome?
- Se não tiverem pão, que comam brioches!
Peço desculpa, agora deixei-me entusiasmar... esta última, brilhante e tão humana frase foi proferida não pela nossa irrelevante Ministra, mas pela malograda rainha Maria Antonieta, que pouco tempo depois viria a “perder a cabeça”... coisa que por cá não acontece. Façam os verdadeiros “donos” do país e os seus funcionários colocados à frente do Governo o que fizerem... nunca perdemos a cabeça.
10 comentários:
Estás certo disso... olha que "eles" não estão assim muito tranquilos com as suas "cabecinhas de ouro". Andam um bocado de passos... perdidos.
Um abraço (ou dois!)
É pena não perdermos a cabeça. Porque neste exacto momento apetecia-me meter-lhe um brioche boca adentro para ver se se calava...
Abreijos.
Tenho estado com tão pouco tempo disponível que há picos de tempo não venho aqui. Ou, se venho, passo de fugida.
Dois reparos, Samuel:
Parece que este governo não pode perder a cabeça. Ninguém perde o que não tem.
Se os portugueses confiassem tanto no seu governo como o seu governo confia nos portugueses, isto andaria bem melhor. Ora vê lá se isso não é o cúmulo da confiança acreditar que quem chega ao 8º ano com 15 anos pode fazer dois anos num, e passando em todos os exames?
Abraços.
Daniel
Uma Desventura no Ministério da Educação. Com publicação capítulo a capítulo...
Só interessam as estatísticas porque gente que pense é perigosa.
Um beijo.
É uma aventura triste!
Essa senhora que se demita enquanto é tempo senão nem os seus livritos se vendem...
Ela realmente vive no país do faz-de-conta escreve logo existe...não carissima dignidade nada disso o país não é só Lisboa e mesmo nessa muita gente sofre as passinhas para deslocar os filhotes.
Vá-se catar sff...
Qualquer dia, os alunos têm "Uma Aventura" enorme para ler os livros desta senhora...Cada vez sabem menos...E até gostava desta senhora. Enfim, mais uma para esta República dos Ananases (pois, porque das Bananas já é há muito tempo)
Ora, ora, a senhora ministra está bem à altura do governo de que faz parte...
Um abraço.
Mas eles hão-de perdê-la Samuel, nas guilhotinas, à maneira francesa de há 200 anos atrás. Pouco falta.
De resto, não podemos dizer que não estivessemos já avisados:
http://sol.sapo.pt/blogs/arrebenta/archive/2009/10/23/A-Sinistra-Ministra-Isabel-Al_E700_ada.aspx
http://sinistraministra.blogspot.com/2010/01/um-traste-chamado-isabel-alcada.html
Dois textos de inestimável valor!
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