Hoje, no dia do funeral do grande ser humano, cidadão e homem de cultura que foi Urbano Tavares Rodrigues, quero juntar-me aos seus companheiros de sempre e a todos aqueles que o leram, amaram, estimaram e admiraram
Disse um dia o José Carlos Ary dos Santos numa letra para uma canção:
“É preciso pensar
que não basta rimar
mas fazer coisas mais importantes.”
O nosso amigo Urbano Tavares Rodrigues dedicou-se, apaixonadamente, sobretudo a essas coisas “mais importantes”. Ainda assim, aqui e ali... também rimou. Nomeadamente nestes versos corajosos, musicados e cantados pelo Adriano Correia de Oliveira. Chama-se “Margem Sul” a canção que daí resultou e foi editada em 1967.
Recentemente, num espectáculo que o Urbano deveria ter gostado de ver, já que é uma homenagem ao seu velho amigo Álvaro Cunhal, revisitámos essa canção, numa versão dividida entre mim e a Luísa Basto, gravada ao vivo com a ajuda dos “meus” músicos e coros (e com os defeitos que podem ter as gravações ao vivo).
Obrigado, Urbano!
12 comentários:
Há Homens que não se vendem
Um Senhor na literatura Portuguesa, e um grande camarada.
Até sempre camarada Urbano...
Para lá das "falhas"(?)técnicas,o que conta são as "coisas" importantes".Comovente, como sempre, este poema militante, fica bem na despedida do camarada que mesmo morrendo,vai sempre ao nosso lado.A luta continua!
Abraço
Imensa saudade!!!
Um beijo.
Tão bonita esta versão!
Obrigada.
"Daqui me vou despedindo, pouco a pouco, lutando com a minha angústia e vencendo-a, dizendo um maravilhado adeus à água fresca do mar e dos rios onde nadei, ao perfume das flores e das crianças, e à beleza das mulheres. Um cravo vermelho e a bandeira do meu Partido hão-de acompanhar-me e tudo será luz."
Urbano - livro ainda a publicar
Em jeito de homenagem, assim ontem comecei uma sessão para que fui convidada em representação da CDU.
Forte, enorme aplauso para o Urbano se seguiu. E não estava - eu - a jogar em casa.
conheci-o. gostava dele, melhor gosto. vive já junto de outros que na minha memória vivem.
{silêncio}
é hoje o meu mais forte aplauso,
a homenagem possível.
palavras gastas,
"(...)diz tu por mim, silêncio.
o que não posso"
já outro amigo meu, num dos seus poemas possíveis o dizia.
pelo post, pela música, pela partilha, pelo Urbano...
obrigada, Samuel.
Obrigado.
Abraço,
mário
E com Urbano continuaremos o caminho.
Na minha tristeza , não tenho palavras que consigam transmitir o respeito pelo extraordinário ser humano que nos deixou bem mais pobres com a sua partida.
Gostei muito da canção.
Tudo de bom para vós.
osHá filhos de latifundiários do alentejo que podem transformar-se em comunistas. o oposto também é verdadeiro.
Até sempre camarada Urbano.
Pois, a luta continua!
Obrigada, por esta bela versão.
Vicky
Uma brava que li do Urbano foi sobre a literatura do nobel-invejosos Lobo Antunes.
Diz na revista do Expresso de há uns meses atraz que a últimos livros de LA são "uma masturbação".
Não sei porquê, mas gostei.
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