O injustificável Vasco Pulido Valente vai lançar um livro. O lançamento será cometido com a ajuda da presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza. Segundo me diz o meu companheiro das bicas matinais, o livro, "Portugal - Ensaios de História e de Política", trata da nossa História recente que vai do Liberalismo do Século 19, ao PREC de 1974/75.
Embora devastado pelo facto de não poder comentar a obra, já que não tenho a mais pálida intenção de a ler, mesmo assim quero deixar uma nota sobre uma das “interpretações” históricas (o termo é do autor) de Pulido Valente sobre o PREC, que segundo ele não foi Marxista-Leninista, como Cunhal queria, acrescentando ainda o "historiador" que o dirigente comunista não conhecia a realidade portuguesa.
Realmente... Cunhal bem tentou!... Desde a juventude, procurou a realidade portuguesa nos campos da fome do Alentejo ou no meio rural do Norte, entre as operárias e operários de norte a sul do país, em milhares e milhares de horas de reuniões com trabalhadores e os seus representantes, procurou até nas salas de tortura da PIDE, nas prisões do regime fascista, procurou, depois, na festa e explosão de alegria e empenhamento popular que se seguiu à Revolução e nos anos e anos de luta que se seguiram para a defender... mas nada!
Cunhal esqueceu-se de procurar a realidade portuguesa no único lugar onde ela está, toda concentrada: no fundo do copo de Vasco Pulido Valente.
17 comentários:
Apoiado!
Chama-se a quem assim fala: desembaraçado e sem papas na língua.
Até amanhã.
Campaniça
Chama-se a isso uma realidade bem bebida...
Um abraço.
Creio pouco ou nada em reflexões de sofá. Concordo com o teu pensamento , é na rua , no café, no campo , na escola que se descobre experiência e a nossa verdade. Depois ou se gosta ou se desgósta, mas é nossa e é real.
Este é dos que têm a verdade toda na barriga, não sobrando nada para os outros...
Haverá alguém mais qualificado para caracterizar a realidade portuguesa do Pulido Valente que passou estes anos todos a vê-la a uma mesa do Gambrinus?
Abraço.
O copo do Vasco Pulido Valente deve ser como ele: injustificável.
Um abraço
É por dizer essas mesmas falsidades que é promovido pela Comunicação Social.
Para Vasco Pulido Valente e a classe que ele representa, Nietzche é mais actual que nunca: «Não existem factos, apenas interpretações.».
o EX-DEPUTADO DO PSD
PARCEIRO DE PACHECO PEREIRA
SÃO ESTRÁBICOS NAS ANÁLISES
FUNCIONAM APENAS COM UM HEMISFÉRIO
DILUEM-SE NA CÁTEDRA
DOS ESPECIALISTAS EM GENERALIDADES
SEM RIGOR
SEM CREDIBILIDADE
os bobos do reino
falsificadores da história
bem pagos e tartufos
Não é só um Pulido, é toda uma catrefa de comentadores, opiniadores, historiadores, escritores e outros clérigos que conhecem tão bem a realidade portuguesa sem que para isso tenham alguma vez respirado o cheiro do povo!...
Definitivamente o Portugal deles não é o nosso, trágico que tenhamos de partilhar a mesma língua!
Um abraço da província
Samuel, ninguém sabe só por imaginar. E isto não se aplica apenas ao que disse Camões no Canto IX, mas sobretudo às coisas difíceis, aos dramas humanos. Ninguém sabe, por exemplo, o que terá sido a vergonha de uma mulher, de muitas mulheres não só alentejanas, que se deitaram com quem lhes deu uma fatia de pão. Ninguém sabe o que é a dor de uma mãe a encher a barriga de água aos filhos para se deitarem com um fingimento de engano da fome.
Eu também não sei, porque não sou mulher e nunca me deitei com fome. Mas tive uma infância difícil, de que não lamento nada. No entanto, vivi no meio de gente dessa. Vi os que morreram tuberculosos por causa de muitos anos de necessidades tremendas.
Penso que ninguém que tenha vivido no conforto e longe dessa multidão (de que ainda existe uma imensa sombra sobre nós...) pode escrever a história do 25 de Abril. Para esses, aquilo será sempre um devaneio de capitães levianos.
Esta é forte! E pesada!
(acho que pesa quase tanto como eu...)
:)))
Mas é verdade...
Abreijos
Esta esponja de nome vasco não tem nada de pulido e de valente.
não é "no fundo do copo", mas sim do fundo dos copos...
Excelente!
Hic! Hic! Hurra!
Em cheio!
Isso é só uma parte da realidade portuguesa.
Pronto... o homem ainda por cima, agora passa todo aquele tempo na TVI, com a Manuela Moura Guedes... aquilo não deve fazer-lhe bem nenhum!
Abreijos colectivos!
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