quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Se eu podia viver sem esta novela das ações do Cavaco? Podia...




A esta altura do campeonato já os “spin doctors” que rodeiam o cavacal candidato vigiam todos os seus ais e uis... não vá ele cometer o grande descuido de responder mesmo a alguma das perguntas que lhe fazem. A partir de agora não lhe veremos mais do que aquela cara de vítima, rouquejando uns “não respondo a campanhas sujas” ou “ai mas que vil e baixa política”. Seja lá o que for que tem para esconder (e deve ter!), Cavaco já decidiu capitalizá-lo a seu favor, interpretando o papel de virgem ofendida.
Entretanto, é verdade que toda aquela corja de delinquentes que roubou milhões e desbaratou outros tantos, no BPN, saiu dos seus ministérios e secretarias de estado.
Entretanto, é verdade que o Loureiro a que só falta ser Valentim, tinha o rabo sentado no Conselho de Estado, ao mesmo tempo que chafurdava no lamaçal dos negócios do BPN/SLN.
Entretanto, é verdade que, quer queira quer não, a cavacal figura foi colocar parte do seu dinheiro a render naquela pocilga, em ações que (diz quem sabe) não estavam no mercado bolsista e que, assim que a coisa aqueceu, saíram das mãos do cidadão Aníbal a toda a velocidade e, numa altura em que na bolsa e fora da bolsa, as empresas e os investidores, andavam a perder dinheiro, mesmo assim conseguiu ver as suas ações-maravilha valorizadas em quase 150 por cento.
Entretanto, é por demais evidente que a maneira correcta de colocar a questão das responsabilidades políticas de Cavaco no caso BPN foi a usada pelo candidato do PCP, Francisco Lopes, aliás, o primeiro a trazer este assunto para a campanha, tendo-se seguido todos os outros... até se acabar nesta gigantesca manobra de diversão, entre Alegre e Cavaco, como muito bem lhe chama o próprio Francisco Lopes.

Foi patético ver ontem ao fim da tarde o antigo “ajudante” de Cavaco, Eduardo Catroga, que pelo meio da azáfama de estar envolvido em administrações e direções de múltiplas empresas, ganhando com isso muitos milhares de euros por mês, maquia a que ainda se vê obrigado a fazer o sacrifício de somar mais alguns milhares da sua pensão de reformado... conseguiu mesmo assim ter tempo para ir negociar com o Governo, em representação direta de Cavaco Silva, o orçamento da recessão e do roubo dos salários e pensões dos trabalhadores, foi patético, dizia, ver esta figura na televisão, na posição de comentador, justificando a posição de Cavaco e dos seus negócios, como perfeitamente naturais e, à repetida questão de quem raio comprou as famosas ações do Presidente, responder que é perfeitamente natural que não se saiba. «Eu próprio - disse – tenho dinheiro aplicado nos bancos, em vários produtos financeiros... e não sei a quem eles os compram, nem a quem os vendem!»
É precisamente este o aspecto central desta questão. A face abjecta deste jogo financeiro de casino. O coração podre deste capitalismo sem pátria, sem cara, sem honra, em que o investidor apenas quer “o seu”, pouco lhe importando aonde é que “os mercados” o vão buscar... seja ao negócio de armas que matam por todo o mundo, seja ao tráfico de droga que mata até os seus filhos, os seus netos e os seus colegas de escola, seja à lavagem de dinheiro proveniente dos negócios mais nojentos.
Se questionarmos o “investidor” sobre as origens do seu dinheiro, dirá exatamente: “Não sei a quem compro, nem a quem vendo!”, ou então dirá que não responde a “campanhas sujas”... nem a mais nada. Compreende-se!

8 comentários:

Antuã disse...

Se o dinheiro do Cavaco rendeu tanto provavelmente foi aplicado na droga.

do Zambujal disse...

São os negócios! A questão é que estão sempre na fronteira do legal, até que haja excessos,mas sempre do lado de lá do ético, às vezes... "pisando o risco" do ausente de toda e qualquer moral.
O que não é admissível é que que nesses práticas e jogos haja promiscuidade com influência política e esteja envolvido um Presidente da República e candidato a voltar a sê-lo, por mais burguesa e pouco democrática que seja a democracia que se vive.

Abraço

Graciete Rietsch disse...

Querido amigo
Foste extraordinário neste teu post. Realmente não saber quem manipula as nossas poupanças que até"poderão matar os nossos filhos ou netos" é um autêntico crime.

Um grande abraço,Amigo.

j. gago disse...

Eu também podia viver sem esta novela, mas não era a mesma coisa...
Pelo menos nesta guerra de palavreado entre o "mono" e o "camaleão" já deu muito bem para perceber, que, no que toca a ações... Ambos valem zero!
um abraço.
J. Gago

J. Gago disse...

Eu concretizo o "mono"...

Rosto fechado
Riso cínico,forçado
Discurso hipócrita,estafado
Tresandando a passado...

Pose de anjinho,mesquinho
Ar decadente,de general sem patente
Pão sem sal...
Comprometido
Vendido,ao capital...!

Eis o perfil
Do "mono"senil
Que nasceu, e morreu
Antes de Abril...!

Leão sem fé disse...

É com o Alegre, mas se fosse com Paulo Portas já Cavaco tinha explicado tudinho.

Lembram-se como o Portas entrou com Independente no WC da residência do 1º Ministro Cavaco?

E eram muito menos grave as obras do WC, do que esta c..... da bolsa!

lino disse...

Ele é mais uma puta reles a garantir a pés juntos que é virgem.
Abraço

Fernando Samuel disse...

Muito bom!

(mais uma vez, também andei pelas imediações...)

Um abraço.