segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Jornalismo miserável


Ontem, num intervalo das “obras” de misturas e montagens musicais que tenho em mãos, resolvi trincar umas bolachas de água e sal com o “pecado” da manteiga de amendoim, à hora do jornal das 12 na SIC-N.
Tudo como é costume, muito moderno, muito ritmado, notícias curtas, variadas... a famosa “excelência de conteúdos” de que fala repetidamente o paspalhão do Mário Crespo.
Praticamente ao ritmo cadenciado das dentadas, fui ficando a saber coisas “vulgares”, como o facto de ninguém parecer estar convencido da utilidade da extinção de centenas e centenas de freguesias planeada pelo génio político de Relvas... e manifestar-se para o demonstrar... ou da nova realidade que está a levar vítimas de agressões (por exemplo resultantes de assaltos) que quando se dirigem aos postos de saúde para obter tratamento aos ferimentos... a optarem por mentir sobre a causa dos ferimentos, já que almas iluminadas resolveram que as vítimas de agressões, se não puderem identificar os agressores e a polícia não estiver em condições de o confirmar... têm que pagar os tratamentos na íntegra, sejam ou não utentes do SNS, com custos que podem ascender às centenas de euros. Como se calcula, é a medida mais humana a aplicar a uma pessoa que, para além de agredida, pode ter acabado de ser roubada em todo o dinheiro que tinha para se sustentar.
Ia a coisa por aí fora, neste “rame-rame de desimportância”, quando saiu no alinhamento a – pensava eu – também curta notícia da deslocação do Benfica a Barcelos. Grande galo! A notícia até foi curta... só que, de repente, o mundo parou. Entrou em cena um cromo qualquer que, depois de abancar ao lado da pivot do jornal, ficou a tecer considerações sobre as opções de Jesus, os novos jogadores de Jesus, a atitude do Benfica, a resistência do Gil Vicente e mais isto e mais aquilo e ainda aqueloutro e os seus significados tácticos e profundamente filosóficos... durante uma eternidade. A “box” da televisão permite andar com as imagens para trás, o que me permitiu medir a “eternidade”. Durou exactamente dez longos minutos de telejornal!
Claro que poderia ter sido a propósito de outro qualquer clube de bola... bem, talvez só de mais um ou dois, mas nem isso me serviu de “consolação”.
Jornalismo miserável!

7 comentários:

trepadeira disse...

A bola é que instrói,se não instrói,adormece a raiva.

Já não tenho paciência para ver essas coisas.

Não quero a raiva adormecida.

Um abraço,
mário

Manuel Norberto Baptista Forte disse...

Eu penso que o actual jornalismo que se faz (!?) em Portugal, é aquilo que não deveria ser, ou seja, algo de submisso ao projecto de mercado de um produto. Ao invés "dificulta-se" com taxas e outras coisas mais, a difusão de muitas publicações regionais que têm menos publicidade e mais opinião.
Leio o D. N.de vez em quando (até pelo preço...), vejo (quando calha) os ditos telejornais, recomecei a ler alguns livros que tenho em minha casa, troco ideias com os meus pares, mas sinceramente nunca esperei que tantos anos após o 25 de Abril de 1974, a imprensa esteja outra vez, como está.

Maria disse...

Já deixei de ouvir telejornais. Sinto-me quase analfabeta. Mas para ver isso...
Diz-me onde compras a manteiga de amendoim!!!!!!
:P

Abreijos

samuel disse...

Maria:

Tudo para ajudar...

Quando no Pingo Doce, "Pindakaas"

Quando no "Continente" (é a mais agradável) "Monarch"

Está na zona dos frascos com doces e têm (as duas marcas) uma versão cremosa e outra que tem pedacinhos de amendoim.

Viva a gulodice!
Abreijos.

Luis Filipe Gomes disse...

Pinabâta não é bem o meu creme, eu é mais marmelada. Gosto daquele travo ácido que não há açúcar que disfarce. Mas como tudo o que é demais enjôa; para essa marmelada dos rapazes (e algumas raparigas) que gostam de falar dos rapagões de calção atrás da bola, e falam deles até à náusea, não há estômago!
O pior é que quando esta rapazada se virar à pancada e até na eventualidade de levar algum "correctivo" da polícia já não poderá ser assistida médicamente sem pagar nada.
Isto que poderia à primeira vista parecer justo para tipos como eu que a última vez que foram à bola ainda puderam levar garrafas de cerveja de litro e carne grelhada para o repasto, será extremamente injusto e injustificável para qualquer outra situação em que haja uma vítima a necessitar tratamento médico.
Será que isso também vai ser válido para os acidentes de viação com atropelamento e fuga?

Anónimo disse...

Ainda és capaz de ir a esses locais, camarada?

arg disse...

miseráveis.