À medida que ia avançando pelo cair da tarde calma a nossa conversa de café sobre a 8ª e 9ª sessões de “culambismo” (obrigado, MEC!) aos empregados da troika, por parte dos lacaios que ocupam o lugar de governantes de Portugal, a "vasta panóplia" de adjectivos utilizados para classificar tanto uns, como os outros, como as suas políticas, foi subindo de tom e “colorido”.
A dado momento, talvez apenas para respirar fundo, dar uns passos atrás e recomeçar... o meu amigo tentou “relativizar”, recorrendo a uma frase-feita:
- Bom, pá... pelo menos não temos ainda “os tanques na rua e os jornalistas na prisão”! Não é?
- É... mas não pelo que tu pensas! Os tanques não estão nas ruas porque os bandalhos que governam esta “europa” e a maior parte do mundo, já não necessitam de tanques. Isso passou a ser uma coisa “terceiro-mundista” que vai mal com a fina decoração dos seus luxuosos escritórios nas sedes dos grandes bancos e empresas.
Na “europa” civilizada e “democrata”, o terror é imposto pela arma do desemprego esmagador e destruidor (pelo simples facto de existir) de qualquer noção de direitos no trabalho, pela insegurança na doença, pelo abandono na velhice, pela destruição do futuro dos jovens. É imposto pela “bota cardada” do empobrecimento planificado e premeditado de todo um povo, tendente a criar uma sociedade de escravos. Tudo mantido de pé... por uma ilusão de “democracia de quatro em quatro anos”, tão esporádica quanto aldrabona.
Ah... esquecia-me dos “jornalistas”! Esses, hoje, já só muito raramente vão para a prisão. Quase todos tiveram a “esperteza” de se colocarem ao serviço dos donos, dos agressores, dos assassinos. Como cantou o Zeca, “defendem os tiranos contra os pais”. Como quaisquer “eunucos” que se prezem, “não matam os tiranos, pedem mais”.
9 comentários:
Brilhante!
Certeiro, na mouche!
E, sendo assim, torna-se inadiável um Abril Novo.
Abraço.
Então Samuel, que tal comentar esta notícia?:
http://www.publico.pt/mundo/noticia/onu-compara-prisoe-snortecoreanas-a-campos-de-concentracao-nazis-1606191
...e eles (empregados da Troika) continuam com ideia terrorista que ""nós é que sabemos e vocês estão do "bom" caminho"", ainda ontem, a várias perguntas dos sindicatos e patrões as bestas responderam NADA.
Reuniões assim, mais vale não comparecer.
Democracia não é só o voto de 4 em 4 anos, é necessário mas não chega. Que democratas são estes que vêm o povo a passar fome e miséria e continuam a esconder-se nos "mercados" e na "crise", disfarçando assim a sua incompetência e desonestidade?
Falam eles em terrorismo, que maior terrorista se não o governante que governa para a banca, para o agiota e para o capital e deixa o seu povo na miséria. Este sim, é terrorista.
Excelente este Post. De facto hoje as armas são outras."Silenciosas" mas não menos agressivas. Que dizer da democracia e liberdade num País em que um trabalhador não pode aderir a uma greve porque, no dia seguinte, será despedido?!!!
Um beijo.
A morte imediata - prisão, julgamento sumário e fuzilamento - vai sendo substituída pelo penoso calvário de uma desesperada procura de um posto de trabalho cada vez difícil de encontrar...
Abraço!
Ai... "fugiu-me" a identificação...
O comentário anterior é meu, Samuel!
É isto mesmo!
E há gente que ainda não percebeu...
Beijo.
Ainda há eunucos por aqui.
Enviar um comentário