quinta-feira, 16 de junho de 2011

Indigitado! *


Finalmente! O rapaz foi indigitado pelo ET... o que me traz à memória o célebre fresco de Michelangelo, em que um boneco a fazer de Deus também “indigita” um outro boneco a fazer de Adão.
Como isto anda tudo ligado, a Conferência Episcopal Portuguesa lá veio divulgar o seu programa político de governação, disfarçado de discurso piedoso, apostando nos chavões costumeiros do “bem comum”, da necessária colaboração da oposição com o governo, do grande perigo das "utopias", etc. e coisa... sendo que o "pio conselho" que me chamou mais a atenção, este já da lavra do Cardeal-Patriarca, foi o seguinte:
«O memorando assinado com a ‘troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional) deve ser cumprido o mais rapidamente possível, para que o país recupere a sua “dignidade” e a sua “autonomia”».
Mai nada!!!  Aleluia!  Ite missa est

* Com um pedido de desculpas ao Steven Spielberg, por misturar o seu belo filme com esta choldra.

16 comentários:

Maria disse...

A missa ainda nem começou...

Abreijos.

salvoconduto disse...

A Igreja fiel à sua imagem, sempre, sempre ao lado do povo...

Anónimo disse...

Samuel, parece-me haver aqui uma desproporção de escrúpulos. Por um lado, pedes desculpa ao Spielberg por "profanares" o seu ET; por outro, chamas "bonecos" a parte de um fresco do maior artista de sempre. Além disso, há quem tenha outra ideia a respeito de Deus...
Um abraço.
Daniel

Eduardo Miguel Pereira disse...

Ainda a procissão vai no adro !

samuel disse...

Daniel:

Provavelmente não terei respeitado igualmente a obra de Michelangelo e a de Spielberg. Um descuido motivado certamente pelo facto não ter pensado no primeiro como sendo muito mais artista que o segundo, mas apenas diferente... e ambos, pelo menos nas obras aqui sugeridas, geniais criadores de bonecos de figuras de ficção.
Provavelmente estarei a ser injusto, ou para com o ET, ou para com o Deus dos crentes, ao compará-los… mas, para mim, não passam de personagens de ficção… e a única coisa que os distingue verdadeiramente são os actos e motivações dos fans e seguidores. Uns muito respeitáveis, outros nem por isso!
A minha experiência pessoal, que cimentou aquilo que acabou por ser a minha «ideia a respeito de Deus», como lhe chamas, nem sequer me permite ser equidistante.

Um abraço.

José Rodrigues disse...

A hierarquia da ICAR, como sempre,com o passo troikado com os humildes e pobres,e acertado com os muito ricos.Parasitagem é o que é!

Abraço

Anónimo disse...

A procissão está no adro, mas a cena já começou, vejam-nos de porta fechada a cozinhar!!!... a nossa vida. Que confiança se pode ter quando aquela é o resultado de todas as acções e comportamnetos dos líderes, mas que líderes?!!!.....
Saudações
Vicky

Graciete Rietsch disse...

Gostei da comparação e acho que em nada ofende as obras de Spielberg e de Miguel ângelo.
Qualquer um deles é bom no seu desempenho artístico e isto mantém-se, sem qualquer ataque, no teu post.

Um beijo.

Pata Negra disse...

A Igreja não se mete na política quando diz "o memorando assinado com a troika deve ser cumprido"; ter-se-ia metido na política se tivesse dito "o memorando assinado com a troika não deve ser cumprido". Aí sim, cairiam políticos do altar a baixo! A Igreja nunca toma partido, toma partidos!
Um abraço conventual

Anónimo disse...

Samuel, claro que eu não posso provar-te a existência de Deus. Pudera eu prová-la a mim mesmo! Mas quanto à Igreja, a ICAR, como com desprezo há muita gente que diz, desculpa que eu diga que ou se trata de descuido na observação do que ela tem feito ou de má vontade. E, como não te considero de maneira nenhuma uma pessoa de má vontade, tenho de concluir que estás muito desatento ao que a Igreja faz pelos desprotegidos. Desde os pobres de pão para a boca até aos pobres de doenças que ninguém mais cuida.
Um abraço,
Daniel

samuel disse...

Daniel:

Nem eu posso provar a não existência… o que não é grave. :-)

Seja como for, mesmo vendo e aplaudindo, como é obvio, o que alguns membros das Igrejas fazem, em nome da sua fé, para acudir aos tais «pobres de pão para a boca até aos pobres de doenças que ninguém mais cuida», sou dos que acreditam que para resolver o problema de fundo dessas pessoas, basta que haja justiça a sério e quem se bata por ela todos os dias; que para acudir aos problemas imediatos, enquanto não há justiça para todos, basta que exista gente solidária, como é o caso de tantos milhões de pessoas que fazem o que acham estar certo, sem se moverem em nome de um Deus, ou de uma fé.

O importante é que uma realidade não tem que ser inimiga da outra.

Um abraço.

Antuã disse...

os homens de sotaina continuam medievalmente instalados. Por outro lado estão muito bem informados. Eu fui expulso da Sociedade Missionária Há 52 anos, tinha eu 13 anos na altura, nunca mais tive contactos com essa gente mas eles sabem o meu endreço de correio inteirinho pois não têm vergonha de me enviarem, sem que eu jamais o tenha solicitado, o Jornal ARM (Associação Regina mundi) e a convidar-me para convívios de ex-seminaristas. Como é que esta gente consegue a minha morada tendo eu morado de residência várias Vezes?!... Será que a CIA funciona com extrema capacidade?!...

Anónimo disse...

Samuel
Recomendo a todos aquilo que eu encomendei por a Igreja ter entrado mais uma vez na politica: cuecas de aço para não sermos comidos pelos padres que até agora vão comendo crianças mas a seguir podem ser pessoas que estão a entrar na terceira idade como eu.
Vitor sarilhos

Fernando Samuel disse...

Estes cardeais-patriarcas são uns conspiradores do caraças: um conspirava com o Soares; este conspira com as troikas...

Um abraço.

Anónimo disse...

Não quero alimentar discussões, sobretudo quando há quem enverede por caminhos de desprezo pelo pensamento alheio. (Não me refiro a ti, Samuel.) Ma sempre direi que sonho com o dia em que as Igrejas não façam falta para ajudar a minorar as misérias deste mundo e em que as ideologias se tornem desnecessárias.
Um abraço,
Daniel

samuel disse...

Daniel:

Ou, no limite, «quanto mais completa for a democracia mais próximo está o momento em que se tornará desnecessária. Quanto mais democrático for o Estado, mais depressa começará a extinguir-se todo o Estado»... como uma vez sonhou um tal Lenine. Um sonho, diga-se, bastante atreito a interpretações tragicamente erradas. :-)))

Abraço.