José Sócrates – Demagogia, autocrítica... e pouca sorte

Não se pode dizer propriamente que estive a ouvir o discurso de José Sócrates no seu comício de Matosinhos. A minha capacidade para dar ouvidos a aldrabões profissionais já está esgotada. De qualquer modo gostaria de registar dois aspectos do dito discurso de “rentrée” do Partido Socialista.

Primeiro, um dos raros momentos de autocrítica alguma vez ouvidos a José Sócrates e que se pode ver nas palavras do insersor de caracteres, na primeira fotografia: «O país precisa de estadistas e não de demagogos.»

Segundo aspecto, a constatação de que para tudo é preciso ter sorte. O PS arregimentou, não sei em que condições, já que a coisa costuma ser a troco de alguns Euros e sujeito a casting, uma ranchada de jovens rapazes e raparigas com ares extensamente saudáveis. Azar! A moçoila morena que está em baixo e à esquerda, na fotografia, passou os primeiros (loooooongos!) minutos do discurso do Primeiro Ministro a inclinar-se para a direita, enquanto uma outra amiga se inclinava para a esquerda (só assim aparecendo na “foto”), para juntarem as caras, rindo muito, acenando, fazendo coisas com os dedos... para a posteridade. A seguir, ainda durante bastante tempo, foi fazendo sinais “lá para casa”, fazendo caretas, rindo muito, alinhavando expressões hilariantemente contrárias ao que Sócrates estava dizendo nesse momento... até que alguém lhe deve ter dado uma “canelada” tão forte, que a pobre ficou para ali, com uma cara parada e tristinha... e arruinou-me completamente o divertimento.

Ah... parece-me que o Primeiro Ministro anunciou ao povo português ter ganho as eleições... mas isso dá-me ideia que já lhe tinha ouvido antes.