Há pouco, durante uma boa parte da tarde de ontem, enquanto fazia “zaping” entre canais de televisão, parei na TVE Internacional e vi que estavam a transmitir um directo da Cimeira Ibero Americana, que se realiza este ano em El Salvador. Parei para ver e ouvir um pouco, acabei por ver “um muito”, surpreendido pelo facto de numa cimeira daquelas ser possível ouvir várias intervenções interessantes, independentemente de concordar ou não com elas, mas interessantes de ouvir. Foi o caso do longo discurso, em tom informal, da Presidente da Argentina, Cristina Kirshner, a qual até ontem, nunca tinha ouvido falar e que paulatinamente foi alinhando algumas das tais ideias interessantes, aproveitando para, de passagem, ir desancando o neoliberalismo e os EUA, que apontou como grandes responsáveis pela situação caótica que o mundo está a atravessar. Gostei particularmente da sua afirmação de que a economia não pode ser apenas mercado, lucro e circulação de capital, mas sim algo que tenha que ver com a vida real dos povos, com escolhas politicas, ética e sobretudo, ideais (foi mais ou menos isto).
Entretanto, a minha atenção para com os oradores estava constantemente a ser desviada para uma multidão, repito, uma multidão de pequenos computadores azuis, que uma enorme quantidade dos presentes à volta da “mesa gigante” mais a plateia, tinham na sua frente e que, por estranho que pareça, eram estupidamente parecidos com o “nosso Magalhães”.
Havia afinal uma boa razão... tratava-se efectivamente do “Magalhães”. Minutos antes de eu ter “chegado” à sessão, tinha falado o Primeiro Ministro de Portugal, que previamente tinha feito os serviços de apoio distribuir copiosamente o aparelhómetro pelos presentes. Depois, fazendo de conta que ia falar das maravilhas do ensino do Século XXI no nosso país, ocupou seis longos minutos do seu discurso numa “promoção” desavergonhada do que chamou “o computador mais ibero-americano que existe”. Acrescentaria ainda que todos os seus assessores o utilizam como ferramenta de trabalho e “Não precisam de mais nada!”.
E que torna... e que deixa... e que as maravilhas da era do conhecimento... mais a escola do futuro, blá, blá, blá... aquela conversa que já aqui conhecemos de cor.
É obra! Acho que admiro a capacidade de iniciativa de José Sócrates.
Cansado de estar sempre a mentir aos mesmos, decidiu “internacionalizar-se”!
23 comentários:
Parecia um daqueles aldrabões das feiras de antigamente a vender tudo e mais alguma coisa por uma nota de cem escudos...
Abraço.
Também ouvi...
... qual vendedor de banha da cobra...
Mas o que de facto me impressionou (ainda me impressiono com o gajo) foi ver a cara de satisfeito com que ele discursou, estava mesmo convencido do que estava a dizer...
Francamente!
(ah, o Chavez não estava - apesar de tudo - ...)
Abreijos
Eu vi... foi surrealista. Descontextualizado... Patético... Quais internacionalização, qual quê.... e fizerem favor espalhem a noticia: O HOMEM É UM FILHO DA P... DE UM PALHAÇO, no sentido mais ofensivo possivel... que pais o nosso, chiça!
Também ouvi.
E quando ele disse que era muito resistente porque o Chavez o tinha atirado ao chão e não se estragou?
Haja paciência.
Abreijinhos
Eu também vi e senti uma enorme tristeza/revolta por sentir que, como português, estava ali a ser representado por um safardanas daqueles.
O que terá pensado aquela gente, ao vêr um chefe de governo naquele triste papel de "vendedor de bujigangas"?
rui silva
Quem comprar um migalhães leva também um cavaco e um sócrates. Os saldos já começaram, é de aproveitar meus senhores.Para a próxima cimeira trago uma pomada que elimina a caspa e a vergonha.
pensei que os vendedores de banha de cobra eram uma classe em vias de extinção...
Samuel,
De facto, já não há paciência...
Tenha um bom fim-de-semana.
Abreijos e sorrisos :)))
Olhe, desta vez deu-nos para sonhar...
Quem é o senhor Magalhães?
Que vergonha! Que ridículo!Que raiva!!!
Em vez de governantes, Portugal têm vendedores de "banha-da-cobra"!
"So_cretinices"
Abreijo
Não vi!
Ando em greve, leio jornais mas estou sem pachorra para vê-los e ouvi-los, ando-me a poupar-me..
beijos
DEPOIS DE TODOS OS COMENTÁRIOS QUE LI NEM SEI QUE MAIS HÁ PARA DIZER MAS FOI REALMENTE UMA VERGONHA, SÓ FOI PENA ´NAO TER HAVIDO ALGUÉM QUE O MANDASSE CALAR...
Mau feitio, Samuel - o homem tem o Magalhães na manga para apresentar como solução económica, social, educativa, e, se pensarmos bem, aquilo ainda deve fazer bem à saúde. E a justiça em Portugal também deve beneficiar. Porque, na verdade o Sócrates fala do Magalhães como qualquer feminista falaria nos anos 60 da pílula! É porque aquilo é bom. E nem deve ser preciso água pra engolir!
Até corei quando vi aquilo!
Depois admira-se de ninguém gostar dele! Pudera: vende mal e mau produto!
Bom fim de semana
Um abraço
Esperança
hilariante!
o sócrates foi promovido a representante da... intel! nada mal para um gaijo que é cego,surdo e nada mudo(o problema é o discurso:vazio)... e se o exportássemos com o "migalhães"?...já estou a imaginar o spot publicitário: compre 10 magalhães e receberá este simpático palhaço!!!
enfim de mal a pior.
duarte o regressado.
Além de tudo o que foi oferecido nos comentários anteriores quem comprar um Migalhães, construído a partir das migalhas de inteligência socretina, ainda leva um pente para carecas.
não, não, não....tratava-se do novo delegado comercial da JP Sá Couto para o mercado ibero-americano a fazer a sua apresentação !
a falta de vergonha não conhece limites.
a falta de vergonha não conhece limites.
Foi a cimeira mais divertida das últimas décadas.
Sócrates é sem dúvida um animador pimba por excelência.
Aquela de que os assessores utilizam o "Magalhães" como ferramenta de trabalho, foi divinal.
Devia dedicar-se a esta profissão e deixar o cargo de 1º ministro. Poderia, por exemplo, ser substituído pelo Jamé, um animador caseiro sem o timbre internacional de José Sócrates.
Para sermos justos, neste governo abundam génios na arte de animar, por exemplo: Manuel Pinho e o célebre "Trucidator".
A Milú da educação está mais vocacionada para cenas de terror.
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