domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ana Vidovic - Memórias de uma valsa...



O Pedro Caldeira Cabral é um enorme músico. Toca "mil" instrumentos... e guitarra portuguesa. Quando interpreta a música de Carlos Paredes é (para mim) o único guitarrista que realmente o faz “aparecer” aos nossos ouvidos... e quase aos olhos.

Há muitos anos, andei “na estrada” durante algum tempo com a fadista Maria Amélia Proença. Eu cantava uma canções que iriam mudar o mundo... ela cantava (bem) fado. Era acompanhada à viola pelo parceiro de muitos anos do Carlos Paredes, Fernando Alvim e Pelo Pedro Caldeira Cabral, jovem guitarrista, apenas dois anos mais velho que eu. Uma noite, antes de um espectáculo e aproveitando o raro conforto de um (ainda mais raro naquele tempo) camarim para os artistas, mostrava-lhe eu uma bela guitarra clássica de construção artesanal que tinha comprado na Alemanha (chamava-se “Anika”). O Pedro pediu-me para a experimentar, gostou do peso, gostou do som... e com um ar muito natural tocou uma pérola que me deixou de boca aberta. Por ser tão bonita e tão bem tocada. Até esse dia nunca o tinha ouvido tocar outra coisa além da guitarra portuguesa de fado.

Fiquei então a saber que aquela pequena maravilha era uma das valsas venezuelanas, compostas para guitarra clássica por António Lauro, o que nos traz finalmente à música e à guitarrista de hoje, que já tinha ameaçado aqui divulgar. Presumo que um grupo de “deuses” desocupados tenham tropeçado numa guitarra clássica e gostado do som... e que tenham resolvido criar (mais) um ser perfeito para a tocar. Saiu-lhes esta Ana Vidovic. É um conjunto perfeito de técnica, claridade impressionante do som... e tudo o mais que se vê e ouve.

Ficam aqui apenas dois dos muitos vídeos possíveis. No primeiro toca duas dessas valsas venezuelanas, sendo que a segunda, que começa passado 1 minuto e 45 segundos, é exactamente a da tal da estória com o Pedro. No segundo vídeo (com muito má imagem) e ainda muito miúda, toca com uma igualmente miúda violoncelista... de que ainda ouviremos falar.

Fiquem com a Ana Vidovic. Nasceu em Karlovac, Croácia, em 1980. Começou a tocar em palco em 1988. Chamo, finalmente, a atenção para a desconcertante semelhança entre a maneira de tocar da Ana e a minha: ambos tocamos sentados!

Bom domingo!

“Valsas venezuelanas 2 e 3” – Ana Vidovic
(António Lauro)



“Ana Vidovic”

11 comentários:

Maria disse...

Fantásticas!
Bom domingo.

Abreijos.

Cloreto de Sódio disse...

Palavras para quê?
Merci!!

Joseph disse...

Gostei.
Um belo tema.
Tem uma execução perfeita e uma sonoridade extraordinária.

Joseph

Pisca disse...

Que bem que sabe ter uma coisas destas logo de manhã

Obrigado Samuel

Fantástico

vovó disse...

e lá continuas tu com a mania de nos dar a conhecer "esses" seres, que têm "apenas" 10% de talento e 90% de muito trabalho!! :)))... és mauzinho:)))... ou sou eu?... :)))...

vovó Maria

Graciete Rietsch disse...

Que lindo!!!!! O primeiro video mostra-nos uma grande guitarrista. O som ultrapassa o vibrar das cordas e adquire forma, volume e envolve-nos totalmente. O segundo video já revela duas grandes músicas.
Um beijo.

Carla disse...

Simplesmente lindo!!!
Obrigada Samuel

do zambujal disse...

Bonita(s) história(s). Boa de ler, de ouvir, de ver.
Obrigado!

Quanto ao "desconserto" das tuas referências a diferenças e semelhanças, preferia referir-me a outras diferenças bem mais visíveis que a parte da anatomia que se senta... sessenta?! Já os fizeste? Olha que ela, a tal Ana, com certeza que ainda não (e tem muito mais cabelo!)

Abraços

duarte disse...

no pimeiro vídeo, fica a elegância (e a bela execução).
no segundo uma simbiose interessante.
gostei . obrigado pela partilha.
abraço do vale.

Fernando Samuel disse...

Tão «fácil», tudo!...

Um abraço.

samuel disse...

Per tutti:
Ainda bem que gostaram! É um excelente sinal... ☺ ☺

Abraços a perder de vista.