Aqui há tempos, sobretudo nos últimos meses do reinado da pobre doutora Isabel Alçada no Ministério da Educação, tornou-se quase um hábito de alguns amigos e amigas, enviarem-me por mail grosas de recortes de declarações cheias de frases de belo efeito, sobre educação, proferidas pelo Prof. Santana Castilho. Certamente muitos faziam-no por acharem as suas declarações fascinantes.
Quando acabei por ver o tal Prof. Santana Castilho debitando em várias ocasiões, na televisão, as suas monumentais tosas no sistema educativo, na ministra e no governo de Sócrates, percebi, muito ajudado pelo penteado cinematográfico do homem e, sobretudo, pelo ar com que dizia o que dizia, que ele próprio vive fascinado por si mesmo.
Mais tarde, quando soube que o seu aclamado livro sobre educação, apresentado como um quase “programa”, como uma quase “bíblia”, era prefaciado por esse grande e reconhecido especialista em assuntos educativos, que é Pedro Passos Coelho... percebi que além de fascinado por si próprio, Santana Castilho estava igualmente fascinado pela ideia de vir a ser o próximo ministro da Educação.
Afinal o ministro da Educação é o “ex-hiper-revolucionário” Nuno Crato, que recentemente fazia parelha com Medina Carreira, dizendo umas coisas sobre umas coisas, na televisão... e o Prof. Santana Castilho continua a fazer declarações, mas agora para arrasar o «desonesto» Pedro Passos Coelho e reduzir a pó o «ignorante» Nuno Crato, a quem acusa de entender menos de educação do que eu sobre a criação de papoilas no Afeganistão.
Provavelmente, as declarações de Santana Castilho continuam tão fascinantes como eram há uns meses... mas quanto a mim são muito prejudicadas pelo facto de me lembrarem, de uma forma irremediável, a célebre frase feita:
«Não existe fúria no inferno, igual à fúria da mulher desprezada (e do homem, digo eu) !!!»
12 comentários:
O ar dele é mesmo... 'fascinante'...
Abreijo.
Como é possível ser tão inconstante? Refiro-me a todas as"personalidades" que citaste.
Um beijo.
Na mouche, como sempre.
Este á mais um dos inúmeros casos onde a soberba ultrapassa a inteligência.
E até acabo por sentir pena sempre que me deparo com estas situações, porque desperdiçar inteligência é sempre de lamentar.
Mas ainda bem que eles se revelam antes de conseguirem chegar ao "poleiro".
Custa-me mesmo a crer como com todos estes tele-Professores a instrução, o ensino, a educação,a cultura estejam tão mal. Ao ponto de qualquer estrangeiro, como no filme "Lisboetas" uma senhora ucraniana dizer ao telefone para uma amiga que se preparava para imigrar para cá que o ensino era realmente um problema, mas que não se preocupásse pois após aprenderem a língua os seus filhos seriam sem grande dificuldade dos melhores.
Ora porra, é fava!... Provavelmente fui um daqueles que, menos advertido do que tu, pensava que era a sério. Afinal vai no bando dos pavões...
E estou em crer que o Castilho - agora em fúria de mulher desprezada... - mesmo assim, todos os dias faz a tradicional pergunta: diz-me, espelho meu, há algum castilho mais castilho do que eu?...
Um abraço.
Pois é, há quem se excite com este ou aquelediz ou escreve com intenções que se desconhecem e sai citação. Tudo bem, até porque não faltam diagnósticos certos independentemente de quem os faz desejar ser ele a receitar do mesmo... Mas, como muito bem dizes, há que que ter muito cuidado com o fascínio dos fascinados por si mesmos.
Um abraço
Santana Castilho é telelixo e escrita lixo. Em termos de crédito será para aí um Z elevado a menos 99.
Abraço
Isto é que foi uma cacetada!
O País não entendeu qual o rumo da educação, após o 25 de Abril. Não entendeu que a luta começa na escola - o alicerce do conhecimento e da formação dos indivíduos. Ao invés a escola foi palco de "experimentações" conduzidas por demagogos/pedagogos/politólogos.
Mas pior ainda é centrar todo o papel dos pais/encarregados de educação na escola - agora centro de acolhimento dos seus filhos. E pergunto eu - para que serve hoje em dia a escola?
Não sei porquê mas veio-me á memória um fado que a certa altura diz assim "Afinal quem és tu ó desgraçada ? rosa engeitada!
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