Dia 1º de Dezembro, “Dia da Restauração”. Não, não, não! O dia da restauração não é o dia de ir almoçar ou jantar fora, com ementas “festivas” e "momentos de variedades" nos restaurantes. Não!
O “Dia da Restauração” é o dia em que, em 1640, se iniciou em Portugal a bonita tradição, infelizmente tão esquecida, de sacudir do pescoço a canga das potências estrangeiras e “recompensar” os vendidos que, além si, vendem o país a essas potências... atirando-os pela janela.
Não querendo passar por tradicionalista... e que tal pensarmos outra vez nisso e atirarmos...
Pronto... agora talvez me tenha deixado entusiasmar... mas não seria altura de, pelo menos, indicar a porta da rua aos nossos novos “Migueis de Vasconcelos”?
30 comentários:
No passado dia 20 p.p.lá estivemos 30.000 descendo a Av.da Liberdade até aos RESTAURADORES,exigindo que nos tirem o "chaNATO"de cima.Lá estaremos as vezes que forem precisas...
Qual restauração!
Hoje é o dia da dignidade!
Fora com com os oportunistas e demais, atirem-nos ao Tejo.
Depois vamos ao restaurante comer um valente bife-desses ou daqueles!
Além de todas as outras vantagens,haveria,no dia seguinte,pleno emprego,com um país a trabalhar e produzir sem ter de sustentar parasitas e quejandos.
Um abraço,
mário
Qual porta da rua qual quê! Defenestrar a súcia e mais nada. Não digo que tivessem que dar com os ossos na calçada ou no asfalto, mas podia-se pôr na rua, para aparar os bigirrilhas, um tanque (com pé, se possível) de m... bem espessa. E depois de passados por pão ralado, corriam-se a pontapés no cu. Filho di quenga desvergonhada, vai mêmo é di janela, n'é?
Luis Nogueira
Olha que o Conde de Andeiro era também o 2º Conde de Ourém, de posse daquele condado pela via húmida da viúva Leonor Teles (do Rei Formoso, vê lá tu...), que dele se enamorara (ou, dito plebeiamente, se tornara amázia). E sabes quem lhe sucedeu, violentamente sucedido, sabes? Não, não foi o Passos Coelho, foi o D. Nuno que agora é santo por causa de uns pingos de azeite na fácies. E sabes quem sucedeu a este, sabes? Não, ainda não foi o Passos Coelho, nem o Cavaco de Bule e queima... foi o neto, que neto era também do Mestre de Avis/D. João 1º, que veio a ser o 4º Conde cá da terrinha, o Afonsinho. Que se fartou de fazer cousas...
Adiante, que vamos chegar depressa aos nossos dias. É só um saltinho!
Olha... e um abraço cã do Zambujal.
E que tal atirá-los ao Tejo?
E que tal esperar, por exemplo, o Pina Moura, quando este sair de casa e atirar com ovos e tomates podres em cima (ao mesmo tempo filmar a cena e meter no you tube)?
E que tal um ovo podre na cabeça do Pedro Santana Lopes?
E que tal?
Indicar a porta é uma subtileza não merecida pelos intrusos. "Olho por olho, dente por dente!" Apesar de ser voz corrente que teríamos melhor qualidade de vida se a península fosse unicamente espanhola, tenho grande orgulho em ser PORTUGUESA. Mas... seremos portugueses nesta unificação europeia que nos privou do melhor, que é tão nosso, na agricultura e nas pescas, por exemplo? Se fosse contar as "saudades", não chegariam os números, apesar de inúmeros... e tão parcos, os da nossa (?) economia!!!
Miguéis? Façamos deles pastéis e lancemo-los aos tubarões!
Maria Pereira
Tenho várias janelas que podem ser usadas...
:)))
Organizemo-nos!
Abreijo.
Quer-me parecer que os Felipes de Espanha são agora as "Merhléis" da Europa! Não tarda, com tudo a andar à nora como anda, teremos aí a restauração da independência em relação à europa!
Um abraço às portas do armáriossoares
A porta da rua?: sim, mas se a porta estiver fechaa e não tivermos a chave, podemos utilizar a janela...
Um abraço.
Está mais do que na altura!Aliás, já devia ter sido.
Eu hoje fui de facto almoçar fora com um grande grupo de amigos que, mesmo no período difícil do fascismo, sempre estiveram e lutaram pela independência de Porrugal. O almoço foi promovido pela "Comissão de Apoio Aos Presos Políticos",criada antes do 25 de Abril, e eu senti-me muito orgulhosa por estar lá!!!
Um beijo.
É PRECISO FAZER ALGO! A REPORTAGEM QUE SE SEGUE É DUMA REVISTA ITALIANA. A SUA TRADUÇÃO FOI ENVIADA PARA TODOS OS JORNAIS E REVISTAS. ATÉ AGORA...NENHUM PUBLICOU!!!
TRADUÇÃO DE CARLOS LUNA//REVISTA ITALIANA "LIMES", 22-Novembro-2010 (TRADUÇÃO)
OLIVENZA OU OLIVENÇA?
O DESTINO DE UMA LETRA
Por Roberta Sciamplicotti
(Roberta Sciamplicotti )
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No ano de 1801 a Espanha conquistou a cidade portuguesa (de Olivença) e a região
circundante. Portugal obtém a sua restituição no Congresso de Viena, mas os 453 Km.2 em
disputa continuam espanhóis até hoje. Uma disputa geopolítica que volta a fazer soar
antigas rivalidades ibéricas.
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1. Pode a redescoberta das antigas raízes culturais contribuir para resolver um
contencioso geopolítico secular, ou, inversamente, arrisca-se a agudizá-lo? Um bom caso
de estudo sobre tal tipo de problema é Olivença, cidade que pertence a Espanha mas que é
reivindicada por Portugal, do qual Olivença - uma simples letra de diferença que encerra
todo um mundo - fez parte até ao início do século XIX.
Desde há cerca de dois anos (em 2008), um grupo de cidadãos oliventinos promoveu a
criação do "Além Guadiana"[1], uma associação sem fins lucrativos que procura promover a
cultura portuguesa na zona em disputa. A organização não se pronuncia sobre a questão da
soberania - como declarou Manuel Sénchez, um dos fundadores, "pela nossa sobrevivência,
devemos permanecer neutrais"[2] - mas lança propostas para recuperar (na proclamada
"cidade das duas culturas") a herança lusitana, incentivando a língua portuguesa e
propondo a sua adopção nas escolas, difundindo "menus" bilingues nos restaurantes e
organizando festivais culturais como "Lusofonias", mostra dedicada ao mundo português e
cuja primeira edição se realizou no passado dia 12 de Junho (2010). Particularmente
importante foi a iniciativa apresentada pela Associação em Maio no sentido de serem
adicionados ao nome espanhol das ruas de Olivença o antigo nome português, proposta
aprovada pela Câmara e aplicada até agora em 73 ruas e praças.
"Reivindicamos o aspecto mais importante: a cultura", afirmou o Presidente da
Associação, Joaquin Fuentes Becerra [3]. "Temos um Património monumental herdado dos
portugueses bem conservado, mas uma grande parte da cultura imaterial, sobretudo a
língua, está a desaparecer". "Não podemos ter duas culturas se uma destas não se pode
exprimir através das palavras. Devemos a Portugal a maior parte do que somos".
CONTINUA
CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
2. A cidade de Olivença torna-se portuguesa pela primeira vez em 1297, na sequência do
Tratado de Alcañices acordado entre o Rei D. Dinis de Portugal e o soberano castelhano
Fernando IV. No ano de 1337 , durante a luta entre Portugal e
Castela, é ocupada por esta última, para voltar a ser portuguesa em 1389 (NOTA: HÁ AQUI
UM ERRO! Olivença foi ocupada entre 1337 e 1339, voltando a Portugal. Em 1383, como
outras praças, tomou o partido castelhano. FIM DA NOTA). Apesar de
numerosos ataques sofridos no decorrer dos séculos, e cidade verga-se a um assalto
espanhol em 1657. Mas em 1668 é restituída a Portugal [4].
Em 20 de Maio de 1801 Olivença é conquistada pelo exército espanhol na Guerra de
apenas duas semanas conhecida como "das Laranjas", por causa de alguns ramos de
laranjeira colhidos na região portuguesa de Elvas e enviados pelo Primeiro Ministro
espanhol Manuel Godoy aos soberanos de Espanha para provar os seus sucessos. Com o Tratado
de Badajoz (6 de Junho de 1801), Olivença torna-se espanhola; o preâmbulo e o Artigo IV
do texto previam todavia a anulação do acordo no caso de infracção da paz, eventualidade
que se verificou quando a Espanha, conjuntamente com a França e a coberto de um acordo
secreto, invade Portugal em 17 de Novembro de 1807.
Em 1814, a Paris, os estados vitoriosos nas guerras napoleónicas aceitaram considerar
nulos os tratados assinados sob pressão francesa, citando explicitamente o Tratado de
Badajoz. No ano seguinte, no parágrafo 105 [5] do Tratado elaborado no Congresso de Viena,
as potências europeias deram o seu aval às reivindicações portuguesas sobre Olivença e o
seu território. Não obstante a Espanha ter assinado o Tratado dois anos mais tarde, o
território oliventino - actualmente composto de Olivença, Táliga, São Francisco de
Olivença, São Rafael de Olivença, Vila Real, São Domingos de Gusmão, São Bento da
Contenda e São Jorge de Alor - continua a fazer parte da província espanhola da
Extremadura.
A língua lusitana, proibida em 1840 mesmo nas igrejas, já não se fala muito, mas
"muitos dos anciãos que jogam às cartas no "Hogar del Pensionista" discutem e soltam
exclamações, invectivas, num português perfeito"[6], e há muitos portugueses que vão
trabalhar para Olivença, sobretudo no sector da restauração e das construções; do ponto
de vista arquitectónico, por outro lado, a cidade proclama a herança lusitana em todos os
seus ângulos, a começar pela típica calçada formada por pequenas pedras brancas e negras
dispostas de modo a formar desenhos. Confirma-se, desta forma, a peculiaridade da cidade
de quase 11 000 habitantes, celebrada também em adágios famosos como aquele que recorda
que "as raparigas de Olivença não são como as outras, /porque são filhas de Espanha e
netas de Portugal. / Têm a doce beleza da mulher lusitana/ e a graça e o "brio" das
mulheres de Espanha"[7].
CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR=
3. Se as autoridades portuguesas não têm sempre assumido uma posição muito decidida
sobre a "Questão de Olivença", alguns sectores da população exprimiram muitas vezes o seu
próprio "mal-estar" pela posse do território pela Espanha, procurando a sua restituição.
Uma "manifestação" singular da reivindicação portuguesa de Olivença teve lugar no
início de 2007, quando foi realizado um vídeo de quatro minutos difundido ne Internet
[8], que mostra dois indivíduos vestidos de "Darth Vader", o tenebroso personagem da saga
"Guerra das Estrelas", a percorrerem as ruas da cidade, passando diante do Posto da
Polícia e acabando por chegar ao Castelo Dionisino. As imagens, sob o fundo musical do
célebre fado de título aliás simbólico "Uma Casa Portuguesa", mostram-nos os dois
patriotas a agitar a bandeira portuguesa sobre os muros do monumento.
O vídeo "satírico" (checalheiro) suscitou obviamente uma infinidade de reacções, ao
ponto de a secção do "YouTube" dedicada aos comentários "fazer comparações de
Aljubarrota, com os espanhóis no papel da cavalaria, e alguns patriotas no papel de
fornalha"[9], como observou a revista portuguesa "Atlântico" referindo-se à lenga segundo
a qual em 1385 Brites de Almeida, padeira da localidade portuguesa de Aljubarrota, teria
"assado" sete castelhanos que tinham encontrado refúgio, esconderijo, dentro do próprio
forno.
O então "Alcalde" de Olivenza (em espanhol o "ç" do nome português da cidade é
substituído por um "z"), Ramón Rocha Maqueda, desdramatizou o ocorrido,
sublinhando que os "invasores" lograram efectuar a sua "marcha" diante do Posto de
Polícia só pela simples razão de que o edifício se encontrava em obras de restauração e
porque o acesso ao castelo fica livre uma vez afastada uma simples barreira móvel de
protecção. Rocha definiu o episódio como não passando de uma brincadeira, que nada teve a
ver com os movimentos que reivindicam Olivença, considerando ilegal a sua ocupação pela
Espanha. Parecer semelhante foi exprimido pelo Professor Carlos Eduardo da Cruz Luna, da
Associação Portuguesa "Grupo dos Amigos de Olivença", que luta para que sejam
reconhecudos os direitos portugueses sobre o território de oliventino.
As motivações do gesto simbólico são a legenda introdutória dos primeiros segundos do
filme/vídeo, prazenteiramente resumida no que é definida como uma "versão livre de um
velho adágio "krishna": "Português que é Português chateia um Espanhol pelo menos uma
vez", o que significa, em italiano, "Un vero Portogheses dà fastidio a uno Spagnolo
almeno una volta".
(CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
Em 1990, os dois Primeiros Ministros Ibéricos, o espanhol Felipe González e o
Português Aníbal António Cavaco Silva (actual Presidente da República), chagaram a um
acordo no Encontro da Quinta do Lago para a restaurarem. A iniciativa, com origem no
Presidente socialista (NOTA: engano! Era Social Democrata; FIM DA NOTA) português de
Elvas, João Brandão Carpinteiro, e no "Alcalde" espanhol de Olivença, Ramón Rocha
Maqueda, que geminaram as suas cidades em 1991, constava de duas decisões: construir uma
nova ponte para os automóveis e destinar a velha para os peões.
Foi encarregado dos dois projectos o engenheiro espanhol José António Fernández
Ordóñez, e decidiu-se depois que Portugal levaria a cabo os trabalhos, para evitar que
estes viessem a ser vistos como uma abdicação da soberania sobre a região oliventina por
parte do Governo de Lisboa. As operações para a construção da nova ponte foram iniciadas,
mas em Outubro de 1999 as autoridades espanholas intervieram e obrigaram à paragem dos
trabalhos, episódio que numa primeira fase não foi do domínio público. Depois de um
recomeço da construção em Fevereiro de 2000, a nova ponte - obra de iniciativa municipal
(da responsabilidade de Elvas) subvencionada com fundos comunitários e portugueses do
PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central)
- foi inaugurada de forma não oficial em 11 de Novembro desse ano (2000), num acto no
qual não esteve presente nenhum dirigente político estatal português, segundo a revista
espanhola "El Semanal" porque "estar presente em território considerado "ocupado" poderia
equivaler a reconhecer a ocupação, e tal não pode ser feito"[10]. Só mais tarde se soube
que Portugal tinha aceitado que fosse a Espanha a recuperar a ponte antiga, ainda que com
um projecto aprovado pelo "Instituto Português de Património Arquitectónico" (IPPAR).
(CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTEROR)
Em 2001, o Grupo dos Amigos de Olivença (GAO)[11] - nascido em 1945 em substituição da
"Sociedade Pró-Olivença" de 1938 - apoiado por outras associações, tentou anular em
Tribunal a decisão de deixar reconstruir a velha Ponte por entidades espanholas, com
êxito inicialmente. As autoridades portuguesas ignoraram todavia a decisão judicial e em
Março de 2003 a Espanha começou os trabalhos de Reconstrução, mas o IPPAR (hoje
"Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, IGESPAR) não aprovou a
obra. A Empresa Freyssinet tinha efectivamente iniciado os trabalhos, mas cometendo "um
erro deplorável: ninguém pereceu lembrar-se que para se intervir no Monumento se devia
pedir licença ao Instituto do Património Arquitectónico, que o havia classificado como
imóvel de interesse público em 1969"[12]. Não se fez esperar a denúncia do GAO, que quis
bloquear os trabalhos classificados como "ilegais e clandestinos", que provocariam danos
"irreparáveis"[13]. Sem citar nomes, os "Amigos de Olivença" acusaram os responsáveis
espanhóis dos trabalhos - os governantes e a administração da empresa - de "acto danoso"
(a Espanha colocou uma camada de cimento no piso da velha ponte), e o Presidente de Elvas
e o director do IPPAR de violação da lei, porque, ainda que sabendo que era da sua
competência, "nada fizeram para fazer parar a ilegalidade levada a cabo pelas autoridades
espanholas"[14]. Com base na denúncia, os trabalhos efectuados nos arcos e na via da
ponte de pedra teriam "adulterado e desfigurado de forma irremediável e irreversível o
monumento tal como se apresentava e foi classificado"[15].
O processo foi arquivado. O Tribunal de Elvas declarou-se impotente para fazer parar
os trabalhos e a reconstrução continuou quase até metade do Guadiana, partindo da margem
esquerda, mas em seguida os trabalhos foram interrompidos.
O "Bolletin Municipal de Olivenza" de Outubro/Dezembro de 2006 declarava que a Ponte
estaria reconstruída em 2007. Previam-se investimentos em vários sectores para a
salvaguarda do Património da região da Extremadura (espanhola)no montante de 5,7 milhões
de Euros, 750 000 dos quais eram destinados à reconstrução (da Ponte) em causa. Depois de
várias discussões entre técnicos portugueses e espanhóis, e também considerando a
presença de uma espécie florestal protegida, o "narcisus humilis" - que, sublinha "El
Semanal", já "decidiu" de que lado está no litígio, porque está localizado só na parte
portuguesa[16] - no dia 1 de Maio de 2007, na cerimónia comemorativa da geminação entre
Olivença e Elvas, o Presidente da Câmara desta última, Rondão Almeida, prometeu ao
"primeiro cidadão" oliventino Rocha Maqueda - que depois de 28 anos deixou o seu cargo de
"Alcalde" a Manuel Cayado Rodríguaz - que tinha feito de tudo no sentido de a nova ponte
ser uma realidade. O "Alcalde" substituído confessou depois que o desejo de ver
reconstruído o monumento estava "dentro de si", comparando a sua desilusão pelo facto de
tal não ter sido feito no decurso do seu longo mandato à dor de uma mãe "que tem os
braços abertos, mas que não consegue abraçar os filhos"[17].
(CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
Em 2008 o Governo Espanhol destinou 1,1 milhões de Euros aos trabalhos para aP onte
(reconstrução), cifra aumentada para 1,3 milhões em 2009. Mas em 2010 no orçamento de
Madrid não figuram qualquer quantia destinada à Ponte [18], pelo que se deduz que ainda
não acabaram as Histórias em torno deste problema. Demonstra-se assim que Olivença está
condenada a "desempenhar o protagonismo (principal) nas querelas ibéricas"[19].
4. A denominada "Questão de Olivença" interessou também a C.I.A. (Central Intelligence
Agency), que no seu relatório sobre disputas fronteiriças de 2003 se referiu pela
primeira vez à cidadezinha da Extremadura: "Portugal tem periodicamente efectuado
reivindicações sobre o território circundante da Cidade de Olivença"[20]. A mesma frase
constava tanto na alínea "Portugal" como na alínea respeitante a "Espanha"[21]. Nos mapas
referentes a esta última, de todas as formas, a cidade não era indicada.
A Espanha reagiu com veemência à inclusão de Olivença no relatório, ao ponto de o
Director do Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças da Junta da Extremadura (GITJE),
Ignacio Sánchez Amor, ter acusado a C.I.A. de "demonstrar ainda mais uma vez mais que não
compreende nada do que se passa para além das fronteiras dos Estados Unidos"[22],
enquanto o "Alcalde" de Olivença Ramón Rocha se interrogou sobre se os Serviços Secretos
norte americanos não teriam tido "nada de mais importante para fazer do que acrescentarem
nas suas informações deste ano (2003) uma disputa imaginária em torno da cidade
oliventina"[23].
Quanto às reacções portuguesas, a questão teve um grande eco na Imprensa, e orgãos de
comunicação como o quotidiano "Correio da Manhã" definiram como "vergonha nacional" o
facto de a C.I.A. ter "reivindicado (citado) uma questão que o governo lusitano não
menciona"[24]. Numa nota assinada pelo porta-voz do "Fórum Olivença" Mário Rodrigues, foi
também limitado o facto de que a citação (referência) no relatório da C.I.A. fosse devida
mais aos esforços levados a cabo por cidadãos portugueses e associações nacionais de
defesa da integridade territorial de Portugal do que à acção diplomática do Estado
lusitano, que "se tem limitado a manter uma vergonhosa e silenciosa posição de
não-reconhecimento da soberania espanhola sobre Olivença"[25]. Perante esta posição
oficial pouco clara (decidida), na Assembleia da República foi apresentada em 25 de Junho
de 2004 uma petição (a n.º61/VIII [2.ª]) em que se propunham várias medidas relativas à
denominada "Questão de Olivença" e se solicitava ao Estado Português que clarificasse a
sua posição oficial sobre o assunto.
(CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
No relatório da C.I.A. de 2004 os dados foram alterados. Na alínea "Portugal",
efectivamente, lia-se agora que "alguns grupos portugueses mantêm reivindicações latentes
sobre o território cedido a Espanha em volta da cidade de Olivença"[26], afirmação que se
reencontrava ponto por ponto na alínea "Espanha"[27] e que recordava muito a forma como a
Espanha habitualmente define esta contenda. Uma diferença notória revelava-se no mapa
geográfico do território espanhol, no qual figurava a cidade em questão. O facto de assim
com ela serem comparadas cidades muito maiores como Badajoz, Cáceres, ou Mérida fazia
pensar que esta "apresentação" de Olivença era devida a motivos puramente "simbólicos",
isto é, à vontade de demonstrar a sua posse por Espanha.
No ano seguinte o relatório é mudado de novo: na alínea relativa a "Disputas
Internacionais" relativa a Portugal figurava um lacónico "Nenhuma"[28]. O parágrafo
relativo a Espanha não fazia qualquer referência a Olivença [29], ainda que esta
continuasse a aparecer no mapa.
A C.I.A. modificou ainda uma vez mais a definição da Questão no seu Relatório de 2006,
no qual se lia que "Portugal não reconhece a soberania espanhola sobre o Território de
Olivença com base numa diferença de interpretação do Congresso de Viena de 1815 e do
Tratado de Badajoz de 1801"[30], frase que se reencontrava também na alínea "Disputas
Internacionais" relativa a Espanha [31]. Também desta vez, o mapa espanhol continha a
indicação da Cidade de Olivença.
A mesma última descrição figura ainda hoje (2010) na página web da C.I.A. [32].
Olivença continua a destacar-se como um estandarte no mapa geográfico do território
espanhol.
5. Para além das datas da História, das reacções internacionais e das "invasões de
mascarados" em terra espanhola, o que pensam os portugueses da situação? Qual é o
"sentimento popular" a respeito de Olivença? E como reagem os espanhóis à acusação que
lhes é feita de ocupar ilegalmente aquela que há mais de duzentos anos é uma parte do seu
território nacional?
(CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
Para os portugueses a terra oliventina é portuguesa "de jure" e espanhola "de facto".
A "Questão de Olivença" é um capítulo fundamental da História do País, tendo sobrevivido
"à monarquia, à queda da monarquia, à Primeira República, ao "Estado Novo" e à
(restauração da) democracia", "aos governos de extrema esquerda, de extrema direita,
moderados, centristas, liberais, conservadores e socialistas. Nem mesmo no auge da
agitação de Abril[34](de 1974) nenhum comunista se lembrou de reconhecer a soberania
espanhola sobre Olivença"[35], que para os Portugueses "de Espanha só tem o "z""[36].
Negar ao Estado vizinho o controle (legal) da cidade está definido como "um dos poucos
dogmas de um País que já passou por quase tudo"[37]. E recorda-se que se é verdade que
Portugal não deixa que Olivença seja espanhola, não faz em contrapartida nada para que
seja portuguesa: "Sabemos que não podemos, sabemos que não o conseguimos, sabemos que não
deixamos que nada se faça lá"[38]. E agora pode verificar-se um pouco de inveja nos
dilemas com que se deparam os oliventinos: "Pertencemos à Espanha, que tem mais poder na
Europa, no mundo, mas as suas influências são portuguesas. Têm o melhor dos dois
mundos"[39].
Nos finais de 2001, o diário português "Diário de Notícias" publicou uma sondagem da
"Marktest" em Olivença, cujos resultados mostraram que apenas 1,1% da população
oliventina se declarava favorável à reintegração da cidade no território português. A
explicar (na base de) este resultado está a "castelhanização à qual Olivença esteve
sujeita nos últimos dois séculos. Aliás, noutra perspectiva, também em Gibraltar uma
consulta popular revelou que só 0,4% da população quereria ser espanhola, mas não
obstante isso Madrid continua a reivindicar o "Rochedo".
Para o Professor Carlos Luna, Membro do GAO e "leader" do Comité Olivença Portuguesa
(C.O.P., nascido em 1988 e legalizado em 1990) uma boa solução poderia ser semelhante
àquela que é proposta pelo Governo de Madrid para Gibraltar: "Dupla nacionalidade para os
habitantes, consagração de alguns direitos e especificidades, uma certa autonomia
administrativa e outras medidas a estudar"[40]. Entre Gibraltar e Olivença, por outro
lado, na sua opinião não é possível estabelecer paralelismos históricos, porque "a
Espanha cedeu Gibraltar por Tratado (1713/1714, Tratdo de Utrecht ), enquanto
juridicamente Olivença pertence a Portugal (Congresso de Viena de 1815, com assinatura
espanhola em 1817)"[41].
(CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
Segundo o Professor Luna, o aspecto mais problemático não é tanto o aspecto da
soberania, mas mais o escasso conhecimento que os oliventinos têm do seu próprio passado
português, que leva a encarar a reivindicação de Olivença por parte de Lisboa "como uma
coisa para visionários, vinda de ultranacionalistas, ou de pessoas fora de moda"[42]. O
"Comité Olivença Portuguesa" - nascido para favorecer a reconstrução da
"Ponte da Ajuda" e para promover a língua, a História, e a cultura portuguesas em
Olivença e nos arredores - defende a formação de um governo local transitório constituído
por Espanha e Portugal que estivesse em funções o tempo suficiente para tornar claro a
todos os oliventinos o seu (deles) próprio passado, permitindo-se mesmo em seguida a
escolha com conhecimento de causa (com consciência)de que País se passaria a pertencer.
Nesta lógica de pensamento, os seus membros distribuem publicações em Português às
Bibliotecas e a privados (particulares) do território de Olivença e fornecem "cassettes"
(agora CDs) com "cursos artesanais de Português" gravados pelos próprios membros do Grupo
para favorecer, ajudar a aprendizagem da língua lusitana. Por causa das suas actividades,
os membros do Comité foram declarados "personae non gratae" pela Assembleia Municipal de
Olivença, anátema alargado ao Grupo dos "Amigos de Olivença"[43], que numa carta datada
de 20 de Maio de 2006 ao embaixador espanhol em Lisboa declararam que a "Questão de
Olivença" é "simples" - "Uma parte de Portugal foi usurpada militarmente pelo Estado
Espanhol, há 205 anos, extorsão não reconhecida e ilegítima em termos de Direito
Internacional e não respeitando as suas disposições é a Espanha (...) que se desonra"[44].
Para alguns portugueses, a simples restituição do território de Olivença a Portugal é
uma questão secundário perante o facto de Olivença ser "o primeiro exemplo de um
etnocídio moderno", "a primeira situação na História Contemporânea de Europa pela qual
uma população inteira esteve submetida a um processo sistemático de anulação da sua
identidade cultural e foi espoliada da sua memória colectiva"[45]. Nos últimos dois
séculos, e sobretudo durante o Franquismo, de facto, foram mudados os nomes/apelidos, os
topónimos e as referências históricas, Falar Português era visto como um "sinal de
atraso, vergonha, ignorância"[46]. O Próprio António de Oliveira Salazar, que governou
Portugal de 1932 a 1968, não obstante o seu forte nacionalismo, evitou sempre trazer à
baila a Questão de Olivença, convencido de que o futuro da ditadura no seu país estava
ligado profundamente ao de um regime análogo em Espanha, e que deveria evitar que
ocorresse (devia por de lado) todos os possíveis motivos de desentendimento com o vizinho.
(CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
Para a Espanha o "problema de Olivença" não existe. A cidade e os seus arredores vão
sendo considerados espanhóis para todos os efeitos, e nega-se todas (ou quase) as
reivindicações da parte de Lisboa.
Segundo Raul Alfonso Limpo (NOTA: engano! O nome é Luís Alfonso Limpo; FIM DA NOTA),
director da Biblioteca de Olivença, não existem razões históricas pelas quais a Espanha
devesse devolver a cidade a Portugal. Na sua opinião, o Tratado de Badajoz continua a ser
válido e as conclusões do Congresso de Viena tem valor só sob o ponto de vista moral
(ético)[47]. A violação do acordo com a invasão de Portugal por parte das tropas
franco-espanholas (1807) é considerado como podendo ser visto a uma simples mudança de
circunstâncias às quais um tratado de paz não pode estar sujeito, "porque se fosse assim
nenhum (tratado) seria válido"[48]. Do ponto de vista jurídico, por outro lado, para os
espanhóis o artigo 105 do Tratado que resultou do Congresso de Viena (1815) não é mais do
que "uma vaga alusão a uma intenção de mediação num conflito de fronteiras
luso-espanhol", "uma ambígua declaração de intenções" [49], que não obrigava directamente
a Espanha a restituir a região.
Para a Espanha, portanto, Olivença não se discute, mas traz consigo algo de peculiar,
quase um subtil sentimento de responsabilidade nos confrontos na cidade: o óptimo estado
de conservação dos monumentos oliventinos, de facto, faz recordar o que José
Ibañez-Martin, diplomata da embaixada espanhola em Lisboa, escreveu em Madrid em 1959
sobre a situação da cidade "contestada": "A nossa preocupação no interior da Espanha deve
ser, como de facto é, a de cuidar ao máximo da cidade de Olivença para que ninguém possa
argumentar que, se fosse portuguesa, estaria mais bem cuidada"[50]. Se a Espanha tem
feito muito para manter em perfeito estado os monumentos e os edifícios oficiais de
Olivença, o mesmo cuidado não foi sempre aplicado na conservação da arquitectura popular
de inspiração claramente portuguesa, de características idênticas à da região confinante
portuguesa do Alentejo. Em alguns municípios do território oliventino como São Jorge de
Alor, de facto, as "chaminés", as grandes chaminés que parecem fazer gala na sua altura,
sucedem-se quase ininterruptamente, enquanto em Olivença as casas típicas estão às vezes
abandonadas e mais vulgarmente modernizadas, destroçando um outro traço de Portugal.
Alguns habitantes do outro lado dos "confins" (da fronteira)"devolvem o favor", fazendo
notar nomeadamente na sinalética rodoviária o nome de Olivença - escrito claramente em
Português - das indicações relativas ao território espanhol. Alguns, em contrapartida,
danificaram outra (placa rodoviária), tapando já há algum tempo com tinta negra em
"spray" a palavra "Espanha" no interior do símbolo europeu que assinala a chegada ao
território controlado por Madrid logo após se ultrapassarem os limites de Portugal,
vindos de Elvas.
CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR)
6. Se é verdade que muitos portugueses querem recuperar Olivença, é entretanto
verdade que não faltam também uns quantos que gostariam que a Península Ibérica unida
formasse um único estado. Em tal situação, a questão oliventina perderia todo o sentido.
Em Julho de 2007 o escritor português José Saramago - Prémio Nobel da Literatura de
1998, falecido recentemente - revelou numa entrevista dada ao diário lusitano "Diário de
Notícias" acreditar que Portugal acabará por integrar-se na Espanha. Se do ponto de vista
cultural nada mudaria porque ninguém "deixaria de falar, de pensar e de sentir em
Português", por outro lado haveria "tuda a ganhar em termos de desenvolvimento neste tipo
de aproximação e de integração territorial, administrativa e estrutural"[51]. Portugal
tornar-se-ia, segundo Saramago, numa outra província da Espanha, que deveria
provavelmente mudar o seu próprio nome para Ibéria. Quanto aos portugueses, para o
escritor aceitariam a integração de bom grado se se explicasse bem que não se trata de
uma abdicação nem do fim do País; este continuaria a existir, mas de uma outra forma, e
seria governado por dirigentes dos partidos espanhóis e portugueses, que teriam
representação num parlamento único com toda a força política da Ibéria, assegurando-se um
parlamento português, como o que têm todas as comunidades espanholas autónomas actuais.
As palavras do Prémio Nobel suscitaram indignação e protestos no mundo português. Por
muita gente foi assinalada a contradição na atitude do anticolonialista militante
Saramago, que no passado se bateu com convicção pela independência das colónias
portuguesas em África, enquanto se mostrava indiferente à independência do seu próprio
país.
Quanto às reacções das autoridades lusitanas, o ex Presidente da República e ex
primeiro ministro Mário Soares afirmou que uma integração política peninsular "não está
próxima, e tampouco "auspiciável" por nenhuma das duas partes"[52], enquanto o actual
Presidente Aníbal Cavaco Silva definiu a hipótese como "um absurdo total"[53].
A defesa do iberismo, por outro lado, não é prerrogativa da Esquerda portuguesa a que
Saramago pertencia, mas interessa também a parte da classe média, que "observa o enorme
desenvolvimento registado em Espanha nos últimos anos, compara-o ao marasmo português e
conclui: integrados em Espanha teríamos mais prosperidade, seríamos mais ricos e mais
felizes"[54]. Para muitos, todavia, isto não passa de uma ilusão: "É suficiente verificar
o que aconteceu em muitas empresas portuguesas que foram compradas por espanhóis: a sede
primeiramente situada em Portugal foi transferida para Espanha, os quadros superiores
portugueses foram substituídos por espanhóis nos postos-chave, os portugueses ficaram em
posições subalternas e acabaram por sentir-se estrangeiros no seu próprio país"[55].
CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR
O actual Primeiro Ministro Português, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, interveio
na questão de Olivença/Olivenza à margem da 23.ª Cimeira Ibérica que teve lugar em Braga
em Janeiro de 2008. O Primeiro Ministro definiu a presença no encontro de alguns
manifestantes portugueses que reivindicavam a soberania sobre a Cidade e a região
circundante - aos quais fora proibido exibir uma faixa com as palavras "Olivença é terra
portuguesa", a não ser a mais de cinco quilómetros de distância, sob ameaça de prisão -
classificando-a como uma demonstração de "folclore", referindo que de qualquer forma a
"situação" não consta na agenda dos encontros ibéricos. Sócrates não há todavia dito que
o problema não existe, mesmo porque menos de dois meses antes uma nota do Ministério dos
Negócios Estrangeiros em Lisboa tinha explicitamente (re)afirmado que "nenhum acto,
acordo ou solução em torno de tal questão pode implicar o reconhecimento da parte de
Portugal da soberania espanhola sobre Olivença"[56].
Como em todas as boas histórias, será o futuro que nos dirá se o Iberismo se poderá
tornar realidade ou se prevalecerá o orgulho de grande parte da população portuguesa, que
"prefere viver com os pés no chão em vez de se sujeitar a Madrid"[57], mas que às vezes
tem o perigoso hábito de procurar a solução dos seus próprios problemas aos de fora do
país.
7. Existe uma solução para a Questão de Olivenza/Olivença? Para o já citado Luís
Alfonso Limpo trata-se somente de "um problema psico-histórico de que sofre uma mão-cheia
de portugueses", que deveria ser estudado por um psicólogo". Portugal, denuncia, pode
perder Angola, Moçambique e o mundo inteiro, mas nunca, nunca, um pequeno território
"roubado" ao "vizinho inimigo (que é) Castela"[58].
Para o Professor Carlos Luna a cidade "é História. É mito. É (triste) realidade. Faz
parte dos fantasmas pessimistas que perseguem o homem português. Fantasmas de que este
homem se libertará quando compreender que foi ele mesmo a criá-los, e que está nas suas
mãos fazê-los desaparecer. Olivença é incúria. É abandono. É (apesar de tudo)
persistência. Existe"[59]. Como escrevia Ventura Ledesma Abrantes, um dos fundadores do
GAO, "se Olivença é uma causa perdida, não é Olivença que está perdida para Portugal, é
muito provavelmente Portugal que se perdeu a si mesmo, incapaz de defender os seus
interesses e sobretudo os seus direitos"[60]. Esta disputa geopolítica é para os
portugueses uma questão de dignidade nacional, enquanto para a Espanha vale o princípio
"o que dou está dado", e não se volta atrás.
CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR
Olivença/Olivenza parece destinada a permanecer como está, uma cidade filha de duas
culturas que ao longo dos séculos se encontraram muitas vezes a que também hoje por vezes
se olham com desconfiança. Como reza o famoso adágio português: "De Espanha, nem bom
vento nem bom casamento" - "Dalla Spagna né buon vento né un buon matrimonio".
A melhor maneira de "enquadrar” a questão de Olivença esta´talvez nas palavras com que
a imortalizou Narciso de la Torre-Velver Blanco numa poesia (em castelhano) de 1989
intitulada"Duas lealdades", em cujo subtítulo de inspiração lusitana a define como " A
mui nobre, notável e sempre leal vila de Olivença";
"Olivença, cidade nobre/reduto de dois alentos/silêncio de duas verdades/para um só
sofrimento./Olivença, por notável/ te lamentas em monumentos / que amuralham duas
metades/de um único desalento./Filha de duas vontades/ e esposa de um
rompimento/Olivença, duas lealdades/desgarram o teu sentimento"{61] (Tradução livre)
FIM
_____________________
[1] http://www.alemguadiana.com/;http://alemguadiana.blogs.sapo.pt
[2] http://www.agal-gz.org/modules.php?name=News&file=article&sid=4413
[3] http://www.cafeportugal.net/pages/noticias_artigo.aspx?id=2248
[4] Carlos Eduardo da Cruz Luna, Nos caminhos de Olivença, Estremoz, 2000, pagg.
11-30.
[5] “As potências europeias, reconhecendo a justiça das reclamações formuladas pelo
Príncipe Regente de Portugal e do Brasil sobre a vila de Olivença e os territórios
circunvizinhos cedidos à Espanha pelo Tratado de Badajoz de 1801, e considerando a
restituição daqueles territórios uma das medidas apropriadas para assegurar entre os dois
reinos da Península aquela boa harmonia, completa e permanente, por cuja manutenção em
todas es partes da Europa tem sido o objectivo constante dos acordos firmados, obriga-se
formalmente a empregar, através da conciliação, oe seus esforços mais eficazes para que
se efectue a restituição dos ditos territórios a favor de Portugal. E as Potências
reconhecem, naquilo que depende das capacidades de cada uma, que esta restituição teve
ter lugar o mais brevemente possível". [6] Miguel Mora, El pueblo más portugués de
España, in El País, 4.12.2006.
CONTINUAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR
[7] “Las muchachas de Olivenza no son como las demás, / que son hijas de España y
netas de Portugal./ Tienen la dulce belleza de la mujer lusitana / y la gracia y el
salero de las mujeres de España”.
[8] http://31tv.blogs.sapo.pt/
[9] Articolo pubblicato sulla rivista Atlântico, numero di Marzo 2007, pag. 64.
[10] El Semanal, n. 746, 10-16.2.2002.
[11] http://www.olivenca.org/
[12] Miguel Mora, La eterna disputa de Olivenza-Olivença, in El País, 4.12.2006.
[13] Ibid.
[14] Público, 22.11.2006.
[15] Público, 2.1.2007.
[16] El Semanal, n. 746, 10-16.2.2002.
[17] Ramón Rocha Maqueda, citato dal settimanale portoghese Linhas de Elvas, 3.5.2007.
[18] Hoy, 7.3.2010.
[19] Miguel Mora, La eterna disputa de Olivenza-Olivença, in El País, 4.12.2006.
[20] http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2003/geos/po.html
[21] http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2003/geos/sp.html
[22] Ignácio Sánchez Amor, cit. in Correio da Manhã, 4.9.2003.
[23] Ramón Rocha, cit. in ibid.
[24] Ibid.
[25] Ibid.
[26] http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2004/geos/po.html
[27] http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2004/geos/sp.html
[28] http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2005/geos/po.html
[29] http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2005/geos/sp.html
[30] http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2006/geos/po.html
[31] http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact2006/geos/sp.html
[32] https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/po.html;
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/sp.html
[33] O regime que governou Portugal com António de Oliveira Salazar de 1932
a 1968 e com Marcello Caetano de 1968 a 1974.
[34] Il 25 Aprile 1974 la Rivoluzione dei Garofani ha abbattuto il regime dittatoriale
portoghese.
[35] Articolo pubblicato sulla rivista “Atlântico”, numero di Marzo 2007, pag. 64.
[36] Testo del Courrier International riportato in Carlos Eduardo da Cruz Luna,
Olivença na imprensa estrangeira (1954-2002), in O Pelourinho, Badajoz, 2002, numero 12
(2ª epoca), pag. 38.
[37] Articolo pubblicato sulla rivista “Atlântico”, numero di Marzo 2007, pag. 64.
[38] Idem.
[39] Luis Simões, in The Telegraph, 19.8.2006.
[40] Carlos Eduardo da Cruz Luna, intervistato dalla rivista "E", 1.7.2010.
[41] Idem.
[42] Carlos Eduardo da Cruz Luna, Nos caminhos de Olivença, Estremoz, 2000, pag. 171.
[43] O Ditrector da Biblioteca de Olivença afirmou, a este propósito: "Se uma pessoas
entra na nossa casa, diz que a casa não é nossa, e nos chama ladrões ainda por cima, o
que fazemos? Recebêmo-lo bem?"(cit. in Francisco Camacho, O
meio termo de Olivença, in Grande Reportagem, Marzo 2002, pag. 80).
[44] http://www.olivenca.org/actualidadeDetalhe.asp?categoria=COMUNICADOS&ID=152
[45] http://imigrantes.no.sapo.pt/page6.Olivenca7.html
CONCLUSÃO(FIM!)DO COMENTÁRIO ANTERIOR!!
[46] Carlos Eduardo da Cruz Luna, Nos caminhos de Olivença, Estremoz, 2000, pag. 197.
[47] “Reconhecemos a justiça das reivindicações portuguesas e oferecemos mediação
política. Nada mais. É uma obrigação que recai sobre os dois países"; citando Luís
Alfonso Limpo, cit. in Francisco Camacho, O meio termo de Olivença, in Grande Reportagem,
Marzo 2002, pag. 77.
[48] Raul Alfonso Limpo, cit. in ibid., pag. 78.
[49] Idem.
[50] José Ibáñez-Martín, cit. in ibid., pag. 78.
[51] José Saramago, in Diário de Notícias, 15.7.2007.
[52] Mário Soares, cit. in El País, 4.8.2007.
[53] Aníbal Cavaco Silva, cit. in Diário de Notícias, 7.9.2007.
[54] José António Saraiva, sul settimanale Sol, 28.7.2007.
[55] Idem.
[56] http://www.olivenca.org/imagens/MNE_7905.pdf
[57] Carta enviada pelo leitor Santos Pereira ao Jornal de Notícias, 7.8.2007.
[58] Raul Alfonso Limpo, cit. in Francisco Camacho, O meio termo de Olivença, in
Grande Reportagem, Marzo 2002, pag. 77.
[59] Carlos Eduardo da Cruz Luna, Nos caminhos de Olivença, Estremoz, 2000, pag. 11.
[60] Ventura Ledesma Abrantes, cit. in http://www.olivenca.org/historiaDoGrupo.htm
[61] “Olivenza, ciudad noble / reducto de dos alientos / silencio de dos verdades /
para un solo sufrimiento. / Olivenza, por notable, / te dueles en monumentos / que
amurallan dos mitades / de un único desaliento. / Hija de dos voluntades / y esposa de un
rompimiento / Olivenza, dos lealtades / desgarran tu sentimiento”.
Carlos Luna:
Eina ca ganda "comentário"!!!
Caro Professor Luna.
Mesmo admitindo a muito provável boa intenção tanto da causa como do texto, sempre que um "comentário" tem esta dimensão "bíblica"... a coisa costuma fazer-se deixando um link para um blog, uma pagina da internet onde o texto esteja alojado, etc.
De qualquer modo, isso não me pareceu razão suficiente para não o publicar.
Saludos, perdão... saudações! :-)))
Ena!... Resta-me aplaudi-los a todos! Mal me atrasei,fizeram praticamente o trabalho todo!... Resta-me ir à procura de alguma 'maçã podre' que tenha p'raí ficado esquecida!
Um abraço
César
Comentário aos vossos comentários:
...Y viva España, olé!
(E mais a união ibérica, vocês me entendem)
Luis Nogueira
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