Graças a “deus”... sou ateu! Passe a provocação, esclareço que não é, evidentemente, graças a uma entidade em cuja existência não acredito que sou ateu, mas, seguramente, graças aos profusos e recorrentes exemplos de gente que, ao longo da minha já longa vida, tenho visto com nome do tal seu “deus” sempre junto à boca... porém, muito longe dos actos.
Mas passemos ao prato principal:
O senhor José Policarpo, que presentemente defende em Portugal os interesses do Estado do Vaticano, uma potência estrangeira para a qual trabalha com a categoria profissional de Cardeal, declarou que «não se considera competente» para falar de política. Está no seu direito.
No entanto, quanto mais não seja para provar que no seu gabinete de trabalho, a falta de vergonha está longe de ser um bem escasso, não se coíbe de criticar aqueles que se opõe à política vigente. Ou seja:
Ao mesmo tempo que papagueia a receita governamental segundo a qual esta política e a sua mais visível consequência, uma austeridade selvática ao serviço dos poderosos, é inevitável, mas vai no bom caminho (embora se recuse a pagar o IMI que, pelos vistos, só é “inevitável” para os outros), trata de produzir pérolas como estas, dedicadas aos milhares e milhares que protestam:
«Até que ponto construímos uma saúde democrática com a rua a dizer como se deve governar? Isso é perfeitamente fora da nossa constituição e da compreensão do nosso sistema democrático. O que está a acontecer é uma corrosão da harmonia democrática da nossa constituição e do nosso sistema constitucional»
… ou esta pequena maravilha…
«A reacção colectiva a este momento nacional dá a ideia de que a única coisa que se pretende é mudar, mudar o Governo. Meus queridos amigos, não sei se é esse o caminho, nem tenho opinião a esse respeito. Sejamos objectivos e tenhamos esperança, porque penso, e há sinais disso (???), que estes sacrifícios levarão a resultados positivos - não apenas para nós, mas para a Europa»
Portanto, como se pode ver, o número de fanáticos que acredita na cartilha de Passos e Gaspar, já tem mais um adepto fervoroso.
Permitam que agora me dirija directamente ao "incompetente" pensador.
Apetece-me aconselhá-lo, senhor cardeal, a lavar a boca sempre que tiver estes impulsos para invocar o nome da Constituição em vão. Exactamente a constituição que garante aos portugueses o direito à manifestação! Quando lhe vier essa vontade irresistível de invocar em vão alguma coisa, limite-se ao que vocês já fazem há séculos e com inegável competência: invocar em vão o nome do vosso “deus”.
Senhor Policarpo, não quero aventurar-me em adjectivos… a não ser que acho estas suas posições (mais) uma nojeira! Nojeira que, curiosamente, rima com Cerejeira, Cerejeira que, curiosamente, também era cardeal e abominava os "contestatários". Lembra-se dele, senhor Policarpo?
14 comentários:
Oh, se se lembra!
Foi com ele que aprendeu...
Rui Silva
O policarpo Cerejeira é um fascista militante.
Na mouche!
A acertar assim, tens ido aos treinos...
:))))))
Abreijos
Puta que o pariu. Amen.
Será um sucedâneo do Cerejeira? Como há tantos dos outros!!!!!!!!
Um beijo.
O Vaticano, como sempre, defende em primeirissimo lugar os seus interesses como instituição.
As vítimas - sejam de padres pedófilos sejam de ditadores cruéis ou políticos corruptos - não têm importâcia.
Policarpo tão preocupado em dizer às pessoas que as manifestações nada resolvem, deveria também informá-las que andar de rastos/joelhos ao redor de imagens e santuários não é solução para nada!
E,desculpa dizer-te isto, tens todo o direito de ser ateu , mas se há criaturas como esta , também existem sacerdotes que defendem as
pessoas: um deles esteve contigo na Praça de Espanha , Fanhais; Manuel Martins, que denunciou o sofrimento e a fome na zona de Setúbal; Kolbe, que em Auschwitz sacrificou a sua vida em lugar de outro prisioneiro; Mário de Oliveira, afastado há décadas por denúncia de Fátima e outras situações.
Todos temos o livre arbítrio e , portanto, cada um é responsável pelas suas acções.
É um pouco como os pais relativamente aos filhos: a partir de certa altura, estes são responsáveis pelos seus próprios actos .
Outra coisa, gostei de te ouvir em 13-10-2012 , obrigada pot teres ido!
Boa semana para vós.
Se lembra,herdou o lugar e a cartilha.
Está desesperado as ovelhas,deixam de ser carneiros,fogem para a rua,já não gastam cera,olhónegócio,com defuntos,nem os assusta a excomunhão.
Um abraço,
mário
São:
Claro que existem muitos desses sacerdotes… e muitas outras pessoas boas.
Nas pessoas, sacerdotes ou não… e sobretudo nas que são boas, eu acredito! :-)
(Também gostei de lá ter estado!)
Abraço.
Anónimo (13:32):
Que pena você ter uma língua tão porca!
Não fosse assim… e o que escreveu seria uma opinião admissível e discutível.
Assim não passa de lixo!
Passe bem.
Esta do D.Policarpo,que as manifestações não servem de nada,lembra-me a outra,a de ir a Fátima serve?
É a fé dirá sua senhoria mas isso é com os que tem fé neste governo e o que o sr.D. Policarpo não entende ou não quer entender é que haja tanto
Povo com tanta falta de fé.
D.Policarpo,respeite-nos!
Assino este texto, certeiro, sem mais, nem menos. É a igreja que mais faz sofrer Deus. Então estar sempre do lado dos agressores não é contrário à doutrina de Cristo?
Valha-os Deus!!!
Perdoai a Policarpo que não sabe o que faz.
Em contrapartida,D Januârio Torgal Ferreira disse--"Apetecia-me dizer assim,vamos todos para a rua,nao para fazer tûmultos,vamos fazer democracia".
Que diferenca entre um verdadeiro e um falso cristao.
Cumprimento-o pelas suas sábias palavras... A igreja e a maior parte do seu séquito, a mais forte hierarquia do mundo, é como a enguia... esgueira-se e adapta-se conseguindo estar de bem com todas as formas de poder desde os primórdios.
Esteve como peixe na água, na monarquia, atingindo o seu apogeu na Idade Média (O tempo do Index, da Inquisição e da bula papal).
Esteve ao lado do Estado Novo, com o Cardeal Cerejeira, como documenta a sua sábia análise.
Esteve confortável na Democracia, sendo o confessor do prof Marcelo (o sabichão) e ao mesmo tempo o Engº Guterres, lembram-se!!!, o "richelieu" português Vítor Melícias.
Mesmo depois da revisão da concordata (Que tema interessante para ser aqui tratado) negociada recentemente pelo Sousa Franco, embora aberto a todos os credos, é a igreja do Sr Policarpo que mantém capelães e capelas na tropa em exclusividade e em inúmeros hospitais! Tudo o que o Estado dito "laico", fez, foi retirar o crucifixo das escolas públicas (algumas).
Os clientes do Sr Policarpo e afins, são os desgraçados, os infelizes e os pedintes, logo adepto desta política que a continuar assim, engrossará a fatia dos que em vez de se manifestarem de viva voz na rua, vão de joelhos a esse antro de ostentação de riqueza ali na freguesia de Fátima.
Menino Carlinhos
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