De passagem pela frente de um aparelho de televisão, decidi ficar um pouco, assistindo à amena cavaqueira entre o meu deputado António Filipe e Nuno Melo, deputado europeu pelo CDS. Realmente, não há nada mais fácil do que ficar em amena cavaqueira com alguém inteligente, quando o assunto é Sócrates, as suas políticas, a forma miserável como executa os seus próprios programas, enfim... Sócrates, “o grande unificador”.
Passe a brincadeira do primeiro parágrafo, é evidente que, embora de acordo em muitas das justas caneladas que foram dando no primeiro-ministro e nas suas políticas, há todo um mundo a separar António Filipe de Nuno Melo. Por exemplo, na posição dos “mercados” em relação à compra de dívida portuguesa.
Enquanto o António Filipe chamava a atenção, mais uma vez – e nunca é demais – para a verdadeira burla e assalto aos cofres públicos que é o facto de “os mercados” (alcunha adoptada pelos bancos alemães, franceses e, claro, até portugueses) poderem ir financiar-se ao Banco Central Europeu, pagando um juro de um a um e meio por cento, para depois emprestarem a Portugal com juros que chegam a ultrapassar os sete por cento... Nuno Melo respondeu que não senhor, não se trata de assalto ou agiotagem, mas sim de “cumprir os tratados”, já que o BCE está impedido de financiar diretamente os estados. Acrescentou ainda que “os mercados” exigem os tais sete por cento, ou outros juros quase igualmente exorbitantes, não porque sejam bandidos, mas porque se trata de uma operação de elevadíssimos riscos, tal a incerteza que por aí anda sobre a capacidade de algum dia pagarmos esses empréstimos.
É aqui que, mais uma vez – e nunca é demais – entra em cena a minha já proverbial vasta ignorância económico-financeira.
Pelo amor da santa, alguém é capaz de me explicar, de preferência muuuito de-va-gar... porque é que, ao contrário de outros leilões aparentemente tão interessantes que por aí existem, em que se leiloa de tudo, desde preciosas e únicas obras literárias, a peças de “lingerie” de estrelas “pop”, não aparecendo por lá clientes em quantidade que se veja, nestes leilões de dívida pública portuguesa, a dar crédito às notícias, várias vezes a procura excedeu em três e quatro vezes a oferta, tendo “os mercados” mergulhado como verdadeiros abutres sobre a “carcaça” dos títulos em venda?
Não é por nada... mas é que saber exatamente qual a resposta a estas perguntas, é meio caminho andado para um dia destes dizermos a esta cambada: Vocês vejam lá como nos respondem... ou ficam sem os bancos!
7 comentários:
Bela resposta de CHÁVEZ.
Um beijo.
O Chavez é demasiado exuberante para o meu gosto, mas, é uma pessoa de verdade.
O Sócrates é, além de tudo o mais (ou menos) um bonifrate, uma figura de papel, não vale nada. Mesmo para o patrão dele, o Sr. Dom Mercado, não passa de criadozeco.
O Sócrates é uma vergonha nacional.
Campaniça
Ora aí está uma questão que também eu gostava de ver respondida, e de preferência também devagar, dada a minha "incultura" na matéria.
Sabem, é que eu de leilões, ou similares, só conheço e só me lembro daquelas belas manhãs na lota de Vila Nova de Milfontes, e do que me lembro, a coisa por lá funcionava de modo inverso a estes "mercados".
E ao menos por lá, na lota, o peixe era fresco, não tinha o cheiro a podre destes tais "mercados".
E com esta me fico, que tenho o carvão em brasa e o peixe por assar.
Vai um tintinho para aclarar a garganta, camaradas ?
Bom fds !
Ora aí está uma excelente sugestão
para a cambada...
Ficarem todos sem bancos,mas também
sem cadeiras,sem mesas,e já agora,
sem dinheiro sem comida, e sem
emprego... Que tal...?
Assim,ficariam em igualdade de
circonstãncias com a maioria dos
trabalhadores portugueses,e saberiam como é doce...
JOSÈ GAGO
Parece que quem tem razão é o Chavez da Venezuela.
Pronto: com essa resposta... respondias a tudo...
Um abraço.
A minha sugestão é para fazer compostagem,transformar toda esta caca em algo útil.
Exuberante é,mas lá que fazia por aqui tanta falta Chávez.
Um abraço,
mário
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