sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Francisco Moita Flores – Espírito natalício



Nem de propósito, apenas horas depois de ter lido no “Cravo de Abril” este certeiro post, sobre Francisco Moita Flores, presidente da Câmara de Santarém, leio num jornal uma frase sua, daquelas destinadas a provocar nos cidadãos um “Oh!!!” de apreço e admiração, mas que, desgraçadamente, comigo provocam o efeito contrário.

Segundo o CM, Moita Flores, talvez inspirado pelo exemplo que veio do Palácio de Belém e do seu candidato presidencial, terá dito que este ano «não recebe prendas de Natal», antes pede para as pessoas «transformarem essas ofertas em alimentos para distribuir aos mais necessitados».

Independentemente da minha opinião sobre o carácter ofensivo do descarado mercantilismo natalício, a verdade é que não tenho melhor opinião sobre este tipo de tiradas demagógicas.

Se fosse para comentar a gozar... diria que Moita Flores deve ter prendas fabulosas, para só o facto de prescindir delas mudar a situação dos “mais necessitados”.

Como quero comentar a sério, direi que preferiria, em vez da demagogia barata do “prescindir das ofertas de Natal”, ver esta gente disposta a “prescindir” do sistema político e económico que produz esses milhões de “necessitados”, a quem eles gostam igualmente de chamar “desfavorecidos”... mas que, como detesto a palavra, prefiro chamar injustiçados e explorados.

15 comentários:

Anónimo disse...

Para além de tudo o resto, preocupa-me a noção de que uma figura pública (um presidente de Câmara neste caso) venha publicamente dizer que *neste ano* não quer receber prendas de Natal… Indicia isso que esse é o costume nos outros anos? Se as prendas são provenientes do seu fórum privado, qual a necessidade de fazer o anúncio público?

Maria disse...

Vamos brincar
à caridadezinha...
O resto ainda te lembras!

Abreijo.

O Puma disse...

Na verdade este Flores

tem sido visita de muitos jardins

José Rodrigues disse...

É caso para dizer; sobre injustiçados e explorados o flores, moita...carrasco!


Abraço

Pata Negra disse...

O Moita Flores é uma espécie de tampax, serve para tudo, para andar de bicicleta, para andar a cavalo, para andar de ski... para falar de tudo e mais alguma coisa... até do Natal. Qualquer dia ainda acaba a interpretar a homília do cardeal patriarca!
Tenho de acabar o comentário:
- Oh Chico, onde é que estão guardadas as luzes de Natal?
- Olha! Pergunta ao Moita Flores!
É assim, cá em casa, qualquer pergunta tem sempre como resposta "pergunta ao Moita Flores".
- Onde é que está o gato?
- Pergunta ao Moita Flores!
Mas para que raio é que o tipo queria as prendas de Natal?? Já sei, para dar aos mais necessitados!
Dizes bem Samuel, e se ele não fizesse parte da máquina que fabrica necessitados??
Um abraço e que este Natal não me ofereçam uma Moita Flores em loiça das Caldas

Eduardo Miguel Pereira disse...

E quem tenha dúvidas que ele domina na perfeição estes jogos de bastidores da política safardanas do seu PSD, leia um livrinho que o Sr. Moita Flores escreveu, de seu nome "Não há lugar para divorciadas", e vejam a escola que o menino tem !

jrd disse...

Um poste que merece um "olé"!

Abraço

do Zambujal disse...

Eu queria fazer um comentário... 'pera aí. Vou perguntar ao Moita Flores...

Um abraço

svasconcelos disse...

Bom remate de post, Samuel! Em vez da demagogia, o empenho sério em erradicar as políticas que produzem os injustiçados e explorados, como bem dizes.
bjs,

Graciete Rietsch disse...

Se o Povo não fosse adormecido pela demagogia dos poderosos de que o Natal é um óptimo pretexto, talvez se convencesse que nele reside a força e se "levantasse do Chão" como diz o nosso Saramago.
Caridade não,Justiça sim.

Um beijo.

Anónimo disse...

Confesso que não sei como definir Moita Flores. Ele esteve um dia em minha casa, quando era o chefe da PJ em Ponta Delgada. (Não, não veio em serviço, veio em visita de cortesia com um grande amigo meu). Depois acho que subiu muito depressa. E faz muitas coisas ao mesmo tempo. E sabe mais do que o Almanaque do Campnês. Gostaria de o ver descer de novo à Terra.
Daniel

Suq disse...

Do reino dos equideos vem uma solidariedade "mágica" escalabitana, em que o campino de vara em riste, qual cavaleiro andante, decide a sorte "dos mais necessitados".

Não habia nexxechiidadedede:))))

Fernando Samuel disse...

O Flores é coração de pomba, é o que é...

Um abraço.

Mário Reis disse...

Sou do Porto, mas por razões profissionais passo vários dias da semana em Santarém. A cidade é lindissima, mas sofre dos pecados capitais do Porto e de outras cidades. A miopia das politicas urbanas, a desertificação do núcleo histórico, a destruição do comércio tradicional, são comuns às do Porto e de tantas outras cidades.
O Moita é na verdade mais um daqueles verbos de encher (... chouriços), cóquete e intelectualóide ao serviço de interesses contrários ao povo de Santarém.
Está quase tudo por fazer ao nível do Turismo e da Cultura e da criação de emprego nessas áreas.

Cloreto de Sódio disse...

Sem tirar nem pôr, Samuel. Como diz um dos reguilas cá de casa: "Oh! Abre!!"