Mesmo tendo a noção de que me repito, nunca é demais realçar a minha vasta ignorância em assuntos de Economia e Finanças. Mesmo assim, gosto de ler (e, sobretudo, ter o privilégio de ouvir em directo e ao vivo) quem sabe.
Do muito que já se disse e escreveu para caracterizar o que se tem passado na quase totalidade do mundo actual, esta efectiva “ditadura capitalista” em que tantos governantes têm sido meros peões, uma frase ganhou um lugar especial no pódio das minhas preferências: “economia de casino”. Poucas designações definem melhor o carácter manhoso, traiçoeiro, mentiroso, ladrão, criminoso... e isto para me ficar apenas por adjectivos suaves, das práticas económicas, financeiras e especulativas que os grandes senhores do capital internacional utilizam, através dos seus grandes grupos económicos e dos seus “colaboradores”, os governantes (e aqui, trata-se de uma das raras ocasiões em que a designação de “colaboradores” está absolutamente certa) para sugar o tutano de milhões de seres humanos.
Os grandes patrões destes “casinos da finança" têm os seus lacaios, de que dispõem a seu bel prazer. Os lacaios fazem-lhes os recados, servem-lhes as bebidas, lambem-lhes as botas, fazem de conta que governam países defendendo os interesses dos povos... mas, de vez em quando, quanto mais não seja por desfastio, os grandes patrões gostam de mudar de lacaios.
As recentes caneladas que Ricardo Salgado (BES), banqueiro do regime (desde o fascismo), deu recentemente em José Sócrates e no seu Governo, fazem prever uma próxima troca de lacaios. Serão descartados estes e contratados outros, mediaticamente mais “frescos”. Poderão, entretanto, o Jozezito e alguns dos seus ajudantes, sossegar, pois, como é habitual, serão agraciados com cartas de recomendação pelos serviços prestados, que lhes garantirão belos empregos a fazer recados, servir bebidas e lamber botas, nas mais variadas empresas públicas e privadas... ou até, em grandes organizações internacionais.
Preparemo-nos então para uma iminente “dança das cadeiras” na governação nacional... essa espécie de “baile mandado”, mas que nos fica infinitamente mais caro do que aquele que o povo dança para se divertir.
Muita pena tenho eu de não estarem ainda reunidas as condições para lhes tirar as cadeiras de baixo dos “alternantes” rabos e vê-los estatelarem-se... e, quem sabe, partir até uma boa meia dúzia das “benditas” cadeiras em cima das suas “alternantes” cabeças... mas isso já é sonhar demais... para já!
7 comentários:
Mudarão os peões de brega. O capital, que é quem manda, é o mesmo. Com este ou com os seus descendentes...
Abreijos.
O meu vizinho do Zambujal agradece amigas referências. E certeiros desenvolvimentos
Quanto ao para já, é preciso ter em conta os... "timings" e as contradições (e contra-danças) lá entre eles. Isto do tempo tem a sua elastecidade, mas que o tal Josezito tem os dias contados tem, mais semana ou mês, mais mês ou semana.
Abreijos (e boas marchas!, foram?)
O melhor seria umas cadeiras pelos cornos abaixo desses vampiros sejam eles do que tem D ou do que não tem D.
do Zambujal:
As marchas correram lindamente!
Cá ficamos então, esperando (activamente) por melhores "timings"...
Abraço.
Mudam-se as moscas mas as "ex",que tão bem serviram, serão amplamente recompensadas, O Josézito pode ir descansado oferecer os seus préstimos para outro lado.
Um abraço.
Mesmo assim, vale a pena sonhar - especialmente quando se trata de um sonho bom como esse é...
Um abraço.
Como foi possível chegarmos aqui? "Esta era a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E juntos, habitamos a substância do tempo"
Sophia, como só ela sabe, descreveu assim a madrugada de Abril. Revi-me neste poema, porque aquela madrugada foi a "madrugada". Porque saí da noite, porque vivi e acreditei, porque não podia mais ser noite. 36 anos depois, como é possível que estas "alternantes" cabeças sejam governo?
Porque se perdeu, como se perdeu, o que se ensinou aos jovens, para chegarmos aqui? Peguemos, então, as cadeiras" e saiamos da "noite e do silêncio, para a madrugada que esperamos". Será difícil, mas não é impossível.
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