O cidadão Aníbal Cavaco Silva, que faz de nosso Presidente da República, tem tanta pressa de ver arrumada esta coisa da formação do governo... que decidiu, digamos assim, atropelar a Constituição da República, ao dinamitar as normas de consulta prévia aos partidos antes de mostrar ostensiva e publicamente que já considera Passos Coelho como primeiro-ministro.
Como não tenho um pingo de formação para discutir aspetos tão particulares da nossa Constituição, tenho que ouvir e pesar aquilo que argumentam as pessoas que sabem.
O cidadão Aníbal Cavaco Silva, que faz de nosso Presidente da República, decidiu “esticar-se” no seu apelo ao voto, ameaçando os eleitores e eleitoras de que se não votassem perderiam o direito a protestar sobre fosse o que fosse que o próximo governo venha a fazer. Passariam, digamos assim, a serem cidadãos de segunda.
Aqui o caso já fia mais fino! Não reconheço ao "Visconde da Coelha" nenhuma espécie de autoridade, nem moral nem política, para decidir sobre os direitos dos portugueses. Primeiro, porque o cidadão Aníbal não contribuiu com o que quer que fosse para a conquista desses direitos pelo povo português. Segundo, porque o Presidente não tem, efetivamente, essa competência.
Foi apenas isto que disse Jerónimo de Sousa (embora de forma mais elevada do que eu, como é seu timbre) nas declarações que fez à saída de uma reunião partidária, e que ouvi num noticiário da Antena 1, às dez da noite, durante uma viagem de regresso a casa, declarações que podem também ouvir AQUI.
Acontece que a Antena 1, ou para não deixar Jerónimo sem resposta, ou para começar desde já a mostrar serviço aos novos “patrões”, decidiu ir a correr arranjar uma declaração do constitucionalista Jorge Miranda, que rebatesse as afirmações do secretário-geral do PCP. Presumo que tenham acordado o homem de supetão, já que a teoria que ele defendeu foi uma algaraviada tão confusa, tão entaramelada, tão sem sentido... que deixou toda a gente que vinha no carro (pronto... éramos só dois... mas éramos toda a gente) a rir à gargalhada. Para nosso grande espanto, a grande salgalhada do Dr. Miranda não impediu os jornalistas de serviço de proclamar: «O constitucionalista, Dr. Jorge Miranda, garante que o Presidente da República não violou a Constituição!»
Agora, horas depois do acontecimento jornalístico, devem ter tido tanta vergonha daquela peça produzida pelo “grande constitucionalista”, que, e ao contrário das declarações de Jerónimo de Sousa, que lá continuam disponíveis na internet, como já puderam ouvir, a resposta de Jorge Miranda escafedeu-se para parte incerta.
Para fazerem uma ideia sobre a clareza e profundidade da “exposição” do constitucionalista... fica aqui um célebre vídeo que, vá lá... é praticamente do mesmo calibre, sendo que este “adepto confuso” ainda consegue dizer qualquer coisa... e tem graça.
9 comentários:
Alguém sabe onde obter a audição do referido comentário do jorge miranda?
Se as constituições são para rasgar pode-se mandar os constitucionalistas para a estiva.
A Antena 1 ainda agorinha (08,10h)afirmou na sequencia de uma entrevista ao economista Cantigas -que acha inevitável a renegociação da dívida- afinal Louçã tinha razão quando falou nisso em campanha eleitoral escondendo da opinião pública que foi o PCP que desde sempre colocou isso como prioridade imediata.PULHAS pagos por nós tenham vergonha!
Abraço
A pressa do PR em formalizar este Governo é no mínimo suspeita.
Vamos lá ver se ele não tem conhecimento (alguma escuta, onde parece ser perito) de algo que os amigos do PS estejam a preparar e que inviablize a tomada de posse de Passos Coelho.
Com este canalhedo eu já espero tudo.
No dia 17 de Março de 2010, o constitucionalista citado produziu esta pérola:
“Os homossexuais têm todos os direitos dos cidadãos
portugueses, inclusive o direito de casar. O que não podem é casar com pessoas do mesmo sexo”
A partir de então (ou foi antes? Não me lembro) não o posso ver que não me dê vontade de rir.
Abraço
João
Ó Cantigueiro, deixe-me que lhe diga: O que eu GOSTEI deste seu texto!
Um espanto! obrigada por tê-lo escrito.
A salgalhada do constitucionalista creio poder resumir-se ao seguinte. Constitucional, não é, mas em certas condições pode mesmo realizar-se.
Quer dizer, o Constitucionalista aceita o não cumprimento da Constituição.
Um beijo.
Mesmo assim, aos constitucionalistas Miranda & Canotilho, Lda. prefiro este adepto do Benfica - que não faz mal a ninguém...
Um abraço.
Mas que pena este e como outros textos não serem lidos por mais de 10 milhões de portugueses!
Saudações
Vicky
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