quarta-feira, 2 de junho de 2010

Assassinos e farsantes



Se ignorarmos aqueles para quem tudo o que Israel faz é bem feito, é um dado adquirido para quase toda a gente, que aquele estado é governado por “foras da lei”, assassinos profissionais e terroristas, o que é normal, se considerarmos que, sob a farsa da democracia se esconde um regime de contornos fascistas.

Uma das características mais asquerosas daquele regime é o facto de reiteradamente tentarem “justificar” a sua política de assassínios, que cometem em qualquer parte do mundo na mais completa impunidade, a política de opressão e genocídio imposta ao povo palestiniano e o seu lunático fanatismo religioso, com o tremendo sofrimento, humilhações e massacres sofridos pelos seus avós às mãos do nazi-fascismo.

Independentemente do ódio aos judeus que desde há séculos os padres católicos inculcaram nos limitados cérebros dos seus fiéis, identificando os judeus como “aqueles que mataram nosso senhor” (como se ele não fosse igualmente judeu), ódio somado ao eterno ressentimento de irmãos desavindos que separa os filhos de Ismael dos filhos Isaque e que sempre incendiou aquela região do mundo, este obsceno aproveitamento do sofrimento dos seus antepassados deve constituir o pior desrespeito pela sua memória.

O mais recente crime do exército israelita, que até já eles próprios questionam... mas por enquanto, apenas por falta de eficiência, deixou a comunidade internacional estupefacta, à excepção daqueles com que comecei este texto. É também notório que um cada vez maior número de cidadãos de Israel não se revê nos actos do seu Governo. Quanto às grandes organizações do nosso maravilhoso mundo “democrático”, têm-se limitado a mostrar preocupação, declararem-se chocadas, ou, corajosamente... pedirem esclarecimentos.

Obama, que serve de suporte a quase tudo o que faz Israel, tal como serviram os seus antecessores, estava também à espera de “esclarecimentos” israelitas para saber que posição tomar. Suponho que quando o assassino profissional Netanyahu lhe repetir que os seus comandos foram “selvaticamente atacados” pelos activistas que viajavam nos barcos da frota humanitária... ele ficará descansado e esclarecido. Poderá continuar a armar um Estado assassino. Poderá continuar a fazer de conta que não vê. Poderá continuar a lamentar as mortes. Poderá continuar a ser a “luz dos olhos” dos ingénuos e dos outros que de ingénuo nada têm, que por cá e um pouco por todo o lado, fazem dele o farol desta pobre farsa democrática.

9 comentários:

Artur Dias disse...

Talvez ele (Obama ) pudesse fazer algo! Poder ele podia.... mas não era a mesma coisa...Pois não ?!?!?

do zambujal disse...

Didáctico!

Um abraço

Graciete Rietsch disse...

"Os assassinos selvaticamente atacados pelos activistas da ajuda humanitária"? Quem acredita? Só os muito ingénuos ou os que estão do lado dos assassinos.

Um beijo.

José Rodrigues disse...

As TVs públicas cá a terra estão constantemente a passar o vídeo comentado (e anotado) por uma jornalista(?)"marciana" aloirada,toda salamaleques para os assassinos e farsantes!Até um dia...

Abraço

Elísio Alfredo disse...

Sabemos que esta(s)coisa(s) leva(m)muito tempo. O pior é que a imensa maioria anda muito distraído, distrai-se muito facilmente. Qualquer núemro circence ao estilo do que foi montado na Covilhã distrai o pessoal. Não querem saber, por enquanto, de custos, de sacrifícios, mas de golos.
Um dia, na inauguração de um CT ouvi, de um homem que já não está, de nome José Pires Jorge, que tem sempre 3 caminhos para chegar: pelo estômago, pelo coração e pela cabeça. Esta vai chegar também pelo bucho.
O que dizze Brecht? Amanhã estaremos lá, com os palestinianos, com os judeus e os americanos e os outros decentes...

Anónimo disse...

Tão assassino é quem mata como quem manda ou permite, de forma continuada, que se continue a matar. Mas, como em tudo o que comanda, por enquanto, os nossos destinos são os interesses financeiros a decidir ou a permitir que isto aconteça. Não nos podemos esquecer que os judeus constituem um poderoso lóbi financeiro nos Estados Unidos sendo mesmo determinantes nas eleições presidenciais. Direitos humanos, que eles tanto apregoam mas tão pouco praticam, são apenas retórica e instrumento de propaganda.
Samuel, um abraço, grande, pela forma como colocas no "teu" blogue, desculpa ele é já de muita gente que não o dispensa, matérias que têm a ver com a vida que vivemos e que quem devia informar e formar procura esconder.
Um abraço do Norte
Valdemar

Aliete disse...

"...Pode um povo nascer sobre uma guilhotina?
Temos direito a morrer como quisermos, para que a terra
possa esconder-se numa espiga."
(Mahmud Darwich)

Lembrar o poeta, hoje, quando os inimigos voltaram a atacar. Até quando, os senhores do mundo, se manterão silenciosos e coniventes com os assassinos? E todos nós, o que poderemos fazer, para além de gritar a denúncia?
A.

Fernando Samuel disse...

Excelente texto!

Um abraço.

Pata Negra disse...

Parece que o barco tinha pistons e que os passageiros iam armados com mãos, punhos e pés! Ora, meu caro Samuel, se isto não é uma ameaça?!...
Nós falamos, os nossos falam, toda a gente fala muito em direitos humanos, esquece-se, muitas vezes, que o primeiro direito de um humano é o de comer! Para lá de todas as conversas, é isso que está em causa! Fala-se muito enquanto nas mesas de Gaza há apenas pó!
Um abraço acabadinho de jantar