Está-lhes no sangue! As oligarquias reaccionárias da América Latina e as cúpulas militares que lhas são fieis, nunca perdem uma oportunidade de espezinhar os direitos e liberdades dos seus povos. Fizeram-no agora, mais uma vez, com um golpe militar, nas Honduras, onde o acto mais significativo, para já, é o sequestro e expulsão do país, do presidente democraticamente eleito, Manuel Zelaya. Felizmente, estes golpistas não se sentiram suficientemente “apoiados” para o assassinar, como outros, no tempo de Salvador Allende...
A maioria de hondurenhos que elegeu o Presidente Zelaya, reclama o seu regresso e a reposição da normalidade. Apesar de ainda não terem escolhido uma cor para a sua causa (estão na moda as “revoluções” coloridas), um teste interessante à nossa atenção sobre o que se passa nas televisões, jornais e blogues, será descobrir se aí, o povo das Honduras e o seu Presidente democraticamente eleito, são tão importantes, menos importantes, muito menos importantes, ou nada importantes, isto em comparação com os oposicionistas do Irão.
Ah, e não vale a pena vislumbrar aqui qualquer ataque aos iranianos que contestam o resultado das eleições e muito menos um alinhamento com Amahdinejad. O que escrevi, quer dizer apenas o que está escrito!
14 comentários:
Está-lhes mesmo no sangue, a eles e não só. Confrangedor ver alguns blogues, de "renome" optarem pelo silêncio ou como fazem no Jugular tentarem justificar o injustificável. Agora até me querem fazer crer que há golpes de estado legais...
Abraço.
Por um momento, quando soube da notícia e antes de saber onde estava o presidente eleito, lembrei-me do 11 de Setembro de 1973.
E pensar que tinha por lá o Pablito a cantar...
Vamos ver quem vai apoiar (ou não).
Abreijos
Se a coisa não se resolver rapidamente os EUA vão acabar por apoiar. Era o que eles queriam fazer de imediato mas o ambiente não é favorável.
Fora este acontecimento noutro lado e as "lágrimas de crocodilo" já tinham sido derramadas por muito "boas" pessoas cá do burgo!!!
Enfim, opções de classe...um abraço Samuel e
abreijos
O presidente das Honduras foi deposto, na sequência de um processo legal. O poder está nas mãos das instituições democráticas, presidente do parlamento e do próprio parlamento, e não de nenhuma junta.
Ao apoiar o presidente deposto, Obama pretende vincar que os EUA não tiveram nada a ver com o assunto. Contudo, a posição de Obama corre o risco de legitimar uma intervenção da Venezuela e/ou de Cuba e de desencadear um conflito regional que pode vir a custar milhares de vidas.
Obama devia ter condenado a actuação do presidente deposto e intercedido para a realização de eleições, no mais breve prazo de tempo possível.
O presidente Obama demonstrou, com esta actuação, que se está nas tintas para o povo das Honduras e que tudo o que lhe interessa é sair bem na fotografia. É um comportamento muito perigoso para um líder mundial.
Salvoconduto:
Quando dá jeito...
Maria:
Esperemos que não chegue aí...
Antuã:
E viva a táctica!
Amigona:
Opções...
Pa:
Acha?!
No site do conselheiro da foto abaixo nem uma cagadela de mosca para amostra...não me comprometas...
Abraço
Pois claro pá...é tudo legal...feito às ordens dos seus senhores e dentro das mais legitima e democrática legalidade.
Não estamos no Irão dos doimeatóla ta-mos na América-Latina, quintal traseiro dos USA
Cá o Barraca abana tem muito jeito para se pôr a jeito tás a ver não estas.
A «conclusão» geral é: «o referendo era ilegal, logo o golpe é legal»...
Muito pragmáticos, estes analistas democráticos...
Um abraço.
Inqualificável, a atitude da generalidade dos grandes meios de comunicação, submetendo-se todos ao "apagão" informativo sobre o golpe, imposto pelo imperialismo. Nem a prisão de jornalistas, nem o encerramento de estações de televisão, rádio, agências, jornais, nada disto os toca, nada os sensibiliza! Comprovando o estado degradante e profundamente anti-democrático que campeia nos orgãos de comunicação ditos "sociais".
Assim, já nem espanta muito lermos avaliações tão retorcidas - e branqueadoras - do papel desempenhado por Hillary & Obama, antes e perante o golpe, papel afinal tão singelamente óbvio.
Saudações.
O golpe perpetrado nas Honduras é um acto de atropelo à inconstitucionalidade e à vontade popular. Estes acontecimentos não só sufocam a dignidade do povo hondurenho, como também também agride a comunidade internacional.
Abraço
O homem que se salvou a pintar Pol Pot
30.06.2009, Francisca Gorjão Henriques
Hoje um pintor consagrado, Vann Nath disse ser uma honra testemunhar em tribunal sobre o seu cativeiro
Morreram 14 mil pessoas e pensa-se que apenas sete escaparam com vida do centro de detenções Tuol Sleng, o grande local de tortura do regime Khmer Vermelho na capital cambojana. Um dos sobreviventes é Vann Nath, que hoje relatou ao tribunal: só sobreviveu porque gostavam dos quadros que pintava do líder, Pol Pot.
Vann Nath é a única pessoa a ter passado pela prisão, conhecida como S-21, a testemunhar neste tribunal, criado pelo Camboja com colaboração da ONU, e que agora está a julgar o director do centro, Kaing Guek Eav, ou Duch, acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, tortura e homicídio. Também foi o primeiro dos sobreviventes a prestar declarações.
"Só sobrevivi porque o Duch se sentia bem quando passava pelo meu atelier", disse, citado pela Reuters. "O meu sofrimento não pode ser apagado, as memórias continuam a perseguir-me."
O pintor perdeu dois filhos nos "campos da morte" dos khmer vermelhos, que entre 1975 e 1979 foram responsáveis pelo desaparecimento de 1,7 milhões de pessoas - um quinto da população - que não resistiram à fome, doenças ou exaustão, ou que foram simplesmente assassinadas.
Nath foi espancado, electrocutado, e esteve quase a morrer por não ter nada que comer: "Tínhamos tanta fome que comíamos os insectos que conseguíamos apanhar, que caíam do tecto." Tinham tanta fome que até "comíamos ao lado dos cadáveres dos nossos colegas", cita a AFP.
"A fome e a sede tornavam-se uma obsessão... As condições eram tão desumanas e a alimentação tão rara. Só tínhamos direito a três colheres de farinha torrada com água duas vezes ao dia. Perdi toda a dignidade. Até os animais recebiam mais comida."
Relatou actos de tortura frequentes. Houve quem ficasse sem as unhas, arrancadas pelos guardas, ou à beira do afogamento. "Ouvia os prisioneiros gritar, ouvia sons e vozes de mães a gritar quando lhes levavam os filhos. O sofrimento era terrível."
Nath foi detido em 1977. Um dia, quando foi chamado, teve a certeza de que tinha chegado a sua hora. "Disse a mim próprio que isso não tinha importância, já que ia morrer de um dia para o outro, mais valia morrer logo do que viver naquelas condições."
Mas ao contrário do que aconteceu a muitos dos seus colegas de cela, não foi uma chamada para a morte. Pediram-lhe que pintasse um quadro de Pol Pot. "Sabia que se o pintasse mal, estaria a arriscar muito. Estava muito nervoso." Era "uma questão de vida ou de morte". Correu bem e passou a pintar os quadros de propaganda do "irmão número um". Hoje, aos 63 anos, é um artista consagrado.
Mas as memórias não desaparecem, e há três décadas que espera por este dia. "Agora tenho a possibilidade de testemunhar perante esta sala de audiências. Isto é um privilégio, isto é uma honra", afirmou. "Não quero nada mais do que justiça."
Duch - o primeiro de cinco responsáveis a serem julgados - já fez os seus depoimentos. Pediu desculpa, chorou, e afirmou que cumpria ordens.
Em 2010 será a vez de serem julgados o "irmão número dois", Nuon Chea, o ex-Presidente Khieu Samphan e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ieng Sary, e a mulher. Todos negam saber o que se passava no Camboja, no período em que o país viveu sem moeda, sem escolas, sem população nas cidades, ao lado de algumas das maiores atrocidades do século XX.
Se pegarmos e lermos um pouco da História da mesma, não acham que América Latina, "resulta" de uma qualquer denominação de um lugar no Continente Americano, que não estivesse integrado culturalmente e políticamente nos E. U. A.?. Ou seja o resto... . Mas se estava resolvido o problema dos Americanos do Norte, que importa, mesmo que se tenha criado outro?.
Esse outro será o de que para muitos Europeus e até Americanos do Norte, uma "nova civilização" até seria bom para excluir esses tais Países, do Ocidente, ficando neste mesmo os chamados Países desenvolvidos. Em anteriores tempos o mesmo se passou no Sul da Europa.
Falando agora das Honduras, e do do atentado contra a sua vida democrática, há que dizer que esperemos que a O. N. U., que reconheceu as eleições hondurenhas, faça qualquer coisa de visivel e de reposição da verdade, ou que os hondurenhos sensatamente, façam com que a verdade volte ao seu quotidiano.
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