quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mi Buenos Aires querido *



É notoriamente um bem escasso... mas de vez em quando lá nos chega uma boa notícia. Esta vem da Argentina, terra de gente boa, grandes espaços e música forte, farta e bonita (sim... incluindo o tango). Diz-nos a notícia que um tribunal argentino não se impressionou com os 82 anos de idade de um réu, condenando-o a 25 anos de cadeia. Trata-se do cidadão Reynaldo Bignone, General em título, mas assassino de profissão.

O General Reynaldo Bignone foi, entre 1978 e 1979, vice-chefe da base militar Campo de Mayo, centro especializado em prender, torturar e assassinar os opositores à ditadura. Para além deste “serviço exemplar”, responsável por mais de 30.000 mortos e “desaparecidos”, foi ainda Presidente da Argentina, entre 1982 e 1983. O Tribunal conseguiu ligar o nome desta "hiena" a 57 homicídios e a 500 dos célebres raptos de bebés, cujas mães eram obrigadas a dar à luz em centros clandestinos.

Se tudo correr bem, o bandido verá o fim dos seus dias atrás das grades. Até lá, irá certamente ruminando fantasias de vingança e mais assassínios em massa, enquanto os seus advogados, como é o costume nestes casos, alegarão, uns, o seu sentido arrependimento, outros, que está doentinho...

É uma boa notícia esta que nos chega da Argentina. Ao contrário da Espanha, onde a estrema direita franquista se agarra e defende com unhas e dentes (e ameaças) a “Lei de Amnistia”, cuja aprovação forçaram durante a chamada transição para a democracia, lei que faz tábua rasa de todos os crimes do franquismo. Ao contrário de Portugal, onde falar dos crimes do salazarismo e do asco provocado pela bela vida que levam os torturadores e assassinos da PIDE, por exemplo, para já nem falar daqueles a quem são concedidas boas pensões e até, condecorações... é uma coisa que parece mal. Estraga qualquer ambiente, sei lá... não é fino...


* Com um grande “olá” ao Carlos Gardel que, decididamente, não entra nesta estória.

6 comentários:

Maria disse...

Parece que há países onde ainda se faz Justiça! E ainda bem!

Abreijos

svasconcelos disse...

Sem dúvida! Um exemplo que devia ter réplicas em tantos outros lugares...
bjs,

Graciete Rietsch disse...

Bom exemplo sem dúvida! É preciso castigar os torturadores que destroem todos os que se opõem à construção de um novo mundo.

Beijos.

Nelson Ricardo disse...

Se tivermos em conta o que se está a passar em Espanha, onde nem deixam que se investigue os crimes do franquismo, percebemos que na Europa os terrores montados contra as «ameaças vermelhas» do passado têm justificação.

Antuã disse...

Na Europa o nazi-fascismo ainda domina.

Fernando Samuel disse...

Ah!, uma boa notícia!; festejemos, irmãos...

Um abraço.