O Estado português, há muito está a braços com um problema insolúvel. Um poço sem fundo onde caem milhões de euros dos contribuintes. Um caso sem remédio, a que não podem valer nem encomendas, nem promessas. Pelo menos é este o discurso oficial que pinta os Estaleiros Navais de Viana do Castelo como um pesadelo de que os contribuintes portuguese se devem livrar a todo o custo, pese embora a inabalável motivação dos trabalhadores daquela grande empresa.
Agora, Aguiar Branco, essa espécie de senhor saído de um folheto da “Remax”... e que por estes dias faz de ministro da Defesa, vem dizer que os Estaleiros vão ser “reprivatizados” na totalidade. Garante ainda que há muitos interessados, nacionais e estrangeiros.
Vai uma aposta, que depois da negociata feita, desata a chover encomendas e lucros fantásticos? Vai uma aposta, que o Estado ainda vai ter que entrar com algum, como faz no BPN, para os beneméritos capitalistas fazerem o grande sacrifício de nos ficar com aquilo? Vai uma aposta, que o miserável sapo se vai transformar num príncipe, assim que receber o beijo do capital privado?
Razão tem quem chama a isto um «crime contra a economia nacional»! Razão tenho eu... que junto a isso uma extensa lista de adjectivos tão “substantivos”, que acho melhor nem os escrever aqui. Vocês sabem!
9 comentários:
Encontrei seu blog hoje através do blog da nossa amiga em comum Maria .
Uma amiga especial que tenho em Portugal.
Tenho alguns amigos que postam também sobre a economia de Portugal.
Sou brasileira mais amo Portugal
e vemos pela tv o desmando que esta se passando ai embora o Brasil também não sai dos noticiários .
Ontem uma gerente de uma empresa descaradamente disse ser norma pagar propinas .
E muitos outros estão sendo investigado .
No governo é troca troca de ministros uma vergonha tanta robalheira.
Foi um prazer conhecer e seguir seu blog.
Uma linda semana.
Evanir.
Oh se sabemos.
Sem os mesmos com variantes locais.
Um abraço
Que pena que os criminosos têm dos contribuintes! Até parece que não os roubam todos os dias para engordar os capitalistas!...
Garanto-lhe que aquilo nunca dará lucros fantásticos. Sem forte subsidiação, um estaleiro naval daquele género não sobrevive na europa. é da natureza do negócio e do mercado que existe. daí a eu estar com aguiar-branco, vai grande distância...
Mas, respondendo ao Anónimo, é bem possível que os subsídios, depois da reprivatização, venham a chover inesperadamente...
Eu tenho pena é dos trabalhadores.
Mas, se não fosse lucrativo, quem iria querer aquilo?
Um beijo.
Temos de por lastro,a mais,a esta gentalha.
Um abraço,
mário
EU conheci no principio dos anos oitenta os Estaleiros de Viana do Castelo. Eram uma grande fonte empregadora não só da cidade e zona limitrofe, como até de algumas famílias do Municipio da Póvoa de Varzim, da Maia, e até do Porto. Estamos a falar de uns "tempos" em que havia ainda alguma vontade de investimento público. Hoje surgiram no nosso léxico (quase quotidiano) as palavras: alienação e privatização.
Que de benéfico para os trabalhadores Portugueses e para economia Portuguesa, se "ganhou" com tal surgimento de palavrões que só têm a ver com a economia de mercado, e com a maior das friezas em que uma uma sociedade pode "mergulhar"? Quanto a mim, NADA...
Ainda será possível, que alguém ignore quem são os culpados desta continuada caminhada rumo ao abismo?.
Amigos, está na nossa mão mudar o rumo.
Respondendo à Maria João e à Graciette,
Os Estaleiros Navais (todos em Portugal) só têm funcionado por causa dos subsídios. O sector a nível europeu não se compadece com a concorrência chinesa e coreana, que fazem forte dumping social. A única opção é a especialização fortemente tecnológica, pois a construção naval tradicional, em aço para navios de comércio, está completamente de rastos.
Os armadores vão usando navios em péssimo estado, optando pelos estaleiros asiáticos onde conseguem preços muitíssimo mais baixos que na Europa.
Assim, um estaleiro só sobrevive se receber grandes injecções de dinheiro públicos. E assim tem sido. Não se trata apenas de má gestão, embora esta também possa surgir de quando em quando. O Contra-Almirante ECN Martins Guerreiro, por quem o Samuel terá alguma consideração (e eu também) foi um administrador recente.
Se se quiser apostar no Mar, como a laranjada afirma, obviamente que não se pode alienar os estaleiros. Só aí existe conhecimento para construir os navios e plataformas capazes de tirar partido do Mar.
Privatizar vai tirar das mãos do Estado esta prometida e sempre adiada galinha dos ovos de ouro, em qual nem vejo grandes pernas para andar, pelo menos enquanto se disser uma coisa e se fizer outra que a antagoniza.
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