Havia confiança. Pressentia-se que o comício-festa do Teatro Garcia de Resende iria ser bom. E foi! Foi a derradeira grande iniciativa, em Évora, desta campanha que levou Francisco Lopes a todo o país.
A semente foi lançada à terra, como já antes tinha sido e como continuará a ser. Algum dia será a hora certa para colher os frutos, frutos de que este país bem precisa.
Sem “carga nas pilhas” para muito mais post... deixo aqui as palavras que entendi acertadas para apresentar o “meu” candidato perante as centenas de pessoas que encheram a sala. Para discurso num comício... é curto (como todos os que fiz). Para um post... será, muito provavelmente, longo...
Enquanto mandatário da candidatura de Francisco Lopes, nesta derradeira grande ação de campanha aqui em Évora, quero dirigir algumas palavras de apreço pelo empenhamento e entusiasmo de todos aqueles fizeram este caminho.
Quero agradecer ao Francisco Lopes a verticalidade, a clareza, a força, o brilho com que animou esta campanha. Não porque não fosse exatamente isso o que dele se esperava... mas por nós. Porque todos chegamos ao fim desta etapa da luta, publicamente honrados e prestigiados pelo seu trabalho.
Quero igualmente dirigir algumas palavras aos restantes candidatos, principalmente para lhes dizer que já vão tarde. Apenas a dois dias do fim da campanha para a primeira volta destas eleições, já vão tarde para mudar alguns dos aspectos distintivos das suas campanhas.
José Manuel Coelho já vai tarde para conseguir achincalhar ainda mais com os seus números de circo, um acto que devia ser encarado por todos como um momento de dignidade e exercício democrático esclarecido.
Fernando Nobre já vai muito tarde para fingir alguma espécie de competência para o cargo iminentemente político a que concorre, com um discurso antipolítica, antipolíticos e contra os partidos, um discurso que vai mal com a sua figura. Um discurso que vai bem melhor na boca de candidatos populistas de direita, desejosos de ditar os seus moralismos e interesses... e deles fazer lei.
Manuel Alegre já vai tarde para ainda conseguir desfazer o imbróglio da insanável contradição entre a sua retórica e a sua prática de anos, entre a sua ambição pessoal e o calculismo político daqueles que o apoiaram... ou fizeram de conta que apoiaram.
Defensor Moura já vai tarde para conseguir fixar os votos de alguns dos seus companheiros do PS, descontentes com Alegre, pois esses há muito estão decididos a votar na direita, ou estão mesmo nas Comissões de Honra de Cavaco Silva... tal como muitos dos supostos apoiantes de Alegre.
Cavaco Silva, esse já vai tarde para conseguir evitar, cada vez mais, parecer aquilo que realmente é. Já vai tarde para nos convencer de que está com a verdadeira democracia e com Abril... nem que agora, ao fim de 37 anos, ponha finalmente um cravo na lapela.
Companheiras e companheiros,
Vamos votar Francisco Lopes porque é o único candidato que, como já disse noutra ocasião, se apresenta nesta campanha presidencial, de consciência e mãos limpas. É o único candidato que nunca vimos pactuar com a política de direita que nos tem desgovernado durante décadas. É o único candidato que pode (e quer) contribuir com a urgente ruptura com estas políticas e com a mudança de rumo necessária.
Estamos com o projeto político de onde nasce esta candidatura. Vamos votar Francisco Lopes, porque gostamos dele, porque gostamos de nós, porque gostamos do nosso país!
Vamos votar Francisco Lopes, porque é preciso que os poderosos saibam que nós sabemos, que esta vida não é uma fatalidade, que queremos outro futuro para os nossos filhos, que esse futuro é possível, que não nos calamos, não ficamos em casa e que, mais cedo do que tarde, poderemos virar a mesa e mudar a História.
Quase todos os analistas, politólogos e comentadores tentaram questionar a figura do nosso candidato, o seu perfil, a sua preparação política. Todos questionaram a oportunidade e o acerto da decisão do PCP ao escolhê-lo para esta tarefa... tarefa que é um passo mais na luta que vai continuar no dia 24, 25, 26...
Também esses já vão tarde para emendar a mão, tal é a evidência de quanto se enganaram, tal é a dimensão desta campanha e a indiscutível legitimidade da candidatura de Francisco Lopes, assim como dos votos que lhe há de dar o nosso povo.
Não quero pôr palavras na boca do meu candidato, mas vão muito bem com ele as palavras do nosso poeta de Abril, Ary dos Santos, quando disse:
“Aqui ninguém me põe a pata em cima
porque é de baixo que me vem acima
a força do lugar que for o meu!”
Viva a candidatura de Francisco Lopes!