quarta-feira, 6 de maio de 2009

Aos seus lugares!...





Nada me move especialmente contra a poligamia, a não ser o facto de tudo aquilo, por muito legítimo que seja noutras culturas, me parecer demasiado “National Geografic” para o meu gosto. A ideia do chefe de bando, ou matilha, cercado de filharada e várias fêmeas, em número que vai aumentando à medida que as mais velhas vão perdendo (rapidamente) a saúde para produzir mais crias, diz muito, a meu ver, das desigualdades que ainda atingem uma grande parte da humanidade, em questões tanto económicas, como sociais e civilizacionais, tantas vezes com as crianças e mulheres no papel de vítimas, como neste caso... mesmo quando o fazem de forma “voluntária”.

Os nossos amigos dirigentes da África do Sul, podiam ocupar algum do seu tempo pensando neste problema, podiam meditar sobre o facto de, com tanta evidência, o racismo nunca ter deixado a sua sociedade, o crime violento ser generalizado e banal, as promessas de igualdade serem uma miragem.

Podiam ainda tentar perceber porque é que depois de Mandela o partido no poder pouco mais tem conseguido produzir como dirigentes, senão gente comprometida em casos de corrupção, crimes comuns, incompetência, ou até mesmo, como foi o caso da lamentável figura de presidente cessante, Thabo Mbeki, assassino do seu próprio povo, já que às anteriores “qualidades” que apontei, somou a demente e criminosa decisão de proibir os tratamentos contra a SIDA, negando a sua existência e declarando que os medicamentos eram uma tentativa dos países ocidentais para matar os africanos... assim condenando a uma morte certa, milhares de cidadãos.

Podiam ter escolhido para o substituir, alguém de outra condição... mas ao que parece, não. O senhor Jacob Zuma reúne algumas das “prendas” do anterior... e mais uma, essa sim, deveras importante: é praticante convicto da poligamia.

E aqui chegamos (já não era sem tempo!...) ao assunto deste texto. Com tanta coisa em que pensar, os dirigentes sul africanos estão, afinal, extremamente preocupados com um problema protocolar. Qual das várias esposas do presidente, terá o importantíssimo estatuto de Primeira Dama?

Sempre pronto para ajudar, aqui fica uma modesta sugestão:

Que tal, decidir a coisa em cada uma das diferentes situações que se forem apresentando, concedendo a medalha, perdão!, o estatuto, à que primeiro conseguir chegar à cerimónia?

4 comentários:

Maria disse...

Li este post três vezes para ver se tinha percebido bem... ou tudo...
Começar com um tema "deveras assaz bastante" complicado para acabar ... na que chegar primeiro à "cuja" cerimónia...
... hilariante...

Abreijos

jrd disse...

Um poste notável. Um título antológico.

Anónimo disse...

não desconsiderando, essas práticas também por cá se passam, tal vez em menor escala.

Só que o Mandela passificou essa prática antiquíssima das culturas ancestrais enquanto esteve preso.

De resto é ver seu casamento, no sentido de dar o nó com a Machel..!

Essa coisa da igualdade, fraternidade e liberdade só virá com muita luta, e, os séculos de obscurantismo colonial só desaparecerão com a queda do capitalismo e suas congéneros pró!
Abraços do Catraio

samuel disse...

Tema complicado... :-)))

Abreijos.