sexta-feira, 29 de abril de 2011

Israel/Palestina – O “perigo” da paz


A histórica aproximação da Fatah e do Hamas, que pode pôr um fim à desunião palestiniana e inaugurar uma nova fase nas negociações para a paz na região, bem como para a autodeterminação da Palestina, que assim passaria a dialogar com o mundo a uma só voz, está a deixar muito nervosos os falcões fascistas no poder em Israel, bem como os seus patronos no Pentágono e na Casa Branca. A casta de ultras que detém o poder em Tel-Aviv, tal como os seus patronos norte-americanos, preferem “negociar” com palestinianos divididos. Enquanto os vão matando. Compreende-se.
O estado de “nervos” é tal que Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelita, não hesitou em afirmar que «há que fazer uma escolha entre a paz com o estado hebraico e os islamitas». Já o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, o fascista Avigdor Lieberman, mais "ousado", não teve dúvidas em afirmar que Fatah e Hamas ultrapassaram uma «linha vermelha», recorrendo mesmo à pouco velada ameaça com o «vasto arsenal de medidas de retaliação que o Estado hebraico pode acionar».
Ninguém tem dúvidas sobre o “vasto arsenal de medidas” e a grande vontade de o utilizar, que vai na cabeça da extrema direita israelita. Aquilo que espanta é que tantos milhares de judeus que são pessoas decentes, filhos e netos de gente de bem que foi vítima às mãos dos nazis, não reaja mais expressivamente ao facto vergonhoso de ver o seu governo, em tantas ocasiões, usar os mesmos métodos de que já foram vítimas há décadas.
Isso só me faz ter ainda mais respeito por aqueles que, corajosamente, ali se opõe a esta política de extrema direita dos fanáticos religiosos e demais fascistas sem Deus que se veja... ou se possa minimamente respeitar.
A aptidão dessa extrema direita no poder para mimetizar a crueldade dos carrascos de outrora, entende-se... tal foi a “proximidade pactuante” que alguns dos fundadores tiveram nesse tempo com os agressores. A passividade de todos ou outros é bem mais difícil de entender.
Tudo a demonstrar que, um pouco por toda a parte, mesmo entre nós, aquilo que era suposto nunca mais acontecer, está constantemente a acontecer... de novo.

3 comentários:

salvoconduto disse...

Vou iniciar a contagem até ser assassinado um dirigente de uma ou outra facção palestiniana pela mossad, que será inevitavelmente atribuído a uma delas...

Graciete Rietsch disse...

A Palestina martirizada tem o apoio de todos os que lutam e defendem"uma Terra sem amos".

Um beijo.

Anónimo disse...

Samuel
Os Israelitas que foram assassinados por Hitler seriam, possivelmente, os melhores de entre eles, essa a razão porque Hitler os assassinou. Por cá existe a mesma porcaria pois pelo que se vai vendo e ouvindo, descontando uma percentagem, os tugas caminham para mais do mesmo e muitos "cantando e rindo" como diz a canção.
Vitor sarilhos