quarta-feira, 28 de julho de 2010

Freeport - José Sócrates completamente ilibado. Ainda bem... do mal o menos!



Ontem José Sócrates decidiu abrilhantar o nosso jantar. Não foi muito bonito de se ver. Por mais que o Primeiro Ministro começasse com um «finalmente!», afirmando o seu grande contentamento, aquilo pareceu sempre um contentamento descontente, um alívio desconfortável, uma triste alegria... e mais uma meia dúzia destas combinações de palavras aparentemente antagónicas, que fui ali buscar à gaveta dos “oxímoros interessantes para usar um destes dias”.

Não pode ser bom para o ego de ninguém, no caso perfeitamente possível (e desejável) de se estar completa e absolutamente inocente num processo, obter uma “completa ilibação” que chega pelas mãos de uma investigação em que a verdade foi sempre uma miragem, em que a transparência foi um luxo inatingível, em que elementos de (possível) prova foram recusados por razões que, legalmente, podem ser escorreitas, mas que acabaram quase sempre por parecer perigosamente convenientes. É triste ser ilibado por investigadores que, durante a maior parte dos muitos anos que durou a investigação, não investigaram nada... e que depois de voltarem afanosamente a investigar, perante um caso em que um monstro de betão foi construído numa zona protegida, que só foi “desprotegida” na medida exacta que permitisse a sua construção; uma investigação que viu passar de um lado para o outro o “cheiro” a milhões de euros que os promotores do empreendimento, pelos vistos, pagaram, para “facilitar” o andamento da coisa; uma investigação que teve debaixo do nariz gravações que, a serem aceites, levariam a investigação por outros caminhos; uma investigação que, perante as suspeitas de corrupção, de financiamento ilícito de partidos, luvas aqui e acolá, pressões sobre magistrados... chegou a esta indigente acusação de um vago ilícito fiscal e uma mais que duvidosa extorsão, que nunca poderão explicar por onde é que se esfumaram os milhões que os ingleses pagaram. Uma acusação a dois infelizes (Smith & Pedro) que só os deuses sabem o que é que ganham em arcar sozinhos com a fava... se estiverem para aí virados...

De qualquer modo, a involuntária participação de José Sócrates nesta novela parece ter chegado ao fim. Como disse no título, ainda bem!!!

Passamos muito bem sem a vergonha de ter um Primeiro Ministro corrupto. Bem nos bastam as outras extraordinárias “qualidades” com que ele nos brinda diariamente, há anos!

10 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Esta decisão foi outro dos grandes escândalos que a HISTÓRIA NÃO ABSOLVERÁ.

Beijos.

Maria disse...

O desfecho que esperávamos. A esta hora o homem está a comemorar.
O Pedro e o Smith é que... coitados...

Abreijos.

Jorge S. disse...

Ainda bem que estamos em Portugal, país onde os primeiros, segundos, terceirose por aí adiante ministros,presidentes de camara,pedófilos, ladrões e o mais se safam sempre. O que é preciso é usarem avental ou crucifixo!
Este já está.
Abraço

Pintassilgo disse...

Sócrates tem a sorte de não ser pilha-galinhas!

Fernando Samuel disse...

Agora, depois de ilibado, o que lhe desejo é que Deus continue a ajudá-lo...

Um abraço.

Suq disse...

Ili bábá dó!

Antuã disse...

Aalimária apareceu-nos ontem para estragar o jantar. Zurrrou que se fartou!

Medronheiro disse...

Do que eu gostei mais no anjinho Sócrates foi das asas.

manuelbota disse...

Os políticos são como as fraldas...devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão....

Cloreto de Sódio disse...

A longa caravana vai passando intocável, angelical, cordeiro imolado. Ninguém ouve as vozes da razão e da decência.Não há mais pachorra para aturar o país e seus paladinos.