sexta-feira, 22 de abril de 2011

Otelo Saraiva de Carvalho (2) – E se te calasses, pá?


Na realidade, não pretendia voltar a tropeçar nesta figura tão cedo, mas, quem sabe, ressabiado pelas críticas que choveram de todos os lados, Otelo Saraiva de Carvalho em vez de assumir que a sua frase infeliz «se soubesse como o país ficava, não tinha feito a Revolução» - como se o 25 de Abril fosse dele, ou não tivesse sido feito sem ele - foi uma bela borrada... pelos vistos, decidiu contra-atacar partindo para a pura provocação.
Agora defende que aquilo que Portugal precisa é de «um homem honesto como Salazar». Claro que a seguir produz uma fiada de baboseiras que, supostamente, explicariam e justificariam a frase... mas já não adianta!
Depois de se dizer que o que faz falta é alguém como Salazar... nada mais adianta!
Sendo assim, e como só se desilude quem tenha estado iludido (felizmente não é o meu caso), este post é apenas um simples “upgrade” sobre aquilo que penso a propósito deste imenso parvalhão cheio de si mesmo... mas que acho mais simples e económico nem dizer. Penso que já se percebeu.
Claro que, como quase sempre acontece, tinham que ter partido do nosso convívio, à frente, Homens como Salgueiro Maia, Vasco Gonçalves, Costa Martins, Rosa Coutinho, Vítor Alves...

21 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

"O que mais me prende à vida
Não é amor de ninguém
É que a morte, de esquecida
Deixa o mal e leva o bem"

E o mal que deixa é pestilento...

do Zambujal disse...

"Depois de dezer que o que faz falta é alguém como Salazar... nada mais adianta!"
Está tudo dito!

Mas... como há sempre algo a acrescentar, ainda digo que homens como Otelo, de tão cheios de si, estão vazios!, ou pior: estão cheios do que não presta e, muitas vezes, cheira que tresanda...

Grande abraço

Anónimo disse...

Rogério Pereira o teu comentário reportando te ao poeta António Aleixo diz tudo.
Pois, existem "parvalhões" que são uns pobres pavões... Até tenho vergonha que aquele ser seja natural de Moçambique.

Vicky

Maria disse...

O homem escafedeu-se faz tempo, e a família não deu por isso. Devia estar internado...

Abreijos.

Alberto Sousa disse...

Caramba!
Você só vê vermelho e nada mais.
Mude-se para a Coreia do Norte. Deveria ser felicíssimo por lá!
Deduzo, sem esforço, que você acha Sócrates mais honesto e estadista do que Salazar foi!...
Cuide-se! Pode estar gravemente doente!

GR disse...

Há já longos anos estava muito bem sentada, esperando que começasse uma peça no Teatro, ADOC, a sala estava sombria, quando olho em meu redor até me assustei, ao meu lado estava sentado este crápula. Levantei-me de imediato, mandei uma boca “forte” e saí.
Se fosse hoje, cuspia-o! Não merece o respeito de ninguém!

Bjs,

GR

Antuã disse...

O homem nunca bateu bem da bola. Desde mandar os reaccionários, leia-se comunistas, para o Campo Pequeno até fazer uma guerrilha a partir da Serra da Estrela contra os fascistas caso estes se apoderassem do poder, tudo é bacoco em Otelo.

Fernando Manuel de Almeida Pereira disse...

Pedi desculpa ao Octávio Pato no dia seguinte à eleição presidencial por ter votado nesta anedota.Para este o unico dia de Abril que conta é o dia 1 de Abril, ou deem-lhe as gotas que o PS se esquece de dar ao Almeida Santos, para tanto dislate seguido.

Anónimo disse...

Abril águas mil
Abril águas mil
Levai este imbecil

Anónimo disse...

Já ouvi falar desse Otelo, quem é?

samuel disse...

Alberto Sousa:

Deduzo (confesso que com enorme esforço) que este seu comentário tenha alguma coisa que ver com o post…

Seja como for, sim!
Sócrates é mais honesto e estadista do que Salazar… o que, na verdade, nem chega a ser um grande elogio para o pobre Sócrates.
Qualquer CÃO VADIO E SARNENTO (incluindo as poias que vai largando na relva e nos passeios) é mais honesto e estadista do que Salazar!

Não lhe aconselho nenhum tratamento... porque ser simpatizante de Salazar... não é propriamente uma doença.

Graciete Rietsch disse...

Este homem não me desilude ,porque nunca me iludiu.

Um beijo.

Alberto Sousa disse...

Bem aventurados os pobres de espírito, pois será deles o reino dos céus!

Manuel Norberto Baptista Forte disse...

"Entenderei" as palavras de O. S. C., fruto talvez do contexto de diferença climática entre Angola onde esteve ou está muitas vezes e o clima de Portugal (Continental), pot isso li-as e não lhes passei "cartucho" nenhum, até porque certamente face à afirmação de que Portugal precisa é de "...um homem honesto como Salazar...", ele que se vá tratar assim que os seus bastíssimos interesses industrias o permitam.
O. S. C., foi com estas declarações muito desrespeituoso e muítissimo "curto de memória" com Salgueiro Maia, Vasco Gonçalves, Costa Martins, Rosa Coutinho, Vítor Alves, e muitos outros que o apoiaram solidáriamente, até quando ele esteve preso em Caxias, pelos motivos que toda a gente, com memória, os saberá.

José Gago disse...

Òh! Samuel,Francamente!
Não percas tempo a responder a estes (albertos)eles são apenas cadáveres apodrecidos que ainda
trasandam a odor salazarento...
Isto é,trazem consigo aquele cheiro típico,proveniente das
fossas...

samuel disse...

Alberto Sousa:

Bela reflexão autocrítica! Parabéns! :-)))

(E agora, se tem assim tantas saudades de Salazar... vá ter com ele!)

jrd disse...

Já foi um vómito, agora transformou-se em vomitado.
Uma náusea, em todo o caso...

Ezul disse...

Mas já fez estrago, tendo em conta que os saudosos de Salazar por aí andam, a sonhar com uma falsa ordem que lhes havia de roer o corpo e a alma.
:(

Manuel Rocha disse...

OTELO: O HOMEM APENAS QUE QUERIA SER HERÓI SOBRETUDO

(Manuel Rocha, no Facebook)


(...) Tive sorte. Aprendi muito cedo que aquilo que vale a pena, seja uma revolução ou um convívio de bons amigos, é produto de muitas mãos. E era assim que eu situava os meus heróis de infância – destacados no meu olhar, mas “um” no meio de muita-gente. Essa convicção firmei-a quando num comício do PCP, pouco depois do 25 de Abril de 1974, ao grito entusiasmado de “Cunhal – amigo – o povo…”, respondeu o visado com um aceno de cabeça recusando a cantilena glorificadora. Compreenda-se, porém, o entusiasmo de quem gritou e que, aquilo gritando, não o fez por mal. Aprendi ali que os homens dignos de destaque só conseguem ser grandes se souberem inscrever-se na massa que os gera, os educa, os faz destacarem-se.

Vem este escrever-coisas a propósito das recentes declarações de Otelo Saraiva de Carvalho à Lusa. A coisa foi espaventosa. Ouvi e li as palavras de muitos democratas - uns ofendidos, outros desiludidos com o operacional do 25 de Abril. Em causa estarão, sobretudo as palavras: “não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente”. Fiquei, pelo próprio, a saber dever-se a Otelo o 25 de Abril! Bem me parecia que (todos) os restantes Capitães não passaram de acólitos às ordens; e que os antifascistas que Spínola queria manter nas prisões, e aqueles que nessa data estavam na clandestinidade, foram meros quase-nadas no percurso do regime; e que aquela gente toda que saiu à rua e que, com a sua presença, deu um impulso decisivo ao movimento revolucionário – primeiro em Lisboa e logo por todo o país – não foram mais do que meros figurantes; para não falar dos comunistas, dos camponeses alentejanos, dos sindicalistas, dos artistas, dos operários da cintura industrial de Lisboa, dos movimentos católicos antifascistas, dos activistas da CDE, dos democratas sem partido, dos movimentos africanos de libertação, da Comissão de Socorro aos Presos Políticos, dos países acusadores de Portugal na ONU, de todos (tantos) que somaram à História os gestos que, todos juntos, iriam desaguar na Revolução de Abril de 74. Azar de Otelo Saraiva de Carvalho: a História do 25 de Abril pode ser contada de diversas maneiras, contraditórias até. Mas nenhuma menciona o nome de um só actor. Mesmo que Otelo continue convencido de que foi ele quem moveu a História e não a História (e seus muitos protagonistas) que o mobilizou a ele.

Há um ditado russo antigo que diz que “um tolo que saiba estar calado prova, afinal, que não é tolo”. Já Otelo sempre pecou pela incontinência verbal de recorte auto-elogioso, dando azo a tenha surgido, há já muito, a bem aplicada alcunha de Otolo. Foi (o)tolo na ameaça dos “fuzilamentos no Campo Pequeno”, nas coboiadas do COPCON, nas sebastianicas campanhas para a presidência, no desvario pseudo-guerrilheiro, nos desempenhos cinematográficos, nas egocêntricas acusações de perseguição pelo PCP, na soneira de que foi acometido no 25 de Novembro, entre outras otolices – umas mais graves, outras menos.


Pode ser que Otelo tenha sorte, por assim dizer, histórica. Pode ser que a História o recorde como um – um entre muitos - dos rostos do 25 de Abril, nem por isso o mais lúcido, politizado e consequente. Pode até ser que a História omita a sua incrível (mesmo tratando-se de Otelo) afirmação de que “o país precisava hoje de um homem com a inteligência e a honestidade de Salazar” e, omitindo-a, possa filtrar o traço, nem por isso menos verdadeiro, de ser Otelo um dos militares menos lúcidos, menos politizados e menos consequentes daqueles que ajudaram a pôr fim ao regime salazarista-caetanista. Pode ser que ainda seja possível sobrar homem no lugar onde nunca houve, nem podia haver, herói (como o próprio, pelo avesso, insiste em provar-nos).


.

samuel disse...

Manuel Rocha:

Grande Manel! Belo texto!

Abraço.

Anónimo disse...

SEMPRE TE FALEI QUE QUANDO TU ERAS CAIPÃO EM ANGOLA DE 1965 A 1967 QUE O SENHOR NÃO ERA UM BOM CAPITÃO MAS LÁ FOSTE LEVANDO E ESTAVAS NUM LUGAR QUE NÃO ERA RUIM E SAISTE DE LÁ COM A GUERRA GANHA SE FALARES O CONTRARIO AS MENTIROSO AGORA A PARTIR DE 1967 EU NADA POSSO FALAR.MAS SEI QUE OS MILITARES SE DESTRUÍRAM A ELES MESMO A NÍVEL DE MAJOR PARA CIMA COBARDES E NADA MAIS