segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Marcelo Rebelo de Sousa – A velha anedota



Não, não estou a chamar velha anedota ao professor Marcelo. Pelo menos, não desta vez. O caso é que, um pormenor da sua última homilia na TVI me lembrou a velha anedota «Era um general tão estúpido, que até os outros generais deram por isso!»

Veio-me à lembrança esta velha anedota a propósito das queixas do professor sobre o seu “general” Pedro Passos Coelho, o “líder da oposição”, como gostam de lhe chamar alguns “generais” – igualmente estúpidos – da nossa comunicação social. Marcelo Rebelo de Sousa não faz a coisa por menos.

No que toca à peregrina ideia de Reforma Constitucional avançada pelo líder do seu PPD-PSD, discorda de praticamente tudo, colocando mesmo a coisa ao nível do disparate, tiro no pé, infantilidade, ignorância, o que se quiser... isto, claro, no que tem que ver com o sentido de oportunidade («Estamos numa borrasca e o PSD quer vender óculos de sol?»), com algum do conteúdo e com o modo de apresentação da proposta.

No que diz respeito à figura escolhida por Passos Coelho para dirigir os trabalhos de uma comissão (e os seus vários e públicos desencontros) que levaram à elaboração do projecto, o conhecido calhordas Paulo Teixeira Pinto, o monárquico ex banqueiro, ex Opus Dei, ex governante do PPD em governos de Cavaco Silva, aí a coisa ainda piora, pois Marcelo Rebelo de Sousa, se ainda admite, como qualquer pessoa admite, o direito ao cidadão Teixeira Pinto de tentar atirar para a Constituição algumas das suas ideias políticas – por muito estranho que seja ver a Constituição da República “revista” por um monárquico – já no que diz respeito às questões que mexem com direitos dos trabalhadores, relações laborais, estabilidade no emprego e nível de vida, aí o comentador reconhece que nenhum português entende que raio de autoridade moral tem um indivíduo como aquele, nadando em dinheiro ganho nas condições vergonhosas que se sabem, para vir mexer com a vida de quem trabalha.

É por isso que há dias em que gosto de ouvir o professor Marcelo. De vez em quando, acerta... se bem que isso é uma coisa que até os relógios parados são capazes de fazer. Duas vezes por dia.

10 comentários:

Maria disse...

Refinadíssimo post!
Vou ali ver de um relógio e depois volto para ler o resto :))

Abreijos.

Fernando Samuel disse...

Então ficamos assim: Marcelo, o relógio parado...

Um abraço.

Graciete Rietsch disse...

Que post magnífico!
Grande humorista que tu és, além de grande músico.
E ainda falam do RAP!!!!

Beijos.

Antuã disse...

Às vezes lá calha!...

Pata Negra disse...

O Marcelo Rebelo de Sousa está para a política assim como o Hermano Saraiva está para a história: contam bem mas não convencem!

Um abraço de refractário em terra de generais

José Rodrigues disse...

Foogo! O Cavaco estava rodeado de cada alimária/vigarista.Foi ele que os ensinou,ou aprendeu com eles?...


Abraço

svasconcelos disse...

lol
E acertou desta vez.:)Por acaso.
Bjs,

Op! disse...

Admito que acho o prof. o mais honesto do PPD.

Luis Neves disse...

Uau!
na mouche!
Nunca vejo o Marcelo. Eu também concordo contigo, o homem às vezes acerta, e muito mais que 2 vezes ao dia.
É um Politico que podia aventurarse a PR. Pois o Cavaco já só convence a malta da Ecónomia e das Finanças , e os correligionários de há vinte anos atrás.
Um PR no século XXI como o Cavaco, não lembra nem à Santa...
Luis

duarte disse...

eheheh...
abraço.