"Hiroshima" - Stéphane Chabrières
Poema da morte na estrada
Na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
estão quinhentos mortos com os olhos abertos.
A morte, num sopro, colheu-os aos molhos.
Nem tiveram tempo para fechar os olhos.
Eles bem sabiam dos bancos da escola
como os homens dignos sucumbem na guerra.
Lá saber, sabiam.
A mão firme empunhando a espada ou a pistola,
morrendo sem ceder nem um palmo de terra.
Pois é.
Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis,
não lhes deu tempo para serem heróis.
Eles bem sabiam que o último pensamento
devia estar reservado para a pátria amada.
Lá saber, sabiam.
Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só momento.
Não lhes deu tempo para pensar em nada.
Agora,
na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
são quinhentos mortos com os olhos abertos.
(António Gedeão)
9 comentários:
Que nunca mais... Mas não podemos baixar a guarda
Fortíssimo e arrepiante!
Ai este Gedeão...
Abreijo
Só um país foi bombardeado, só um país a utilizou...
Abraço.
Não consigo pensar nisto sem ficar com um nó na garganta...
E sem pensar na frieza de quem o ordenou e na cegueira de quem o levou a cabo.
De facto: Que nunca mais!
Continuaremos atentos!
Nunca mais!
Um Abraço
Os que a lançaram repetirão a proeza quando acharem que isso é necessário para a «defesa dos interesses dos EUA»...
Um abraço.
A. Mendes:
Isso seria fatal.
Maria:
Como ele sabia fazer...
Salvoconduto:
Isso por vezes é algo escondido...
Ana Martins:
Frieza que dura até hoje...
Hilário:
Fundamental!
Fernando Samuel:
A bomba, como aliás, muita da destruição gratuita de parte da Europa, já foi na época um simples e obsceno negócio chorudo.
Abreijos colectivos!
Caro amigo.
Só me parece mentira como é que o Gedeão apoia o Sócrates e o PS.
Anónimo:
Gedeão morreu há 12 anos, já com mais de noventa anos de idade...
De que Gedeão está o amigo a falar? Ou é uma tentativa de fazer uma "graça"?
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