Philippe Jaroussky

O efeito surpreendente e o universo de possibilidades de uma voz de soprano ou meio-soprano, em tudo feminina... mas saindo de um corpo de homem, chegou a ser uma arte tão apreciada que levou muita gente a extremos que iam até à mutilação física de rapazes pré-adolescentes, para conseguir a tão cobiçada voz dos “castrati”.

Felizmente, para produzir um contratenor, basta deixar trabalhar a Natureza. Depois de descobrir e aceitar esse raro “dom” é preciso trabalhar até à exaustão, para dominar na perfeição a técnica do falsete, et voilá!, por vezes, só ouvidos treinados podem descobrir (apenas pela audição) tratar-se de uma voz masculina. São, como já disse, seres muito raros. Poucos são os muito bons. Entra em cena o francês Philippe Jaroussky.

Este jovem cantor e músico, carregado de merecidos prémios e reconhecimento público é o exemplo de como esta técnica de canto pode chegar aos limites da perfeição. Quando o ouço, nunca sei o que mais me impressiona; se o desconcertante virtuosismo, se a emoção que escorre de cada frase que canta.

O vídeo que se segue, gravado “sem rede” e ao vivo, é um prodígio de nove minutos e dois segundos... desde o primeiro ao último segundo. Por ele, pelos músicos que o acompanham (Ensemble Artaserse), pela peça musical escolhida.

Bom domingo!

“Sposa non mi conosci” – Philippe Jaroussky

(Giacomelli)