Já passaram uns dias sobre a entrevista que vi num dos nossos canais de televisão, dada por George Soros, mas o “raça” da entrevista não me sai da cabeça.
George Soros é um dos homens mais ricos do planeta, tendo construído toda a sua fortuna em cima de um faro excepcional para a especulação. Estou convencido de que nunca terá criado ou produzido coisa alguma na vida, mas a sua habilidade para especular, sobretudo com as oscilações cambiais, é lendária. A título de exemplo, lembro o caso em que num dia apenas, ganhou cerca de mil milhões de libras, apostando exactamente numa oscilação de câmbio, em que a “vítima” foi nada menos que o Banco de Inglaterra (que abanou).
Mais extraordinário do que a sua fortuna é o facto de numa passagem da entrevista, ter desancado energicamente Ronald Reagan e Margareth Tatcher, a quem acusa de serem os impulsionadores dessa nova “religião” dos anos oitenta, o neo-liberalismo selvagem, que de uma forma criminosa, fez acreditar os cidadãos e os operadores económicos que o sacrossanto mercado era intocável, auto regulável e que, portanto, os estados estavam dispensados de ter qualquer papel nos destinos das suas economias, nem sequer como reguladores. Toda essa “religião” faliu, afundou-se e agora os criminosos que a criaram, provocando a crise e a ruína de milhares de pessoas, vão escapar da borrasca, protegidos por providenciais guarda-chuvas oferecidos exactamente pelos estados, com o dinheiro dos contribuintes.
Assim, em pinceladas largas, é uma parte do que disse o multimilionário, exigindo regulação e fiscalização apertadas a partir de aqui.
Como extra, um pequeno pormenor, a mostrar que o homem pode ter toneladas de defeitos e estar longe de ser um modelo de conduta a seguir, mas não é estúpido e tem a capacidade de ver as pauladas, quando elas ainda vêm à distância: Deu grandes somas de dinheiro para ajudar a impedir a reeleição do débil mental perigoso George W. Bush. Não conseguiu... mas que tentou, tentou!
Se dei a impressão de simpatizar, por um momento que fosse, com um figurão como George Soros, peço desculpa! Apreciei a “coisa” como se de um número de circo se tratasse... e é sabido que eu nem sequer tenho grande apreço por números de circo.
6 comentários:
Não vi a entrevista.
Mas não me espanta que este "mangas" não tenha simpatia pelo bush. Afinal este parece não ser débil mental...
Espero que estejas ainda a cantar. Muito. e que corra tudo bem.
Abreijos
Nestas coisas também existe ódios de estimação. O que é facto é que embrulham numa embalagem que consegue enganar os mais distraídos.
Nem todos são burros, alguns tem noção que este sistema selvagem não interessa a ninguém, nem a eles...
beijos
Soros tem defeitos, mas não o de ser estúpido.
Bom fim de semana aí em casa.
E como número de circo (mesmo não gostando de circo), não está nada mau, não senhor...
Abraço grande.
Nunca se sabe onde querem chegar estes habilidosos com as suas palavras.
Um abraço de pobre desconfiado
Enviar um comentário