Pelo que temos visto e lido, sempre que alguma figura mais ou menos pública ligada ao poder executivo, ou à alta finança (o poder real), é confrontado com um qualquer "mau passo", declara invariavelmente e com ar solene, “Estou de consciência tranquila!”
É o caso dos envolvidos nesta estória extraordinária do prédio dos CTT, em Coimbra, de Isaltino, que se deu ao luxo de vir para a rua dar “conferências de imprensa”, enquanto dentro do Tribunal, o procurador lia as alegações finais referentes aos vários crimes de que está acusado e para os quais o MP pede uma pesada condenação, do “esquecido” Dias Loureiro, da “carioca” Fátima Felgueiras, do “escorregadio” Pimenta Machado, do “ruidoso” Valentim Loureiro, abatedores de sobreiros, compradores de submarinos, licenciadores de casinos... e toda a sorte de figurantes em centenas de negócios manhosos.
Só pode haver uma explicação. Toda esta gente confunde uma consciência embriagada pelo poder, anestesiada pela corrupção, ou mesmo já morta, com “consciência tranquila”. Não é a mesma coisa! Felizmente, em alguns casos, o estado comatoso da tal “consciência” acaba por alastrar a outras zonas do cérebro... e faz com que se deixem apanhar.
Mais tranquilo irá ficando o país se começar a ver, pelo menos alguns deles, atrás das grades!
10 comentários:
Para começar, todos os que mencionas aqui. E a seguir os outros que afirmam "não me demito a pedido dos snrs. deputados" (ou parecido) e que não cumpriram com as funções que lhes foram confiadas, em nosso nome!
Já chega!
Houvesse vontade política e outro galo (não faço questão do nome do animal) cantaria.
Abreijos
“…Eu, Álvaro Rodrigues Silvestre, comerciante e lavrador de Monrouro, freguesia de S. Caetano, concelho de Corgos, juro por minha honra que tenho passado a vida a roubar os homens na terra e a Deus no céu, porque até quando fui mordomo da Senhora do Montouro sobrou um milho das esmolas dos festeiros que despejei nas minhas tulhas.
Para alguma salvaguarda juro também que andei de roubo em roubo ao balcão, nas feiras, na soldada dos trabalhadores e na legítima de meu irmão Leopoldino, de quem sou procurador, vendendo-lhe os pinhais sem conhecimento do próprio, e agora aí vem ele de África e lhe não posso dar contas fiéis.
A remissão começa por esta confissão ao mundo, pelo Padre, pelo Filho, pelo Espírito Santo, seja eu perdoado e por quem mais mo puder fazer.”
(in Uma Abelha na Chuva)
Eram estas as palavras, rascunhadas numa “folha de papel cuidadosamente dobrada” e entregue em mão ao director de A Comarca, que o signatário e arrependido, Álvaro Rodrigues Silvestre, pretendia que saíssem no número seguinte daquele jornal de Corgos, como forma de confissão do seu rol de más acções.
Ah, ganda Silvestre!
Atitude de igual dignidade à desta personagem do romance UMA ABELHA NA CHUVA, do grandíssimo Carlos de Oliveira - à parte o pedido de perdão feito à Santísima Trindade, é óbvio -, deveria ter essa gentalha do BPN, do BPP, dos CTT e do Freeport, e todos esses que o Samuel enumera, confessando as “roubalheiras” aos homens na terra e a Deus no céu (um deles até foi sacristão quando era menino...)e outras canalhices que tais.
Seria uma boa forma de prestarem, finalmente, um bom serviço ao país e aos contribuintes, pela poupança de uns bons pares de milhões, em investigações e em juízes e em tribunais.
@braços e DIAS TRANQUILOS.
Acabou há pouco tempo de sair daqui de casa um amigo recém chegado de Angola que só me falava na "gasosa" em Angola. Dizia-lhe eu que não era preciso ir lá para ver corrupção. Tivera eu visto este teu post e tinha-lho mostrado, de certeza que iria mais "confortado" no regresso àquele país...
Abraço.
É a tal «consciência no pântano»...
Um abraço.
Samuel
Não tem consciência!
Foi removida cirurgicamente!
beijos
A consciência dele apodreceu no meio de tanta sabujice.
PS-PSD-CDS tudo farinha do mesmo saco....
José Saramago militante do PCP apoia Antonio Costa do PS á Camara de Lisboa.
eu dava-lhes os tribunais...
por mim voto no chumbo!
abraço do vale
Abreijos colectivos!
Uma completa afronta à dignidade que é imposta às camadas médias/ baixas de Portugal, perante estas negociatas do grande capital.
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