As lutas e movimentos intestinos no PS e no PPD-PSD vão de vento em popa. As purgas são tão evidentes como fáceis de explicar. Tudo o que é mais ou menos “alegrista” fica à porta, no PS, tudo o que é mais ou menos “passos-coelhista” fica em banho-maria (pelo menos até esta hora). A bem da transparência, para evitar populismos e a discussão de temas complicados a tão pouco tempo das eleições, dos candidatos arguidos também não se fala agora... e vão para as listas.
Todos os dirigentes partidários têm o direito de escavacar os pés a tiro, se assim o entenderem, ou, no caso de terem razão, não se fazerem rodear nas listas, por gente que acham potenciais traidores, por muito que isso ofenda as bases e as organizações locais dos respectivos partidos.
Eu, como estou a trabalhar em conjunto, com outra gente, de uma coligação em que o tão falado “totalitarismo” impõe que os candidatos sejam escolhidos pelos militantes, em resultado de muitas reuniões de trabalho e discussões das bases, em vez de serem nomeados pelos secretários gerais ou presidentes, não posso viver este verdadeiro frisson, este mediático stress de saber quem vai ser escolhido e quem vai ser excluído.
Uma coisa posso imaginar, no entanto, tal como, tão bem ou melhor do que eu, podem imaginar quase todos os que me lêem, que é aquilo que seriam as parangonas dos jornais, a gritaria dos comentadores e o alarido geral, se na CDU os candidatos, assim como os "cabeças de lista", fossem impostos por Jerónimo de Sousa. Estão a imaginar?
12 comentários:
E depois acusam o PCP de excomungar membros dissidentes das suas fileiras .
Caro Samuel, Paços Coelho está definitivamente excluído das listas segundo o Público, "por razões pessoais" de Manuela Ferreira Leite.
Incrível a hipocrisia desta gente que se julgam pináculos da moral mas que depois gerem, qual empresa, o seu partido. Imaginem agora se esta gente vai para o governo...
Isso simplesmente nem passa pela cabeça de um militante do PCP, por menos actividade ou participação que tenha!
Simplesmente porque isso é impensavel no nosso paritdo.
Há dias falava sobre essa situação com dois camaradas de idade avançada. Como seria se viesse nas noticias: "Jerónimo de Sousa escolhe os candidatos ás listas autárquicas e legislativas"?
Um dos camaradas olhou-me muito sério e disse: "Era o que faltava! Não era o meu partido, se agora se começasse a decidir de cima para baixo! Era só o que faltava!"
E eu fiquei a pensar a diferença enorme, a cultura politica, que separa os comunistas e os seus amigos, dos "Outros".
Como poderão entender outras coisas se nem esta diferença eles entendem?
Um abraço grande.
O que eu acho interessante é que a propósito de tudo e de nada se diz que o PCP é anti-democrático. Mas ninguém chama anti-democrático ao PS ou ao PPD/PSD devido ao seu processo de formação de listas.
É simplesmente brilhante!
Se tal acontecesse, diriam eles - e nesse caso com razão - que no PCP e na CDU não havia democracia - que é o que deviam dizer, mas não dizem, dos partidos onde isso acontece...
Um abraço.
Talvez porque do PS e do PSD já se espera que possam ser anti-democráticos...
Cruzes...
Nem te lembres de tal "coisa".
Com parte das listas já feitas imaginas o que era se o Jerónimo viesse cá e quisesse impor (impor???) quem ele entendesse?
Aqui, como no resto do país, quem escolhe os nomes são os de cá. Em reuniões que vão noite adiante, porque é gente de trabalho e pela manhã têm que estar onde devem (devemos) estar.
Bom dia!
Abreijos
Nem imagino! Aliás, achando o teu post muito pertinente, tem um pecado original (original como "fora do vulgar...) que é o de pressupor que a democracia é como o sol, que quando nasce é igual para todos...
Abraço
Eu cá vou pôr uma questão aos provedores do leitor do DN e do Público.
Atendendo a que em várias eleições anteriores nunca faltaram as acusações sobre o caráter profunda e geneticamente antidemocrático do PCP, ao não ter nas listas personalidades que os jornais classificaram como renovadoras gostava de saber se será usada a mesma termonologia em relação ao PS e ao PSD, depois de terem excluído alegristas e passistas das candidaturas.
Dado que a prática foi caucionada por sucessivas direcções (mais no DN que no Público) acolitado por alguns escribas que em vez de deontologia tinham uma agenda, gostava de saber se, de futuro, usarão também acusações de estalinismo e totalitarismo em relação aos partidos do bloco (ia a dizer pântanO9 central.
Com as minhas mais altas saudações, fulano de tal.
Se fosse assim será que a gente se safava? (estou só a brincar, claro que num partido que vive a democracia - chama-se centralismo democrático - não podem acontecer coisas destas...)
Abreijos
A verdade é que nenhum órgão de comunicação social pega no assunto pelas "pontas".
Saludos!
Francamente, um apoiante do PCP, falar em purgas nos outros partidos, é um bocado forte....
Ou como dizia o Freitas, é preciso TOPETE....
Anónimo:
Ah pois é!...
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