domingo, 26 de outubro de 2008

Uma maneira de ser




Sente que um escritor tem um papel social a desempenhar?

Não acredito muito no poder da literatura para mudar a sociedade. O que acontece é que sou um cidadão que gosta de incomodar o poder. Tenho uma vinculação com a vida que é profundamente ética - por isso sou de esquerda, se não tivesse ética seria um cidadão de direita. Com a literatura tenho uma ligação profundamente estética, sei que sou um criador de beleza. Não escrevo panfletos, escrevo romances. Mas ao mesmo tempo sou cidadão e escritor, por isso tento estabelecer pontes e dar à literatura a mesma ética com que enfrento a vida, e dar à minha vida a mesma estética com que enfrento a literatura. É o meu desafio pessoal.

É cada vez mais difícil ser de esquerda?

É uma atitude. Como diz Saramago, ser de esquerda é uma maneira de ser. E, que diabo, há que resistir. Não há outra coisa a fazer se não resistir.

O que eu gostava de ter escrito isto! Mudava tudo o que tem que ver com literatura e escrita, para música e canções e... mas não. Foi mesmo o Luís Sepúlveda. Estes escritores!...

Bom Domingo!

20 comentários:

O Puma disse...

A musica mesmo sem palavras

também é uma forma de escrita

Anónimo disse...

Ser de esquerda é uma chatice...e reconfortante ao mesmo tempo.

Bom domingo!

Maria disse...

E esteve hoje aqui, quase quase ao pé daqui... em Oeiras...
E é tão clarinho o que ele diz... ai esta nossa maneira de ser... e de resistir...

Bom domingo por aí!

Abreijos

Anónimo disse...

E é por o saber assim, que eu, já de ervilhinha, sempre gostei de si.

Ana Camarra disse...

por isso é que ele é escritor e tu cantor....

Fundamentais e imprescindiveis, principalmente, inteligentes, sensiveis e de esquerda....

De qualquer das maneiras os de direita não são sensiveis...

beijos

Anónimo disse...

Sem dúvida , o mais fácil mesmo:-é ser degenerativo, é fácil e dá milhões, mas nós preferimos a luta, e a dignidade .
Abraço

Fernando Samuel disse...

Sim, se nudasses tudo para «música e canções» cantarias isso...


Um abraço grande.

São disse...

Sepúlveda escreveu um dos mais tocantes livros que tive o prazer de ler" A História da Gaivota e do Gato que a ensinou a voar"...
Bom domingo, também para a vovó Maria.

Anónimo disse...

Ser de esquerda, esquerda a sério e não essa cegada que anda por aí dá sentido à vida é uma grande alegria. Claro que vou continuar a ler Sepulveda.

amigona avó e a neta princesa disse...

Eu nem me atrevo a ter tal pensamento! Tu sim! E eu fico a admirar-vos aos dois!!! Beijos à vóvó e para ti, amigo Samuel,
abreijos

Susete Evaristo disse...

Serei eu sempre do contra?!
É que não estou de acordo com Sepúlveda, quanto ao poder da literatura eu acredito que sim a literatura, tal como as canções, ajudam e muito a formar mentalidades, basta ser escrita com ética e por pessoas como Sepúlveda e como o Samuel, entre outros.

Gasolina disse...

Não concordo nada com tais declarações.

Ter um vínculo com a vida é ter carácter e personalidade e desculpa lá oh Sepulveda, mas que tem a doutrina a ver com isso?!

Eu não sou de esquerda nem de direita e acaso terei menos vinculo e compromisso com o meu estar na vida por tal? Serei menos lutadora e defensora das minhas crenças na verticalidade do homem só porque não sou de esquerda???

Abreijos Samuel

Anónimo disse...

Este Saramago é aquele sujeito que depois do 25 de Abril, sendo director do Diário de Notícias, pôs na rua uma mão cheia de jornalistas, não é?

Justine disse...

Olha, olha, isto por aqui também já anda infectado...

Mas ia eu a dizer que é uma boa maneira de diferenciar a esquerda e a direita: a ética naqueles, a falta de ética nestes.

Anónimo disse...

e a cobardia de não por o nome. Como diz o sepúlveda em relação ao assassino pinochete eu repito ao anónimo em questão: Velhos de merda!!!!
um teu homónimo

Anónimo disse...

Este Saramago é aquele sujeito que depois do 25 de Abril, sendo director do Diário de Notícias,ajudou a pôr na rua uma mão cheia de "jornalistas" colaboradores da PIDE e Bufos não é?
-Assim está melhor!
Outro anónimo.

Sérgio Ribeiro disse...

Desculpa lá entrar nisto mas esta estória do Saramago e do DN é daquelas que profundamente me irritam, não só pelo respeito que José Saramago merece mas também porque identifica quem a ela recorre, sejam anónimos ou ganchetas ou ganchinhos ou a senhora que, coitada, os deitou ao mundo. Como não sabem nada de nada, nem querem saber, papagueiam três ou quatro balelas que lhes contaram (ou que terão vivenciado "à sua maneira" viciada) e daí não passam. São os perfeitos contra-revolucionários, fascistas se for preciso aos donos do capital.
E vou ver se leio o Depúlveda, até porauq, como diz o Saramago, ser de esquerda é uma maneira de ser (e de ler).
Abraços

Sérgio Ribeiro disse...

Desculpa lá entrar nisto mas esta estória do Saramago e do DN é daquelas que profundamente me irritam, não só pelo respeito que José Saramago merece mas também porque identifica quem a ela recorre, sejam anónimos ou ganchetas ou ganchinhos ou a senhora que, coitada, os deitou ao mundo. Como não sabem nada de nada, nem querem saber, papagueiam três ou quatro balelas que lhes contaram (ou que terão vivenciado "à sua maneira" viciada) e daí não passam. São os perfeitos contra-revolucionários, fascistas se for preciso aos donos do capital.
E vou ver se leio o Depúlveda, até porauq, como diz o Saramago, ser de esquerda é uma maneira de ser (e de ler).
Abraços

Sérgio Ribeiro disse...

Isto saiu tudo baralhado. Chamei Depúlveda ao Sepúlda, o que é gralha, porauq em vez de porque, e tratei mal quem não o merecia juntando-os ao ramalhete do anónimo das 0:44.
Desculpem lá, mas a irritação, às vezes, dá estes resultados. Acalma-te, pá!

Unknown disse...

Samuel, embora de outra forma, igualmente bela, tu tens escrito, com a tua luta e as tuas canções, o que agora disse o Sepúlveda.
Um grande abraço e é sempre bom vir ao teu blogue