domingo, 29 de julho de 2012

Alisa Weilerstein – Noventa por cento disto... não se aprende!


Chama-se Alisa Weilerstein e nasceu há 30 anos em Nova Iorque. Começou a tocar violoncelo aos 4 anos de idade... e os resultados provam (entre muitas outras coisas, como a vontade, persistência, o “sacrifício” pessoal na forma de milhares de horas de trabalho que quase mais nenhuma profissão requer) que esta coisa da música, para além de provocar “estragos” irremediáveis a nível cerebral, pode ser altamente contagioso e muitas vezes hereditário (o pai é violinista, a mãe é pianista, o irmão, violinista e maestro).
Por vezes toca e grava música com a família. Hoje podemos vê-la acompanhada por uma belíssima orquestra filarmónica, a de Berlim, e dirigida por um dos maiores maestros da actualidade, Daniel Barenboin, num dos andamentos do Concerto op. 85 de Edward Elgar.
Agora, para apresentar a Alisa, podia tecer uns comentários sobre o virtuosismo arrebatador, sobre o mundo de sentimentos que põe em cada nota tocada. Podia falar apenas do seu ar encantador de heroína dramática de um filme mudo de 1900... mas não vale a pena. Cada um dos segundos deste vídeo falará por mim.
Sempre que se ouve algo assim esmagador, é recorrente que apareçam portadores de frustrações tão variadas quanto compreensíveis, que se encarregam, diligentemente, de encontrar todo um catálogo de “defeitos” a apontar. Quase sempre de ordem “técnica”. Ora é a postura, ora é a dicção, ora é o fraseado, ora é...
A Alisa, em comentários que por aí encontrei, é “acusada” de pegar no arco de uma forma algo estrambólica. A esses, peço que peguem num arco, de forma absolutamente irrepreensível... e venham cá tocar melhor do que ela.
A todos os outros, parabéns! Por reservarem alguns minutos para “ouver” esta pérola.
Bom domingo!
Concerto op. 85 – Alisa Weilerstein
(Edward Elgar)



8 comentários:

Unknown disse...

Realmente.
90% disto não se aprende, se sente.
Obrigado pela oportunidade.
beijos!!

Anónimo disse...

e continuam a aparecer os(as) tais 90%... 10%...:) "what ever"! :)) felizmente, cada vez surgem mais desta "raça"! :)
abençoada maneira estrambólica de pegar no arco!! :)))... haja momentos bons como este, para nos alegrar a alma! :)

vovómaria

Justine disse...

Bom começar assim o dia:)

trepadeira disse...

É preciso abrir todos os poros para absorver tanta beleza.

Um abraço,
mário

Graciete Rietsch disse...

Chamem-lhe o que quiserem, mas não lhe tirem o mérito!!!!!!

Um beijo.

Pata Negra disse...

Com tanta pérola domingueira este blogue é cá uma pedra.
Um abraço musical

maia disse...

Obrigada à Alisa e obrigada ao Samuel por no-la dar a conhecer. Quanto à maneira estrambólica(!!!) é a "história da raposa e das uvas".
Que pena que a beleza e a arte incomodem. São pequeninos, não chegam lá.

anamar disse...

Vou dormir mais pacificada...
Abreijo