segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Coreia - Uma notícia rara...


Estou certo de que as tentativas individuais de fuga, tanto do Norte para o Sul como do Sul para o Norte, têm, muitas vezes, razões apenas pessoais, íntimas, familiares... que só indirectamente têm que ver com a realidade política que separa as duas Coreias.
Claro que a ostentação de um bem estar artificial e inflacionado pela ajuda capitalista à Coreia do Sul, como forma de propaganda, aliada à situação desesperada que se vive no Norte, numa Coreia esmagada e obrigada ao isolamento, à carência provocada pelo cerco criminoso do universo “democrático” e pelos erros crassos daquela verdadeira “fila indiana” de “Kims” que vai tendo como seus dirigentes, a começar precisamente por aquela sucessão “dinástica” incompreensível (e inaceitável) a que se soma uma concepção muito equívoca (para dizer o mínimo) daquilo que deveria ser uma sociedade livre, solidária, progressista, evoluída, culta... logo, verdadeiramente socialista... faz com que haja, na verdade, mais candidatos a tentar fazer a viagem de Norte para Sul... do que contrário.
Daí a originalidade desta notícia, dando-nos conta do assassinato de um cidadão da Coreia do Sul que tentava fugir a nado para a Coreia do Norte... abatido a tiro por militares da Coreia do Sul.
Para “fazer a vontade” a todos aqueles que defendem que “o mal” mora exclusivamente a Norte... direi que, certamente, se o homem tivesse sido abatido pelos soldados da Coreia do Norte, teria sido com muito, ah... mas mesmo muito mais balas... o que faria toda a diferença!

8 comentários:

Doninha Fedorenta disse...

na minha opinião tanto um povo como outro sao totalmente malucos da cabeça. ditadura atrás de ditadurae o povo com medo do próximo.
http://adoninhafedorenta.blogspot.pt/

Anónimo disse...

Compreendido o teu texto, uma adenda.
Algo une as duas Coreias: a "linha do Dragão", a cordilheira que vai desde a nascente do Yalu e do Tuman,no norte,até perto de Pusan,no sul.
A metáfora da reunificação,cortada fisicamente pela presença de Panmunjom e pela linha de demarcação, o paralelo 38.
Mas algo também que as divide é o clima: um ano agrícola bom dá duas colheitas de arroz no sul enquanto no norte poderá dar uma.
Claro que os Kim, norte e sul,são mais que os Silva, mas foram os do norte que fizeram resistência firme à invasão japonesa.
A qualquer Silva é hoje difícil compreender o culto dos antepassados entre eles. Ao marido coreano de uma colega brasileira foi-lhe vedado o acesso à sepultura do pai, partidário do norte:todos os anos pelo "Tchusok" (a festa da família e das colheitas) em que Seul fica despovoada, ela vê a arte efémera de um túmulo, erigido em casa, em memória do pai. Da mesma maneira uma aluna do departamento de Francês passeou provocatoriamente sobre o paralelo 38,depois de salto a Paris para atingir o norte: ficou com cama,mesa e roupa pouco lavada quando regressou a Seul.
E aos fins de semana a porrada patriótica acontece frequentemente entre os "MacDonalds" da base militar americana em I-Tae-Won de um lado e coreanos do outro
Um abraço com amizade,J.

Graciete Rietsch disse...

São contra dinastias e sucessões. Mas penso que sobre as Coreias muito há ainda a dizer. Espero que o tempo vá levantando o véu. Este episódio do assassinato do sul coreano que tentou fugir para a Coreia do Norte é um pouquinho revelador.

Um abraço.

samuel disse...

Lamento que, entre os muitos "anónimos" que, talvez por não terem lido o post anterior, tentaram fazer o seu "número" habitual... tenha havido um que, quase seria publicado, não fosse a incontinência verbal.

Talvez por ser muito "distraído" criticou-me por eu dizer que tanto há fugas do norte para o sul, como em sentido contrário... sendo que deu praticamente a entender que esta fuga de sul para norte, seria uma invenção minha.

Claro que não reparou que a notícia de jornal que comento ironicamente no post, refere-se exactamente a UMA FUGA DA COREIA DO SUL PARA A COREIA DO NORTE.

Claro que não reparou que dei por título ao post... NOTÍCIA RARA... :-)

Paciência!

Seja como for... apenas passado um dia, a caixa de comentários já tem um ambiente bem mais "asseado". :-) :-) :-)

Obrigado pelas visitas!

Maria disse...

Nem sei muito bem o que te diga depois de ler posts e comentários atrasados... para mim.
Finalmente os dois meses de trabalho intenso parecem ter terminado sendo que a campanha é, terá de ser, mais 'suave'. E aí arranjei tempo para te visitar.
Gabo-te a paciência (acho que já te disse isto) por leres e responderes a tanto anónimo. No teu lugar não permitia comentários anónimos. Ponto!
É que já não há pachorra.
Abreijos.

ps: (salvo seja) quando precisares de uma bodyguard avisa :-) :-) :-) :-)

Olinda disse...

Falar da Rêpublica Popular da Coreia do Norte,sem conhecer bem a sua histôria ,a sua cultura e o seu povo.ê problemâtico.Hâ muito preconceito e muita propaganda,que ,quer queiramos ou nao,nos impede de ter uma visao mais correcta sobre um Paîs soberano.Gosto do povo Coreano,quer do Norte,quer do Sul,sao ambos de uma extraordinâria simpatia e afabilidade.Quanto ä notîcia,prôpriamente dita,estou de acordo com o postado.

Um abraco




Anónimo disse...

Khe Sanh

Há muitas verdades (umas boas outras más) a revelar sobre as Coreias.
Até aqui tem dominado a propaganda assente quase exclusivamente em falsidades.

Não nutro qualquer simpatia por o sistema de domínio familiar que vigora na Coreia do Norte.

Por outro lado como trabalhador consciente do lugar que me pertence na sociedade em que vivo, seria trair os meus princípios de classe manifestar alguma admiração por o capitalismo esclavagista que tem imperado na Coreia do Sul.

Para quem não saiba é bom informar que a população da Coreia do Norte teve sempre um melhor nível de vida que na Coreia do Sul até Gorbatchov consumar a traição ao Socialismo.

Na Coreia do Sul os golpes militares até aos anos 80 sucediam-se uns atrás de outros, a contestação nas ruas era frequente, as greves e a agitação laboral eram uma constante, os massacres de opositores às ditaduras que governaram o país durante décadas perpetravam-se impunemente.

Quem pode esquecer o massacre de Kwangju que ainda hoje não se sabe exactamente o numero de mortos que provocou?

http://www.globalresearch.ca/korean-history-architect-of-1980-gwangju-massacre-former-dictator-chun-doo-hwa/5309952

Quando a contestação social na Coreia do Sul começou a ficar fora de controle as multinacionais de todo o mundo correram apressadamente a injectar somas astronómicas na economia para salvar o sistema, com os EUA à cabeça, 50 % dos investimentos feitos no país eram capitais Americanos.

Enquanto os capitais externos jorravam na Coreia do Sul, a Coreia do Norte definhava por a perda do seu principal parceiro (URSS) a par de um férreo bloqueio económico imposto unanimemente por o mundo capitalista.

Além das dificuldades de ordem económica que o povo da Coreia do Norte tem enfrentado nas ultimas décadas, existe outra não menos grave que põe em risco a sua própria existência.
A ameaça de agressão militar.

Na Coreia do Sul há décadas que se encontra estacionado um forte contingente militar Americano ( actualmente são 40 000 efetivos outros tantos ali ao lado em Okinawa) dotados de centenas de aviões e armamento nuclear, mais uma poderosa frota naval a “rondar” permanentemente as costas Coreanas.
Frente a esta terrivel ameaça a Coreia do Norte para se defender tem que destinar uma fatia avultada do seus recursos à defesa.

No entanto esta versão da realidade é escondida do publico por parte daqueles que têm perpetuado a instabilidade na Peninsula Coreana.

Felizmente as coisas estão a mudar no sentido desfavorável àqueles que têm contribuído para esta situação.

http://www.youtube.com/watch?v=OK2_JvZhFj4

Khe Sanh

Anónimo disse...

Samuel você contestou o meu comentário sem ter publicado o meu comentario.

Isso é de uma desonestidade intelectual que eu nao lhe admito.

Eu sei que estou em sua "casa" e que lhe devo decoro por isso. Certo. Palavras que eu disse no m/ comentário porventura injustas e decerto violentas.Desculpas sinceras se o ofendi, nao foi intencao.

Mas não lhe admito contestar um comentário meu, publicamente, sem ter publicado o m/ comentario

Está a ver porque é que lhe chamei estalinista?

Está a ver o malefício e a indecência de apagar um gajo da foto quando o gajo tava lá.