segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Televisão Pública – Sobram os programas, escasseia a vergonha!




A RTP2 anuncia por estes dias, muito prazenteiramente, aquilo a que chama “uma fascinante série documental”, em três episódios, com o título sugestivo de “Comunismo - História de uma ilusão”. É, segundo parece, de origem alemã. Da apresentação promocional da série fazem ainda parte algumas considerações de que destaco estas: “Como é que é possível que esta ideia possa fascinar tanta gente, incluindo centenas de intelectuais? De que modo é que milhares de pessoas acabam com a repressão a indignidade e a opressão económica e mesmo assim continuam fiéis ao conceito de comunismo?”. Confesso que adorei o perdulário número de “centenas de intelectuais”! Foram contados no bairro do autor? No mundo inteiro? Mistério...

Devo dizer que sou normalmente cliente deste tipo de documentários, feitos de sinais contrários, de polémica, maior ou menor rigor, etc. De qualquer modo, este não vou ver. Já conheço o género, coalhado de “testemunhos”, que no caso presente incluem, segundo o anúncio, questões postas a “conceituados cientistas e antigos membros do KGB”, ou seja, o sketch completo.

Vamos partir do princípio que eu nem teria opinião sobre um “documentário” destes. Um princípio disparatado... mas poderia acontecer...

Agora do que tenho seguramente opinião é sobre a total falta de vergonha na cara da direcção de programas de uma Televisão Pública e da tutela do Partido Socialista (que é a mesma coisa que o Governo) que puxa os cordelinhos da televisão, os quais têm a desfaçatez de no início de uma campanha eleitoral a que concorre um Partido Comunista, força política maioritária da CDU, beneficiarem de maneira cega e ostensiva todos os restantes partidos concorrentes, promovendo esta campanha de pedestre anticomunismo, que, num toque de humor rasca, os milhares de contribuintes comunistas são também obrigados a pagar.

Faço questão de dizer, sobretudo a quem não me conhece, que este documentário (ou qualquer outro) tem toda a legitimidade para integrar a programação do Serviço Público de Televisão, desde que fora de um ambiente de campanha eleitoral e sendo observados os princípios de pluralismo e equidistância, por parte da Estação do Estado.

Felizmente, muitos milhares de portugueses, independentemente destas manobras, vão votar comunista em 27 de Setembro e 11 de Outubro próximos, confirmando os piores receios daqueles que não se conformam com a recusa dos comunistas portugueses em desaparecer de cena e que, antes pelo contrário, dão passos no sentido do crescimento e rejuvenescimento.

Infelizmente, poderiam ser alguns mais, mas para isso seria neccessário estarmos a bater-nos politicamente contra adversários que cumprissem “os mínimos” de decência democrática, honestidade e, como disse logo a abrir, de vergonha na cara.

25 comentários:

cetautomatix disse...

A luta de classes é sempre dura. Mas quando a crise bate à porta ainda é pior. Vale tudo e a violência mais eficaz até já nem precisa de ser a física. É com isso que temos que contar e, tal como aqui fazes, nunca deixar de ripostar. Força! Ler-te é um consolo. Tornei-me "habitué" do teu blogue (isto com Francês à mistura faz de mim um desses tais intelectuais, não?)

Anónimo disse...

O dono manda; a matilha obedece!
É o desespero da derrota, quje se avizinha...

Rui Silva

Bruno disse...

Ainda agora apanhei esta preciosidade no DN.

Título:
Os homens de letras engajados com o comunismo

Sub-título:
Muitos foram os escritores, poetas e intelectuais que se comprometeram com o comunismo, aceitaram prémios oficiais e elogiaram os tiranos soviéticos.

Enfim, vale tudo! Não me vão tirar o sono.

PS: a malta "liberal" no twitter fartou-se de recomendar o documentário...

Daniel disse...

Samuel
Concordo que este período quase de campanha (oficialmente) é o menos indicado para um documentário desses. Mas também tenho de concordar com o título, independentemene de saber a qualidade e honestidade do trabalho.
Uma das minhas angústias históricas é a de Marx não ter percebido que o cristianismo (o cristianismo dos pobres) seria o melhor aliado do socialismo. O próprio Pio XI, de que um lado e outro desta "fé" política só citam por norma a sua crítica negativa ao comunismo, chamou a atenção para ter de se distinguir entre o socialismo de rosto humano e o outro, o do Estaline, por exemplo. Porque, desgraçadamente, os regimes comunistas foram de terror, em maior ou menor grau, com uma admirável excepção - Salvador Allende. Não é a sua Santiago que Lorca cantou em "Chove em Santiago", mas na do Chile houve chuva de sangue, embora ao contrário do que fez correr Mao ou Ceausescu. Com Victor Jara como ícone dessa tristíssima sangria imposta do exterior.

do Zambujal disse...

O que é que Marx não percebeu?
Ele há cada um!

Ó Samuel, mais um "post" a acertar no alvo. A denunciar a falta de vergonha na cara...
Grande abraço

Hilário disse...

Começou a campanha eleitoral, o anticomunismo surge de novo.

Os comunistas comem velhinhos e criancinhas, roubam as terras todas elas bem cultivadas aos agricultores, aos camponenses,ocupam as casas,etc,etc.

Estamos prontos para mais uma batalha contra o capital.

Unidos venceremos!
A luta continua!

Curioso do Mundo disse...

Basta ler o que diz CASTENDO sobre a qualidade da democracia no "Cavaquistão",(distrito de Viseu)...

Abraço!

Manuel Norberto Baptista Forte disse...

Começa a ser sintomático na imprensa escrita, e falada (já) ultimamente algumas atoardas contra aquilo que o glorioso e sempre coerente P. C. P. (Partido Comunista Português), defendeu, até no seio da C. D. U. (Coligação Democrática Unitária), o SOCIALISMO e uma POLÍTICA QUE VÁ DE ENCONTRO ÀS NECESSIDADES DAS CAMADAS SOCIAIS MAIS DESFAVORECIDAS. Esta diferente e justa de forma pensar a sociedade e desejar agir na prática, é algo que incomoda, porque ainda tal não se viu em Portugal.
Assim sendo, não me espanta que irão à medida que se aproximar o 27/9/2009 para o ar "programas desinformativos", de molde a tentar denegrir a imagem coerente e verdadeira, do nosso glorioso Partido e Coligação, onde democráticamente funcionamos.
Mas uma coisa eu tenho por mim; se se continuar a falar a verdade, e com a incidência e clareza com que se tem caminhado como até aqui, estou convencido que teremos mais votos e quiçá mais Deputados na Assembleia da República. Nunca fomos "papagaios" nem dissemos ontem uma coisa e depois outra, por isso acredito muito na nossa campanha e no veredicto do povo Português, mesmo com estas sujas atoardas.

irlando disse...

Camarada desculpa,mas já não tenho pachorra,para comentar a falta de escrúpulos da comunicação social.
No entanto acho que deve ser denunciada até à exaustão.

Joaquim Moedas Duarte disse...

Uma coisa é certa: quando o PCP for governo, com maioria absoluta, estes documentários nunca mais passarão na televisão pública. Esperemos, pois, com confiança, como apela semanalmente o Avante.

Nessa altura, commentários como este que estou a escrever, não alinhados, serão considerados provocatórios e firmemente banidos. Como bem mostra a reacção ao comentário lúcido de Daniel feita pelo do Zambujal.
Sim, ela há cada um!
Ele até há há milhares de vendidos e feitos com o grande capital que votam Bloco de Esquerda, vejam só!

Este foi um desabafo sincero que possivelmente vai provocar a fúria dos camaradas incapazes de conviver com a diversidade de opinião.

Estive para não o fazer. Mas faço-o por dois motivos: por consideração para com o Samuel, homem de Cultura que admiro embora não concorde com algumas posições dele; e por respeito para comigo, pois calar-me era fazer auto-censura com medo de melindrar quem não pensa como eu.

Ora o 25 de Abril fez-se para haver liberdade. A liberdade que me permitiu militar generosamente no PCP durante dez anos. Do qual saí por não concordar com o que eu chamo a "vivência religiosa do ideal comunista", em que um núcleo duro do CCentral define os dogmas e aos outros apenas se permite discutir os pormenores. E em que os que saem são enxovalhados como traidores.

Um dos grandes males da nossa democracia, em minha opinião, é exactamente esta vivência doentia da vida partidária, em todos os partidos, em que os que não são da nossa côr política são gente desclassificada.
Em que a moral só existe entre os nossos, enquanto "os outros" não nos merecem consideração.

Respeito quem tem opção partidária, seja ela qual for, desde que essa opção implique uma atitude semelhante para com quem não está alinhado.

Antuã disse...

Realmente o que eu menos suporto é os rachados.

Anónimo disse...

Estes filmes são repetidos, aliás como a maioria dos programas da várias televisões nesta altura.

Não me parece, a não ser a mania da perseguição, que deve ter tomado conta dos militantes do PCP, ou seus apoiantes, que este tipo de programa, influencie o que quer que seja, no sentido do voto.

Se calhar deveriam preocupar-se
mais, com as bojardas do Leandro Martins no Avante, essas sim fazem mossa e grande, porque para muitos cidadãos de esquerda, em politica não vale tudo.

cetautomatix disse...

Convenhamos que há algumas coisas a esclarecer, se o Samuel não me levar a mal por usar este mesmo espaço.
Em primeiro lugar, é de um reducionismo muito irritante, mesmo para quem tem um monte de paciência, chamar "comunismo" a tudo o que tem ar ou mesmo conteúdo de esquerda. Dificilmente haverá quem tenha maior admiração por Allende do que eu, desde o plano das convicções até ao das emoções. Mas achar que o Chile de Allende era o comunismo é caso para invocar os santos dos altares que cada um venerar! Céus!
Em segundo lugar, não se pode, com honestidade, afirmar que Marx não previu isto ou não previu aquilo. Não só porque quem afirma tais coisas não tem, usualmente, créditos de uma leitura exaustiva de Marx, como porque Marx não era futurólogo, nem bruxo, nem vidente. Trabalhava racionalmente os factos e os dados da economia e da história de que dispôs na sua própria época e, mesmo assim, ainda hoje é livro de cabeceira até de especuladores de Wall Street, como é lugar-comum dizer-se. E, se me não engano, é marxista o conceito que corresponde ao conjunto das classes e camadas sociais que, num dado momento, podem ter em comum interesses que convocam a necessidade de transformação radical da sociedade, com mais peso do que os interesses próprios de cada classe ou camada que poderiam dividi-las na luta por esse propósito. Os movimentos de transformação de sociedades do passado aí estão para o demonstrar. Se a teologia da libertação servir para alguma coisa depois de ter sido torpedeada pelo "caritativo" e "bondoso" João Paulo II, serve seguramente para demonstrar que o cristianismo, um certo cristianismo, e o marxismo são aliados bem nítidos quando as condições o propiciam.
Em segundo lugar, as delicadas questões da liberdade de imprensa são eternas. A velha questão de dar liberdade a quem a usa para destruir a liberdade sempre dilacerará todos os regimes de esquerda. Mas a história também contém inúmeros exemplos de que a esquerda no poder tende a ser muito mais ingénua, crédula e imprevidente do que a direita. Recomendo, a quem eventualmente ainda não conheça, um qualquer livro, ensaio ou entrevista de Noam Chomsky (há milhares de referências na internet, este grande meio democrático de comunicação) sobre a manipulação de opinião nas sociedades ditas democráticas. Se não se assustarem ficarão mais lúcidos do que antes, asseguro-vos.
Finalmente, é muito fácil atirar pedras quando os alvos são difusos o suficiente para ninguém em particular se sentir lesado mas insidiosos o suficiente para incomodar um colectivo. Em qualquer movimento colectivo há uma enorme diversidade de personalidades e temperamentos que faz com que os padrões de comportamento sejam igualmente variados. Usar isso para tentar fazer dos outros parvos procurando levá-los a tomar a nuvem por Juno é desonestidade intelectual. Um colectivo como o PCP só consegue existir no actual ambiente adverso porque se baseia em convicções fortíssimas, partilhadas em grande solidariedade e com base em grande nível de confiança mútua e em que os mecanismos de controlo interno da democracia funcionam, com imperfeições, com o risco de as imperfeições poderem arrastar-se, mas funcionam. Desistir deste colectivo por razões de circunstância é pena mas é natural e é da vida. Também é natural que quem opta por essa via se sinta mal. Paciência.
O que é inquestionável, pelo menos até hoje, é que nenhum outro partido tem ligação mais íntima às aspirações das pessoas que vendem a força de trabalho. E esse é um "capital", passe a expressão, que faz do PCP não uma seita fechada de iniciados mas uma força transformadora, estreitamente ligada, pelas pessoas, com a generalidade das pessoas. Materialista, convencida de que a felicidade de cada um se busca e se obtém com a felicidade de muitos, quanto mais melhor.

Fernando Samuel disse...

Um excelente post, este que nos ofereces hoje - e que, como se vê..., acertou na mouche...

Um abraço.

Luis Nogueira disse...

Será que Méon entende? Será que palpita, ao menos vagamente, que já havia PCP antes dele militar "generosamente"? Que continuou - e continuará - a haver PCP depois de ele - generosamente, espero - se ter posto na alheta?
Poupem-se os adjectivos, os "meóns" deste mundo, os "danieis", etc, não são rachados, não cometeram qualquer pecado: são os normais e naturais abortos de qualquer revolução, os normais e naturais "devorados" de Sain Simon.
Prestemos-lhes uma merecida homenagem: conseguiram ao menos admitir o que são, olhar-se no espelho baço das ideias e verem-se pequeno-burgueses arrependidos agora por terem traido, pro tempore" a sua pequeno-burgesa visão do mundo.
A propósito de Stalin: recomendo a quem puder e sobretudo a certos analfabetos secundários que só repetem slogans da TV que leiam o importante livro de Domenico Losurdo "Stalin / Storia e critica di una leggenda nera" (Ed. Carocci, Roma 2008) com um notável ensaio do Professor Luciano Canfora da Universidade de Bari, "Da Stalin a Gorbacev: come finisce un impero". O livro está em italiano, mas já saiu ou sairá breve uma edição em castelhano.
Em rodapé e para os "meones" da nossa praça, devo dizer que o Professor Losurdo (Un. de Urbino) foi proibido pelas autoridades académicas da mui nobre e democrática Universidade de Coimbra de dar uma conferência na mesma Universidade. De facto, como alguém já disse mais acima, a luta de classes quando arde, arde mesmo. Atenção: a Universidade de Coimbra, senhor Méon, não é um Feudo do PCP. Torgais, Vitais, Bebianais e outros que tais não pecam, que se saiba, por ser de esquerda.


Luis Nogueira

samuel disse...

Cetautomatix:
Com francês à mistura... é automatix! ☺ ☺

Rui Silva:
Desespero, é, derrota, a ver vamos...

Bruno:
É tudo muito “natural”!

Daniel:
Primeiro, não me atreveria a tentar mudar, nem combater, assim, numa caixa de comentários, a ideia que tens sobre o que foram esta ou aquela experiência de aplicação prática do socialismo, que todos sabemos carregadas de erros, mas cujo fim, em boa parte dos casos, deixou os países e povos em muito pior situação do que estavam. Em alguns casos, com vontade de voltar...
Segundo, essa estória do Marx, que quase sempre tem que ver com o mito do seu ódio pela religião, mito justificado pela célebre frase “a religião é o ópio do povo”, deixa-me as maiores dúvidas, já que estou convencido de que Marx não só percebeu que a religião poderia ser uma aliada do socialismo, como na tal frase “assassina” quereria dizer isso. Na época, o ópio era um prazer escapista reservado à alta sociedade e aceite como um divertimento e não uma desgraça, muito menos um crime. Chamar à religião “ópio do povo” seria assim quase um elogio da religião, por ser o único alivio das agruras da vida ao alcance das suas bolsas...
Prefiro conversar o resto, um dia destes, na companhia de um queijinho fresco com massa de malagueta e um vinho do Pico à tua escolha. ☺

Do Zambujal:
Bem... pode sempre dar-se o caso de não ser de propósito...

Hilário:
Não, Hilário! Aos velhinhos, não os comem... excepto quando se trata de velhinhas comunistas atrevidas. Essas sim, comem os velhinhos.

Curioso do Mundo:
“O Castendo” é sempre uma boa leitura!

Manuel Norberto:
É preciso ir fazendo por isso...

Irlando:
Compreende-se... ☺

Caro Méon, fez bem em sair, pois se ao fim de dez anos ainda não tinha topado a diferença e originalidade do projecto comunista para Portugal, nomeadamente no que respeita às liberdades, pluripartidarismo, propriedade, justiça social, etc... também já não iria “chegar lá”. Desculpe levar isto para a piada e lamento que o trauma seja tão profundo.
De qualquer modo, este post era sobre o facto de termos uma Televisão Pública a fazer campanha contra um dos partidos com assento na Assembleia da República, em favor dos outros. Apenas isso!

Antuã:
Toda a gente tem as suas razões... que certamente toma por boas, se não contarmos com aqueles cujas “razões” estão inscritas nas contas bancárias.

Anónimo:
Mania... só se for a “Mania da Fonte”, que é uma música gira, com as pistolas na mão, para matar os Cabrais que são falsos à Nação.
Quanto ao que escreveu Leandro Martins, preferia que ele não tivesse escrito exactamente e só o que tem que ver com a Casa Pia, o resto está certíssimo. E mais, preferia que ele não o tivesse escrito, em parte porque não concordo com a utilização daquele “tema” num artigo naquele jornal, mas principalmente, por permitir este alarido que se gerou, digno de um bando de virgens num bordel.

Cetautomatix:
Deste-te a um grande trabalho... mas se for entendido, é um belo comentário... ☺

Fernando Samuel:
Obrigado! Pelos vistos... ☺

Luís Nogueira:
Independentemente do acerto ou não do comentário, no essencial, é pena que por vezes, a pressa e principalmente o desconhecimento sobre as pessoas de quem falamos, nos faça meter tudo no mesmo saco. Daniel e Méon, decididamente, não são da mesma “tribu”.


Saudações gerais!

Zzzzzzzzzzzzz Bzzzzzzzzzzzz disse...

Especificamente para esclarecer os leitores do comentário do Luís Nogueira, que escreveu "o Professor Losurdo (Un. de Urbino) foi proibido pelas autoridades académicas da mui nobre e democrática Universidade de Coimbra de dar uma conferência na mesma Universidade".
O que de facto aconteceu foi que a unidade de investigação a quem foi proposto organizar/patrocinar a palestra do Prof. Losurdo achou que esta corria o risco de ser mais panfletária do que científica e não se dispôs. Critérios...
De facto, a palestra ocorreu mesmo assim, no Ateneu de Coimbra, prestigiada colectividade de cultura da cidade.
Importa esclarecer que nenhuma autoridade académica proibiu fosse o que fosse e, felizmente, mesmo que quisesse não me parece que tivesse capacidade para isso. Para que fique a rectificação. A Universidade de Coimbra não é melhor nem pior do que as demais. Tem os mesmos tiques que resultam do enquadramento da sociedade circundante.
E, já agora, junto-me à recomendação
de leitura que o Luís Nogueira faz. Vale a pena.

Anónimo disse...

Ó "daniel" e ó "méon":

- Vocês vieram buscar lã; e levaram cá umas destas tosquias...

Rui Silva

Daniel disse...

Meus caros
Não lamento nem censuro os que não entenderam o que eu disse. Nem é aqui o lugar para entrar em pormenores, como bem disse o Samuel.
Nos tempos de toda a nossa esperança participei em vários comícios. Nunca disse em nenhum deles que o meu partido era o melhor. Limitava-me a explicar aquilo que praticamente ninguém mais explicava, como por exemplo o socialismo nas suas várias vertentes. Para distinguir a direita da esquerda dizia que a esquerda pensa primeiro nos pobres; e que a direita pensa primeiro nos ricos, e, muitas vezes, só neles.
Garanto que nada há mais semelhante ao socialismo do que o cristianismo. E nunca invoquei a famosa frase do ópio do povo, porque sei em que contexto foi dita e o seu significado. No entanto, por alguns comentários que aqui tenho lido, parece que há pessoas, sem dúvida bem intenconadas, que entendem que o comunismo é, em grande parte, uma luta contra a religião. O erro é delas, não da minha frase. E, por favor, poupem-me ao que sofri quando tive umas responsabiliadezinhas de governo, antes das eleições para a Assembleia Regional: aqui era acusado de comunista, em Lisboa era tido como de extrema-direita.
Saudações democráticas.
Daniel

Luis Nogueira disse...

Mea culpa.

É com alguma amargura, mas com o reconhecimento absoluto da minha grosseria e alguma falta de atenção que venho retirar qualquer referência injusta que fiz ao Daniel.

Reconhecido o erro, apresento as minhas sinceras desculpas e farei de futuro, por estar com a máxima atenção.

Desculpa, daniel.

Luis Nogueira

Daniel disse...

Luís Nogueira
Uma discussão entre pessoas de boa vontade não tem de ser uma exibição de cedências. Sinceramente, não encontrei nada no seu comentário que pudesse ser ofensivo para mim. Quando muito, e isso houve, uma diferença de opinão. Pela qual tanto tem o Luís de pedir desculpa quanto teria eu, se fosse o caso de termos de pedir licença para pensar.
Um abraço.
Daniel

Anónimo disse...

engraçado, este documentário passa frequentemente em Agosto, na véspera da festa do Avante! Coincidências? yo no creo en las brujas, pero que las hay!!!!
Maria Gantes

Pedro disse...

É verdade, tal como diz a Maria Gantes, este documentario passa na véspera da festa do avante! Mais concretamente, este documentario terá o seu ultimo episodio no Domingo imediatamente antes da Festa do Avante!
Mas o mais engraçado é que a RTP2 está a repetir este documentário! E quem adivinha em que altura é que a RTP2 exibiu este documentário? Pois eu lembro-me bem! A RTP2 exibiu este documentário na SEMANA DA FESTA DO AVANTE! Mais precisamente, se não me falha a memória, os 3 episódios foram transmitidos na 2ª, 3 ª e 4ªfeira antes da festa, sendo que no Sábado de manhã, em plena festa, os 3 episódio foram restransmitidos de empreitada!

A partir daqui cada um tire as conclusões que quiser...

PS: fica o link para um artigo escrito na altura por Correia da Fonseca http://odiario.info/articulo.php?p=868&more=1&c=1

Pedro disse...

Para que não hajam dúvidas, no comentario anterior referia-me a festa do avante do ano passado, foi nessa altura que a RTP2 também passou o documentário

Carlos Machado Acabado disse...

A RTP2 é um dos grandes embustes desta era "sucática"!
Mas não só dela: se o problema fosse conjuntural, estava (teoricamente, pelo menos...) resolvido.
Mas não é!
O problema tem a ver com a lógica de grupo económico mediático (os grupos económicos são, hoje-por-hoje, de novo o poder em toda a sua extensão, entre nós e a sua i/lógica contamina literalmente tudo: perpetuação do poder... no poder, promoção cultural reduzida ao grau zero, isto é, ao nível da mera concorrencialidade comercial) e, acima de tudo, com uma opinião pública, uma Cidadania, que pura e simplesmente não existe e, portanto, não exige!
A mim, horroriza-me a ideia de um "país real" alimentado pelas inanidades e pelos jogos da televisão nacional (da TVI e da sua horrorosa ideia de "divertimento" mas não só: da RTP cujo conceito de espectáculo é, por sua, vez, por exemplo, o "produto" tipo "Preço Certo em Euros" e cuja noção de isenção fica perfeitamente espelhada nestes "jogos" e manipulações tão infames quanto insidiosos).
Há gente, entre nós, que com esta televisão nasce, vive e morre por aí sem ter uma única vez visto um bailado ou ouvido uma ópera.
Em "compensação" «parte» com a barriga cheia de boçalidade, de Fernandos Mendes e de todo um pavorosamente deformador património de desonestidades intelectuais de todo tipo, convencida de que para além de Sócrates e Ferreiras Leites não há, pura e simplesmente vida...

Mete medo, este universo mediático!