"O Expresso sabe, também, que em casos muito excepcionais, há notícias que mereciam ser publicadas em lugar de destaque, mas que não devem ser referidas, não por auto-censura ou censura interna, mas porque a sua divulgação seria eventualmente nociva ao interesse nacional. O jornal reserva-se, como é óbvio, o direito de definir, caso a caso, a aplicação deste critério."
Este pedaço de texto é, seguramente, uma das coisas mais tristes que se poderiam ler no estatuto editorial de um jornal, num país em que aconteceu o 25 de Abril. Trata-se exatamente do número 7 do novo estatuto editorial do Expresso. Da última vez que vi... o Expresso ainda pretendia ter um conselho de redação, composto por jornalistas... o que torna este texto ainda mais lamentável.
À parte algumas linhas, nuns poucos blogues, não vi que este fantástico “compromisso” com a verdade e o direito à informação tivesse provocado as reações que esperava.
É por isso que quando teço aqui alguns comentários mais amargos sobre o “jornalismo” que sobrou, depois destes mais de trinta anos, essa amargura não é fruto de pessimismo, mas sim de uma espécie de “optimismo informado”... o que na verdade, ainda dói mais.
Adenda: Fazem-me entretanto notar que o "Estatuto" em causa afinal não é "fresquinho" mas sim de 2008 e reeditado agora (por imperativo legal), além de que o inefável princípio do Nº 7 já vem de 1974, o que é, evidentemente... ainda pior.
Adenda: Fazem-me entretanto notar que o "Estatuto" em causa afinal não é "fresquinho" mas sim de 2008 e reeditado agora (por imperativo legal), além de que o inefável princípio do Nº 7 já vem de 1974, o que é, evidentemente... ainda pior.
12 comentários:
Gaita! É caso para dizer, a partir de agora nem café express vou beber!
Um abraço sem expresso nas leituras
Esse ponto 7 dá pano para mangas e para o resto do fato.
Mas... bolas, tu lês cada coisa...
Abreijo.
«O Expresso sabe...»
E obrigado por nos dares a saber!
bem. chega tarde à onda disto na net e podia ter aproveitado a correcção.
o estatuto data de 1974
http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina
Anónimo (09:05):
Onda???!!!
E em que é que a opinião de Manuel António Pina "corrige" seja o que for... a não ser o que terá, ou não, dito sobre Ricardo Costa... e que não faço ideia do que seja?
Mas pronto... se lhe dá jeito, o Nº7 do estatuto não existe.
Tomei ontem conhecimento desta vergonha através dum comentário deixado no meu blogue.
Isto é o assumir de vez, e de forma clara e inequívoca que se vive (como há muito venho dizendo) uma novel-ditadura.
Fizeste muito bem em dar conhecimento aqui, neste teu espaço, desta vergonha, e se me permites, também aqui deixo a minha opinião sobre a mais básica, e quem sabe, mais eficiente forma de começarmos a combater este estado de coisas.
Pura e simplesmente não comprem nem leiam on-line este "pasquim" que é o Expresso.
Da mesma forma que ninguém deveria gastar um cêntimo de compras no Continente para o Belmiro não andar aí a fechar avenidas.
Boicote-se esta canalha toda !
Se eles não venderem, perdem poder e deixam de infulenciar como infulenciam.
Data de 74, mas antes de Abril, embora reaplicado em 2008, segundo me pareceu da leitura do Artº de Manuel António Pina.
Terei razão?
De qualquer modo é mau de mais.
Um beijo.
Isso é expressamente execrável.
homem, você precipita-se e treslê. eu não disse que concordo com o ponto. só lhe disse que esta agitação (já dei por ela em vários blogues - uns seis ou sete dos que leio - e Manuel António Pina já lhe dedicou duas crónicas) por causa de uma coisa que tem quase 40 anos. ou seja, é uma indignação justificada mas que surge um bocado a vapor. o anónimo das 9:05
Anónimo (13:50):
OK!
Talvez valha a pena ler o que dizem sobre «critérios» os estatutos editoriais de todos os média...
Um abraço.
Samuel:
Ontem o Pina cascou-lhe forte e feio na crónica intitulada "Não é censura, é outra coisa".
(http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1890203&opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina).
Abraço
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