segunda-feira, 25 de julho de 2011

António José Seguro – São rosas, senhor!



Está virada a página no PS. Foi, segundo o novo secretário geral, uma campanha «inesquecível». Tão inesquecível, empolgante e mobilizadora... que fez cerca de vinte e três mil militantes votarem nele. Uma verdadeira “vaga de fundo”, portanto.
À semelhança de alguns realizadores de cinema portugueses (e não só), que passam tanto tempo em desespero para fazer um filme, que quando finalmente o fazem, querem lá pôr tudo aquilo que pensaram sobre tudo... durante quase toda a vida, Seguro andava há tanto tempo a preparar o salto, que o discurso de vitória ficou transformado numa espécie de engarrafamento de frases feitas e chavões, colecionados desde que se inscreveu na "jota" do PS.
Finalmente, ganhou o seu lugar no cantinho superior direito da galeria de figuras que ocuparam o cargo de secretário geral desde o 25 de Abril. Cada um deles, Mário Soares, Almeida Santos, Vítor Constâncio, Jorge Sampaio, António Guterres, Ferro Rodrigues e José Sócrates, deixou a sua marca pessoal. Com cada um deles, o PS foi fazendo História na democracia portuguesa.
- Com Soares, “enfiou o socialismo na gaveta” e conspirou com os sectores mais reacionários da Igreja Católica e com a CIA, para fazer a contra-revolução.
- Com Almeida Santos... não me lembro.
- Com Constâncio, dormiu uma longa sesta.
- Com Sampaio, fez discursos inexplicáveis e, aqui ou ali, verteu umas lágrimas.
- Com Guterres, virou ainda mais à direita, rezou muito... e ficou a vê-lo pirar-se para outras paragens.
- Com Ferro Rodrigues... não sei o que fez, mas o que quer que tenha sido, foi extremamente rápido. 
- Com Sócrates, cometeu a longa lista de crimes que estamos (quase) todos a pagar.
- Com António José Seguro... aparentemente, decidiu fazer um longo, loooongo “intervalo”.
Como primeira medida para dentro do seu partido, diz que «dá liberdade de voto» à bancada no Parlamento.
Atendendo a que a maioria PSD/CDS necessita de votos do PS para conseguir rever a Constituição, se os deputados “socialistas”, satisfazendo algum interesse particular (a que não deixarão de chamar “nacional”), votarem com Passos e Portas… António José Seguro, para cumprir a sua solene promessa de “recusar” a revisão constitucional, fará o quê? Deitar-se-á a espernear no meio da Assembleia da República e fará uma monumental birra?
Portanto... começa bem! Como disse, vai ser um longo, loooongo intervalo.

12 comentários:

Maria disse...

Ahahahahahah.....
O homem JÁ entendeu o que é dar liberdade de voto aos deputados... mais um para a galeria dos outros.

Abreijo.
:))

Adérito disse...

A maioria dos deputados socialistas respiraram de alívio...

salvoconduto disse...

Olha que eu já nem me lembrava que o Almeida Santos tinha sido secretário. Se alguém me perguntasse tinha respondido de forma errada, que falta de cultura a minha. Só estava a ver o homem como presidente do clube. Ultimamente até só o consigo enxergar de braço dado com Mário Lino, ambos preocupados com os terroristas e os camelos da margem sul...

Hummm, já agora diz-me uma coisa, com que é que borrifaste as rosas? Amanhã ainda vão estar assim? Huumm...

Graciete Rietsch disse...

Seguro, Assis,Sócrates, Guterres, Sampaio.... todos diferentes, todos iguais.

Um beijo.

Antuã disse...

E nós cada vez menos seguros.

do Zambujal disse...

Entrámos no peíodo do sexoalismo seguro?
A tua montagem e o teu resumo cronológioc estão excelentes.

Grande abraço

trepadeira disse...

Intervalo?
Mas eles não estão também no governo,sei lá,por trás do governo,ao lado do governo?

Um abraço,
mário

Fernando Samuel disse...

O PS sempre teve uma forma muito especial de encarar as propostas se revisão constitucional vindas do PSD: começou sempre por rejeitar veementemente e acabou sempre a apoiar decisivamente - e já vão 7...

Um abraço.

Luis Nogueira disse...

Conheci o Seguro quando ele esteve (e eu) aqui na A. Municipal de Gouveia. Homem cortês, com o seu perfuminho de civilização mas de resto, igual aos outros. Nem melhor nem pior. Talvez um pouco mais parrana, talvez não tenha a desonestidade rateira do Mário Alberto, a besuntice do Almeida ou a monumentel bruteza e opacidade do Sócrates. Mas lá irá. Desde que lhe ouvi dizer que se ia bater por um "capitalismo ético", fiquei edificado. Enfim, este tipo dceve ser fruto de uma dessas universidades-tasca, que são quase todas: não sabe o que quer dizer ético e julga que o capitalismo é uma religião.
Estamos conversados.

Grande abraço e sempre saudações revolucionárias.

Luis Nogueira

António disse...

Finalmente vamos ter sexo seguro.

Manuel Norberto Baptista Forte disse...

Quanto a mim, o novo secretário geral do P.S., vai ser um "continuador" em termos de linguagem da auto-afirmação de esquerda, mas na acção que, surja a primeira oportunidade, e vá lá a segunda, e ver-se-à logo no concreto as não diferenças, dos anteriores secretários gerais do mesmo partido.

Elísio Alfredo disse...

Foi eleito secretário geral do quê? Ah!, e isso é um partido? Ah!...